É
véspera de Natal, a família saiu para ver as luzes no centro da cidade e também
se alimentar de ilusão nesta época de magia e encantamento. Lá em sua casinha,
embaixo da árvore de Natal estão três cartinhas ao Papai Noel com pedidos
específicos: “Um emprego para o papai, duas bonecas e um carrinho”.
Durante
a caminhada, eles entram na Igreja que também está toda enfeitada e João faz
uma oração no silêncio do seu coração: “Jesus, obrigado pela família linda que
o Senhor me deu, mas, faz hoje um milagre, que eu possa dar os presentes das
crianças em uma ceia de Natal lá em casa. Ah, ia me esquecendo, preciso de um
emprego... amém”.
Voltando
para o lar, de longe dava para perceber que algo tinha mudado, pois, não tinha
condições de ter enfeitado a casa com luzes igual ao centro da cidade. Apesar
de simples, a casinha destoava no bairro pobre, com tanta luz que piscava. Ao entrar,
a família se deparou com a mesa decorada com uma farta ceia de Natal e em baixo
da árvore estavam os presentes das crianças e um envelope para João.
“Estou
atendendo o seu pedido e como sei que você é um homem honrado e só quer ter a
dignidade de um trabalho, tudo isso será descontado no seu salário em suaves
prestações. A minha empresa está te contratando na função de pedreiro, com um
salário digno à sua profissão”. A carta estava assinada por um dos empresários
mais importantes da cidade, que era dono também de uma grande construtora.
Como
diz a canção ‘Estou Pensando em Deus’, do Padre Zezinho: “Tudo seria bem melhor
/ Se o Natal não fosse um dia / E se as mães fossem Maria / E se os pais fossem
José / E se os filhos parecessem / Com Jesus de Nazaré." A fé não precisa de
explicações e João não queria entender como aquele empresário se transformou em
seu Jesus no Natal. Ele apenas ajoelhou, agradeceu por esta Noite Feliz com a
sua família e por todas as outras que virão, agora que está empregado.
- Antonio
José, diretor e editor do Jornal O Liberal de Campo Mourão; tem três livros de
poesias editados: Lágrimas (1989) em coautoria com Oswaldoir Capeloto, Fragmentos
(1998) e Mais Uma Vez a Poesia! (2002). Em tudo que faz usa uma frase que
sintetiza o que mais acredita na vida depois de Deus: É Permitido Sonhar…!
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