17 de out. de 2009

COLUNA DO NERY THOMÉ: A Tribuna perdeu um funcionário. Eu, um amigo!


"Nery, você sabe que pode contar comigo sempre e em qualquer lugar". Desta forma um tanto anormal Josemar (foto) se despediu de mim na sexta feira quando eu e minha família estávamos indo viajar para passarmos o feriadão em Buenos Ayres. Na hora achei esquisito o modo como ele falou. Diferente do tradicional boa viagem, até a volta, coisas do tipo. Pela manhã deste mesmo dia Josemar foi até Maringá buscar meu filho que estuda fora e na vinda para Campo Mourão ele veio comentando sobre a felicidade do trabalho que vinha desenvolvendo e sobre como estava passando um bom momento em sua vida.
Josemar era assim um cara de bem com a vida. Uma pessoa simples que a dezoito anos entrou em nossas vidas. Com o passar do tempo foi cativando a todos com seu jeito humilde, sincero e prestativo. Para ele não havia dia ruim. Sempre animado e a disposição para ajudar os demais colegas de trabalho. Quando soube de seu acidente e dos detalhes no principio eu fiquei chocado, mas quando soube de como foi sua conversa com sua esposa no dia seguinte na UTI eu fiquei tranqüilo e vi que Josemar estava normal. Até perguntou de mim ! Pediu seu celular para ficar com ele na UTI. Este era o Josemar que nós conhecemos e que não será esquecido. Eu e minha esposa após esta informação do primeiro momento já começamos a falar sobre como Josemar gostava do ar livre, de conversar com as pessoas que ele não aceitaria ficar parado entre quatro paredes e já começamos a fazer planos de enviá-lo aos maiores centros pensando numa prótese ou algo assim. Bobas conversas. Os planos para Josemar eram outros e a nós simples mortais, cabe aceitar os desígnios de Deus.
Desde seu falecimento dezenas de passagens me vieram pela cabeça e dezenas de conversas que tivemos sobre tudo. Desde família, educação dos filhos, politica, amizade, religião, sobre nossa região, sobre a pobreza de muitas famílias, sobre a falsidade. Viajávamos muito juntos e tanto Josemar como eu não agüentamos ficar de boca fechado por mais de alguns minutos (para não dizer segundos) e assim a prosa fluía solta. Desde seu óbito tenho pensado muito. Sobre fazermos o que gostamos de fazer, sobre como nossa passagem por aqui é efêmera se não cultivarmos nossa família e aos amigos. Amigos, ah os amigos e como Jose (para o pessoal de Bourbonia e de Luiziana ele era o Jose). Se você falar do Josemar por lá ninguém sabe quem era. Mas falar do Jose era tiro e queda; todos o conheciam e dele gostavam. Para ser sincero , chorei sozinho diversas vezes nestes dias. Afinal homem não chora. Que mentira! Josemar me fez chorar. Chorei pela perda, por sua família, por seus amigos, pela minha perda, pelos nossos sonhos, chorei por ter perdido um amigo leal e sincero.
Reflexões são necessárias nestes momentos. Até quando as leis vão facultar pessoas agirem de modo irresponsável e ficarem sem punição. Até quando veremos nossos amigos, pais, filhos serem vitimas de um sistema vigente corrupto e ineficiente. Josemar, a seu modo, fazia a sua parte contra isto e esta reflexão cabe a todos neste momento.
Josemar onde quer que você esteja, fique com Deus. Nós cultuaremos sua lembrança e seu exemplo de vida. Foram apenas 41 anos mas deixou uma legião de amigos. Descanse em paz !

Um comentário:

  1. O Josemar sempre foi um homem dedicado, humilde e de bom relacionamento com todos.Por irresponsabilidade de um sujeito, deixará saudades a muitas pessoas.


    Mateus R. Gozer

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