O patrono da Cadeira 6 da Academia Mourãoense de Letras é Constantino Medeiros.
No esforço de poder coresponder às expectativas inerentes à instituição, dos princípios éticos e intelectuais, e honrar condignamente o patrono da sexta cadeira, Constantino Lisboa de Medeiros, se faz necessário ater-me aos fatos.
Algumas dessas lembranças às quais subscrevo, busco ainda na memória da criança: talvez, tanto precoce na procura de conhecimento, se esgueirando tentando passar despercebida diante dos adultos que proseiam em lugar privilegiado. Em tempos que; crianças não participavam dos assuntos dos maiores, e pediam licença para circular no mesmo ambiente. Da casa simples, construída com lascas das soberbas Araucárias, retiradas pelas mãos calejadas do Seo João Goiaca; meu progenitor, o piso de chão batido, era palco das longas conversas regadas aqui e acolá por uma xícara de café, esse também era especial, em que minha Mãe processava artesanalmente, do pilão ao coador de flanela, por ela confeccionado na velha máquina de costura. Que, aproveitando o ensejo conseguia adentrar a sala para também saborear as sábias palavras daquele “nobre visitante” do qual hoje trago a grande responsabilidade de apresentar:
Quem diria que a menina magricela que se deleitava com assuntos escapulidos aqui e ali, teria o privilégio de poder narrar das experiências acumuladas na trajetória pessoal,
cuja gênese é de difícil compreensão racional, mas que aqui ousa levantar a hipótese: Constantino Lisboa de Medeiros foi um Artista completo e viveu à frente do seu tempo. Haja vistas que a ciência da Física Quântica nos idos anos 1980 já era assunto corriqueiro nos textos desse grande poeta. Generoso com as palavras, precursor do compromisso com a Educação e Cultura de uma geração tão sofrida. Não teve acesso à internet nem às redes sociais, no entanto, nunca mediu esforços para compartilhar conhecimento. E ainda me atrevo acrescentar que Constantino de Medeiros era contabilista de formação com alma de Jornalista.
A seguir alguns elementos da sua trajetória biográfica
Constantino Lisboa de Medeiros nasceu em Lajes Santa Catarina, no dia 06 de Dezembro de 1932, filho de Juvenal Calixto de Medeiros e Helena Rafaelli Medeiros. Bacharel em Contabilidade pela Escola de Comércio e Ciências Econômicas do Estado do Rio de Janeiro. Nos anos 60 deixa os números, e passa a dedicar-se à literatura atuando como redator de: “O Jornal” em Santa Catarina. Com vasta experiência na agropecuária, Medeiros conhece e se encanta com a região central do Paraná, em 1965 a família deixa Santa Catarina e adquire uma propriedade na região que integra os municípios de Mamborê e Campo Mourão e a denominam Fazenda Santa Helena. Além dos pertences
o Sr. Constantino, trouxe na bagagem a cultura da tradição gaúcha, participou da fundação do CTG Índio Bandeira de Campo Mourão onde foi membro. Em seguida passa a colaborar com a imprensa da região, tendo seus artigos publicados em diversos Jornais regionais e nacionais, tais como: Tribuna do Interior, Folha do Vale, A Folha, O Estado de São Paulo, Folha de Londrina e “Folha do Campo”. E também para revistas de temas agrícolas, tais como, Dirigente Rural e Almanaque Rural. Recebeu o título de Vulto Emérito Cultural, HONRARIA CONCEDIDA PELO PODER LEGISLATIVO DE CAMPO MOURÃO. Na década de 80 lançou o livro Síntese Existencial (poemas). Participou em diversas obras literárias pela AME (associação mourãense de escritores). Após sua morte foi homenageado com seu nome em uma escola municipal em Campo Mourão.
Em Mamborê a Casa da Amizade do Rotary Clube também recebeu nome de Constantino Lisboa de Medeiros. “Um Homem à frente do seu tempo” um artista completo, indo de encontro às considerações finais pautadas e respaldadas nessa fala. - texto Giselta Veiga, ocupante atual da cadeira 06.
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