Na nova encíclica social "Caritas in veritate" Bento XVI expressou seu desejo de que este documento "ajude à humanidade a sentir uma única família comprometida em realizar um mundo de justiça e de paz". Esta nova encíclica ressalta que "a caridade na verdade é a principal força impulsora do autêntico desenvolvimento da pessoa e da humanidade. (...) Só com a caridade, iluminada pela razão e pela fé, é possível alcançar objetivos de desenvolvimento dotados de valor humano".
A Encíclica aprofunda a reflexão sobre questões sociais de grande interesse para a humanidade de nosso século, tendo em conta, de modo especial, o que escreveu Paulo VI em 1967 na Populorum Progressio. O papa não deseja oferecer soluções técnicas aos grandes problemas sociais do mundo atual mas recordar os grandes princípios indispensáveis para construir o desenvolvimento humano nos próximos anos, entre os quais destaca, em primeiro lugar, a atenção à vida do homem, núcleo de todo progresso autêntico, mas sem considerar-se o dono absoluto do próprio destino; o respeito do direito à liberdade religiosa; a ética na economia na política que no podem guiar-se apenas pela busca de lucro; o respeito ao meio ambiente; a indispensável tarefa de "redistribuir" as riquezas do Estado; o acesso à água e à alimentação como "direitos universais"; a reforma agrária.
Diante dos sérios desafios mundiais ALERTA que são necessários homens retos tanto na política como na economia, que estejam sinceramente atentos ao bem comum , preocupados com o drama da fome e da segurança alimentícia, eliminando as causas estruturais que a provocam e promovendo o desenvolvimento agrícola dos países mais pobres. Seguidamente indicou que "é necessário um estilo de vida diferente por parte de toda a humanidade, no qual os deveres de cada um com respeito ao ambiente se entrelacem com os da pessoa considerada em si mesmo e em relação com outros".
Bento XVI assinalou também que perante "os problemas enormes e profundos do mundo atual é necessária uma autoridade política mundial regulada pelo direito, que respeite os princípios de subsidiariedade e solidariedade e se oriente firmemente à realização do bem comum, respeitando as grandes tradições morais e religiosas da humanidade". São tantos os conflitos religiosas a espera de libertação. Nos campos de Darfur, na prisão a céu aberto de Gaza ou entre os iraquenses acampados nos confins da Síria, ou em qualquer outro campo de concentração no qual estão refugiadas as vítimas das guerras e dos conflitos étnico-religiosos seres humanos esperam uma respostas concreta.
Provavelmente o documento do papa não chegará diretamente aos “pobres da terra” que dificilmente o lerão, mas certamente chega a todos aqueles que por fé religiosa ou por consciência humanitária estão envolvidos no problema da pobreza no mundo e esperam palavras novas daqueles que são devedores de uma esperança fundada sobre as promessas bíblicas e sobre o anúncio evangélico. Grande alegria espiritual e generoso passo em frente se verificaria no ecumenismo no dia em que as igrejas de qualquer denominação e as religiões de todo o planeta convergissem com os “homens” (... e as mulheres) de “boa vontade” no enfrentamento do problema da pobreza no mundo. Então se poderia exclamar com as palavras das Bíblia: “E a luz se fez”.
A pratica da solidariedade, da caridade pode unir crentes e não crentes em projetos concretos e libertadores, concretizando o mandamento cristão de amar ao próximo com a si mesmo, presente em todas as religiões. É um sinal de esperança em meio a tanta desesperança, crises, mentiras, desequilíbrio familiar, social, político. Depende de nós construir um mundo melhor, mais verdadeiro, onde haja Caridade e Verdade!!!
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC- majocalderari@yahoo.com.br
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