Às vezes eu sinto essa
necessidade em fechar essa janela que acessa o mundo.
Ela fala demais. E quem muito fala,
pouco diz. Confunde. Cria turbulências.
Fecho-a e saio ao encontro
da solidão e do silêncio.
É quando uma janela interna
começa a se abrir e a me oferecer
caminhos que me aconchegam
e que me trazem para dentro de mim.
E é com alívio que descubro
que, apesar de todas as turbulências
impostas pela janela que acessa o mundo,
dentro de mim eu ainda existo
e ali me recomponho.
Dentro de mim ainda posso ser
a criança que brinca.
O jovem que sonha e que se aventura.
Posso até ser o idoso que desfila
de patinete elétrico pelas ruas
bebendo das ilhas de sombra
das poucas árvores que restam.
Descubro que é dentro de mim
que me faço mais eu. Pois é ali,
dentro de mim, que me encontro
comigo e, principalmente, com Deus.
Oswaldoir Capeloto, poeta, escritor e fundador da cadeira 05 da Academia Mourãoense de Letras.
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