“Jogador de futebol fazer gol de letra, tá aí uma contradição da história” Murilo Leal
Há
122 anos foi criado o pênalti, a falta máxima do futebol, em 1891, precisamente
no dia três de março e que passou a vigorar no ano seguinte. Trata-se de uma
das regras que não sofreu alteração na aplicação da penalidade, embora muitas
discussões quanto à interpretação sejam tão caudalosas quanto a sua
antiguidade.
O futebol faz parte da cultura brasileira no sentido
popular do termo. E a cultura no futebol é ruim como os gramados de muitos
campos, até mesmo pondo-se mais areia do que grama. Aliás, areia no futebol não está apenas no espaço destinado às partidas,
mas nos estatutos, regras, nos programas esportivos e na cartolagem.
O despreparo emocional resulta da ausência de cultura de
vida de grande parte dos jogadores, destituído da razão e impregnada de
instinto. E quando se trata de pênalti fica evidente esta falta de competência.
Repare bem o caro leitor e especialmente o caro torcedor.
Ao marcar a penalidade máxima, os jogadores do time que tem a o pênalti para
bater, antes da cobrança chegam a comemorar exageradamente, se abraçam,
gesticulam. Eles “contam com o ovo antes da galinha ter botado”, o pênalti é
uma espécie de “favas contadas”, já que não se poderá ver muita gente comendo
apenas a grama rala. A torcida do time que tem o pênalti também vibra muito...
antes da hora.
Mas o amplamente esperado nem sempre acontece. A alegria
muda de lado.
Sim, futebol é tão paixão que a passionalidade ofusca,
cega e derruba. O cantar vitória antes do tempo gera o que parecia imponderável.
Não se trata de desejar negar a expectativa latente que foge ao controle, mas o
contágio do grito de gol já fora da garganta antes do tempo pelos jogadores põe
uma pressão ainda maior naquele que irá bater o pênalti. E se pênalti é loteria como diz o chavão
futebolístico, é preciso jogar, não na loteria propriamente, mas a bola para
dentro do gol em razão da penalidade cobrada certeiramente. E só depois
comemorar!
Comemorar antes da hora é ser maximamente estúpido e
minimamente prudente. Quem decide um título nos pênaltis não pode se sentir
injustiçado caso venha a perder. A cobrança de pênalti é apenas o único modo de
resolver uma decisão quando os dois times não tiveram a capacidade de ganhar
sem precisar de tal cobrança. E cada gol comemorado é também uma obrigação
cumprida.
Fases
de Fazer Frases (I)
Somos soma. Somamos o
que somos. E tudo é negativo quando sumimos.
Fases
de Fazer Frases (II)
Ainda que as flores
não tivessem perfumes, continuariam atrativamente belas, como a água feito
chuva, antes mesmo de fazer os rios.
Fases
de Fazer Frases (II)
O pedinte amola quem
não lhe dar esmola. De tanto esmolar a esmo continua o mesmo.
Olhos,
Vistos do Cotidiano (I)
Além das motos
irregularmente ocupando o estacionamento de carros, motos destinados à venda da
“Moto Marques” na Rua Prefeito Devete de Paula Xavier, em Campo Mourão, lá
puseram um cone sinalizador para dar um “ar” de sinal de trânsito, medida
coercitiva e fragrantemente ilegal.
E como se não bastasse o abuso, na última sexta alguém
sai da loja e “testa” o spray no
poste de luz que fica praticamente em frente à oficina. No mesmo poste que já
tem as iniciais de alguém, lembrando o velho ditado: “por onde o burro passa,
deixa o rastro”.
Olhos,
Vistos do Cotidiano (II)
De relator a presidente
do Supremo Tribunal Federal – STF, o ministro Joaquim Barbosa deixa claro o
mesmo empenho para a conclusão efetiva do julgamento do “mensalão”, com a
aplicação das penas. Enquanto tal não ocorre, os deputados José Genoíno e João
Paulo, ambos petistas, do PP Pedro Henry e Valdemar Costa Neto, PR, prosseguem
com os mandatos, como “guardiães do dinheiro público”, “embora tenham metido a
mão no jarro” do Erário. É esperar para ver, pois pagar o contribuinte pagou e
continua pagando.
Olhos,
Vistos do Cotidiano (III)
Seja lá como for, a
condição de “ex-papa” é mesmo estranha. Mas é fato e Bento XVI não papa mais. E será que o novo papa será velho, de novo?
Olhos,
Vistos do Cotidiano (IV)
As esperanças estão
se esvaindo para os candidatos que imaginavam que todo o concurso para o Corpo
de Bombeiros e Polícia Militar no Paraná seria anulado. Apenas em algumas
regiões o processo será refeito. Na internet, especialmente no “feici buqui”
muitos foram os protestos com tamanhos erros de conjugação verbal e destituídos
de argumento no mínimo razoável, que é possível antever que nesses casos
poderia se fazer mil concursos e muitos não passariam caso não sejam
alfabetizados.
Reminiscências
em Preto e Branco (I)
Em meio ás lembranças a saudade é inteira.
Reminiscências
em Preto e Branco (II)
Não podemos lembrar
tudo, ainda que tudo seja lembrança. E não podemos ser só lembrança, ainda que
a lembrança seja só.
José Eugênio Maciel, mourãoense, professor, advogado, sociólogo e membro da Academia Mourãoense de Letras.
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