COLUNA DA PROFESSORA MARIA JOANA: A esperança vem do Sul

"Que nunca nos entreguemos ao pessimismo, a esta amargura, que o diabo coloca diante de nós todo dia. Que nós não cedamos ao pessimismo e o desânimo". Papa Francisco

Um sopro vital de ares frescos vindo do sul das Américas, da Argentina, “quase no fim do mundo” trás uma grande esperança para a Igreja. O olhar do mundo e da Igreja católica se volta para o hemisfério sul do planeta, o chamado Novo Mundo, onde se encontra a maioria dos católicos e também os mais necessitados materialmente. Pela primeira vez na história temos uma papa jesuíta latino-americano, o primeiro não europeu desde o século 8, que escolhe ser o papa Francisco. Nenhum outro cardeal na história bimilenar da igreja escolhido como papa usou esse nome. Um papa jesuíta com um coração franciscano. O Espírito Santo sopra de onde quer e como quer...

A escolha de seu nome junta nele a humildade, o respeito, a fraternidade, a paz, a simplicidade de Francisco de Assis (1182-1226), aquele que viveu para testemunhar o Evangelho na sua radicalidade, que abandonou a riqueza e pompa, que andava de sandálias, e o de Francisco Xavier (1506-1552), companheiro de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus (os jesuítas), que dedicou sua vida à evangelização da Ásia, da Índia ao Japão, passando pela China, onde morreu.

Este é um primeiro sinal, uma indicação nominal de seu modo de ser e de sua missão: despojado, simples, humilde, claro, sem máscaras, verdadeiro e encarregado de levar boa notícia aos povos. Jesuíta reto, dialogante, simples e sumamente austero, ele viajava de metrô ou de ônibus por Buenos Aires e não gostava que lhe chamassem de eminência. Quando lhe perguntavam sobre como deviam se dirigir a ele, ele sempre respondia dizendo: padre Bergoglio.

Capaz, inteligente, profundamente espiritual e homem de uma sólida personalidade, de ação, iniciou seu papado com simplicidade, dispensando as pompas do poder: trono, elevador privado, limusine, jóias, capas... Logo após a escolha dispensa elevador privado, carro particular e vai de ônibus junto com os arcebispos até a Casa Santa Marta, pedindo “que Deus os perdoe por terem me escolhido”. Na manhã do primeiro dia, como peregrino vai agradecer a Mãe Maria na Basílica de Santa Maria Maior e pessoalmente pegar seus pertences e pagar a conta na casa do clero onde se hospedou...

Honrado, íntegro, de uma palavra só, de grande sensibilidade política, não se omitiu de enfrentar os problemas sociais e políticos como críticas a pobreza, a corrupção, a defesa incondicional da vida, conseguindo com suas atitudes e palavras, um longo currículo de indisposições com a atual presidente da Argentina. Mudando de atitude e interesses como é próprio de muitos políticos, a presidente agora enaltece o novo papa... A verdade e a mentira andam sempre de braços dados no mundo dos interesses políticos que a imprensa livre tem sempre revelado. Nunca a imprensa noticiou tanto sobre a Igreja, vasculhando em busca de mentiras, meias verdades, falhas...

Mas temos que caminhar, de ir em frente em busca de Jesus Cristo como o Papa Francisco mesmo reflete, "Nossa vida é um caminho, quando paramos, não vamos para frente." "No caminhar, no construir, no confessar, às vezes há problemas, movimentos que não são propriamente os movimentos do caminho, movimentos que nos levam para trás."

Neste espírito Pascoal de Vida Nova, de passagem da morte para a vida, vamos atender ao pedido do novo Papa e rezar muito por ele e por toda a Igreja, sem desanimar, sem perder a ESPERANÇA.“ Nos veremos em breve. Rezem por mim”

Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC-majocalderari@yahoo.com.br