9 de out. de 2009

DATAFOLHA: pesquisa mostra que brasileiro tem percepção corrupção


Segundo pesquisa Datafolha publicada pelo jornal Folha de São Paulo - ao lado, charge do jornal publicada na matéria "Ninguém é inocente", no caderno Mais- o brasileiro tem alto padrão ético e moral, e ampla percepção de corrupção no país e 13% do total dos entrevistados admitem ter negociado voto em troca de dinheiro, emprego ou presente.
Na matéria veiculada pelo jornal Folha de São Paulo no último domingo, os resultados mostram a comsciência dos brasileiros com relação a corrupção que é reprovada, mas praticada em vários poderes constítudos no país.
Abaixo, os números da pesquisa para sua reflexão e comentários.
94%
dizem ser errado oferecer propina, e 94% concordam ser repreensível vender voto.
"Um país em que os eleitores trocam voto por dinheiro, emprego ou presente e acreditam que seus concidadãos fazem o mesmo costumeiramente; um país em que os eleitores aceitam a ideia de que não se faz política sem corrupção; um país assim deveria ser obra de ficção, como em "Os Bruzundangas" (Ediouro), livro de Lima Barreto de 1923.
13% dos ouvidos admitem já ter trocado voto por emprego, dinheiro ou presente -cerca de 17 milhões de pessoas maiores de 16 anos no universo de 132 milhões de eleitores.
10% mudaram o voto em troca de emprego ou favor;
6% em troca de dinheiro;
5% em troca de presente.
12% afirmam que estão dispostos a aceitar dinheiro para mudar sua opção eleitoral; 79% acreditam que os eleitores vendem seus votos;
33% dos brasileiros concordam com a ideia de que não se faz política sem um pouco de corrupção.
92%, dizem que há corrupção no Congresso e nos partidos políticos;
88%, dizem que há corrupção na Presidência da República e nos ministérios.
13% ouviram pedido de propina, e 36% destes pagaram;
5% ofereceram propina a funcionário público;
4% pagaram para serem atendidos antes em serviço público de saúde;
2% compraram carteira de motorista;
1%, diploma.
83% admitiram ao menos uma prática ilegítima ao responder a pesquisa (7% reconheceram a prática de 11 ou mais ações ilegítimas, admissão considerada "pesada";
28% dizem ter praticado de 5 a 10 ações;
49% tiveram uma conduta "leve", com até quatro irregularidades).
31% dos entrevistados colaram em provas ou concursos (49% entre os jovens);
27% receberam troco a mais e não devolveram;
26% admitiram passar o sinal vermelho;
14% assumiram parar carro em fila dupla.
68% compraram produtos piratas;
30% compraram contrabando;
27% baixaram música da internet sem pagar;
18% compraram de cambistas;
15% baixaram filme da internet sem pagar.
97% dos que ganham mais de dez mínimos assumem ter cometido infrações e 93% daqueles que têm ensino superior também);
17% dos mais ricos assumem frequência pesada de irregularidades (11 ou mais atos).
76% entre os mais pobres assumem infrações;
74% dos que têm só o ensino fundamental afirmam o mesmo.
74% dizem que sempre respeitam as leis, mesmo se perderem oportunidades;
56% afirmam que a maioria tentaria tirar proveito de si, caso tivesse chance.
Opinião - A antropóloga Lívia Barbosa, autora de "O Jeitinho Brasileiro" (ed. Campus), acredita que, apesar das desigualdades econômicas e sociais, os brasileiros das mais diferentes faixas etárias, de gênero e de renda, níveis de escolaridade e filiações partidárias pensam "corretamente" a respeito de ética, moralidade e corrupção. "Ou vivemos na Escandinávia e não sabíamos e, portanto, devemos comemorar; ou o que fazemos na prática corresponde pouco ao que dizemos que fazemos e pensamos que deveria ser feito", diz Barbosa.
Povo e elite - O cientista político Renato Lessa reedita máxima de San Tiago Dantas: "o povo enquanto povo é melhor do que a elite enquanto elite". "Não ficamos "mal na fita". Há uma generalizada e consistente presença de marcadores morais e éticos. Cremos saber o que é a corrupção e onde e quando se apresenta. No mais, desconfiamos dos outros", opina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário