12 de mai. de 2024

MÃE, MARIA, MULHER! Por Maria Joana Titon Calderari

 

Cresci vendo minha mãe Maria montar colchas de retalhos, juntando os pedaços de roupas velhas, cada qual com sua história, com sua vida, com sua saudade. 


Ainda hoje tenho comigo estas relíquias onde, como num antigo álbum de família, posso ler um pouco da vida, fazer a memória de nossa história. Ali o pano vermelho de meu vestido de crisma (lembro-me da imponência o bispo e da minha pequenez), aqui o pano de uniforme de gala de minha irmã (e o desejo de também crescer, estudar, ser uma normalista...), tantos outros retalhos cheios de saudades e do carinho materno.


Com o pouco estudo que tinha, soube passar para os filhos a força da Fé, a conformidade com os desejos de Deus, dizendo sempre as palavras de Maria "seja feita a TUA VONTADE", bem como o desejo de aprender, de estudar de ver mais do que a dura realidade que viveu.


Buscava passar esta vontade não só para os filhos, mas para os sobrinhos, os vizinhos, para todos com quem convivia na pequena cidade de interior de Santa Catarina.


Se hoje podemos estar aqui escrevendo, tentando enxergar mais longe é por que nos apoiamos nos seus ombros fortes e porque, como ela, também queremos deixar para nossos filhos, netos, amigos, alunos, retalhos que pode ser unidos e formar uma grande colcha de retalhos, costurada com o FIO DA ESPERANÇA infinita que só pode BROTAR DA FÉ.


São apenas gotas num oceano... Pinceladas em meio ao infindável quadro da vida que não é nada fácil de ser entendida.... 


Retratos da vida não muito coloridos, um pouco imprecisos, borrados mesmo, mas que sempre buscam focar o que mais nos toca o coração. Como folhear um velho álbum de fotos nos traz a memória tantas lembranças adormecidas, também escrever estes textos nos ajuda a entender a história tão recente e já tão perdida em nossa memória.


Neste tempo dedicado às MÃES, que nós possamos deixar tocar o nosso coração com muito amor, carinho, respeito por quem nos gerou, amamentou, acalentou, orientou, ensinou a viver. Por mais distantes que possam estar, fica a certeza de que, de onde estiverem, as mães continuam olhando por seus filhos, iluminando seus passos,-como faróis, indicando o caminho por onde andar, clareando e dando sentido a nossa ESPERANÇA.


Feliz dia das Mães a todos!


Do livro Retalhos costurados no fio da Fé e da Esperança. 


Maria Joana Titton Calderari - graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC,  fundadora da cadeira 25 da Academia Mourãoense de Letras Campo Mourão- majocalderari@yahoo.com.br

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