“É claro que meus filhos terão computadores, mas antes terão livros.” - (Bill Gates)
No dia 29 de outubro de 1810 foi fundada a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, com o acervo bibliográfico doado pela família real portuguesa e reforça a importância dos livros e das bibliotecas no acesso à informação.
O poeta abolicionista Castro Alves (1847-1871), patrono da cadeira n.º 7 da Academia Brasileira de Letras, imortalizou na obra literária Espumas Flutuantes, de 1870, que é bendito o que semeia livros à mão cheia e manda o povo pensar. Por sua vez, Monteiro Lobato (1882-1948) um dos primeiros autores de literatura infantil de nosso país e de toda América Latina, legou-nos a lição de que um país se faz com homens e livros. Enquanto o poeta, tradutor e jornalista gaúcho Mário Quintana (1906-1994) descreve que os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem, porque o livro traz a vantagem de a gente estar só e ao mesmo tempo acompanhado.
No Brasil existem cerca de 100 milhões de leitores, que compõe 52% da população. Gratificante acompanhar que um levantamento atualizado aponta alta de 46,5% na venda de livros em 2021, com dados levantados pela pesquisa oficial Retratos da Leitura no Brasil. Os números apontam que as vendas de livros cresceram no primeiro semestre em relação ao mesmo período ao ano anterior. Entre crianças de 5 a 10 anos, a proporção de leitores subiu de 67% para 71%, de 2015 a 2019. Além disso, o gráfico aponta que essa faixa etária prefere os livros físicos aos digitais. Ainda assim, houve alta nas vendas de e-books e áudio-livros. O crescimento no setor em 2020 foi de 43% em meio à pandemia de Covid-19. Esses dados são importantes para conhecermos indicadores e hábitos de leitura dos brasileiros, além de orientar políticas e promover quem investe na leitura como instrumento de transformação social.
Temos informações que dão conta de que o brasileiro lê, em média, cinco livros por ano, sendo aproximadamente 2,4 livros lidos apenas em parte e 2,5 inteiros. A Bíblia é apontada como o tipo de livro mais lido pelos entrevistados e também como sendo o mais marcante.
A primeira obra literária produzida no Brasil foi “Marília de Dirceu”, de Thomás Antônio Gonzaga, em 1808. A obra já havia sido publicada em Portugal e pode ser impressa com a fundação da Imprensa Régia, a primeira editora do Brasil, sob comando e mediante autorização de D. João VI. A decisão sobre quais livros seriam publicados era toda dele.
Até então, os livros que eram vendidos por aqui eram produzidos principalmente na Europa. Apenas em 1821 a censura prévia deixa de existir e foi decretado o fim do monopólio da coroa sobre as publicações.
É notório que a Internet e as redes sociais são razões para a queda de percentual de novos leitores, sobretudo (pasmem) dentre as camadas mais ricas e com ensino superior. É certo que um dos fatores que mais influencia o hábito da leitura é o incentivo de outras pessoas, em especial, os da convivência diária e os professores, que atuam como mediadores e influenciadores.
Em 29 de outubro, comemora-se no Brasil o Dia Nacional do Livro. A data remonta à fundação da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Neste dia, em 1810, foi trazido para o Brasil um enorme acervo da Real Biblioteca Portuguesa, que deu origem à instituição. Atualmente, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro é a maior da América Latina, segundo a Unesco e está também entre as dez maiores do mundo.
Segundo Platão, um dos mais importantes filósofos da Grécia Antiga, nascido em Atenas, no ano de 428 a.C. e falecido em 348 a.C., discípulos de Sócrates e o primeiro teórico idealista, que escreveu sobre diversos temas, como amor, amizade, política, justiça, imortalidade da alma, dentre outros; os livros dão alma ao universo, asas para a mente, voo para a imaginação, e vida a tudo. Daí a visão do poeta, escritor e crítico argentino Jorge Luís Borges (1899-1986), considerado uma das maiores expressões literárias de seu país, que sempre imaginou que o paraíso fosse uma espécie de livraria.
Concluo recordando que os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas; os livros só mudam as pessoas. Viva o Dia Nacional do Livro.
GILMAR CARDOSO, advogado, poeta, membro do Centro de Letras do Paraná e fundador da Cadeira nº 01 da Academia Mourãoense de Letras.
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