1. Reze sempre, sem deixar de fazê-lo, com fervor, diariamente pelas vocações. Nos EUA numa pequena paróquia tinha 700 padres. O Bispo daquela diocese dizia: “aqui tem adoração o ano inteiro em todas as paróquias e casas religiosas pedindo operários para a messe”.
2. Fale, pergunte e explique aos catequizandos a respeito da sua vocação focando a pessoa de Jesus e o grande bem que um padre é para as famílias e para a sociedade.
3. Não tenha medo de receber uma resposta negativa ou até uma gozação ou irritação de alguém ao apontar e atrair algum vocacionado. Colaborem com os formadores dos seminários na sua missão e ajude um vocacionado pobre.
4. Não pense que Deus dá vocações para adultos ou só para crianças. Há vocacionados desde o útero materno. Creio que toda hora, toda idade, toda a etapa da vida é hora de Deus chamar. João e André foram chamados às 4 horas da tarde, na “undécima hora”. Moisés foi chamado aos 80 anos. Ordenei um diácono viúvo com 78 anos. É um excelente sacerdote.
5. Visite famílias, escolas, faculdades e fale sobre a vocação de modo simpático, atraente e convincente, cuidando para não ser inoportuno.
6. Fale sempre bem da Igreja, dos seminaristas e dos padres em casa e em qualquer lugar. Mesmo onde há falhas e defeitos por parte das pessoas de Igreja é possível falar e fazer ver o lado positivo.
7. Ajude um vocacionado a dar os primeiros passos: falar com seus pais, orientar-se com um padre, visitar um seminário, ser coroinha, entrar na Infância Missionária. Minha mãe percebia que o filho da nossa vizinha tinha vocação, foi falar com a mãe do menino, hoje ele é bispo auxiliar em Porto Alegre.
8. Apoie, participe da Pastoral Vocacional, leia sobre a vocação, conheça a vocação de todas as personalidades bíblicas: Abraão, Moisés, Elias, Samuel, Jeremias, Pedro, João, Paulo. Conheça e invoque santos e santas que foram padres ou religiosas.
9. Motive os pais, parentes e amigos do vocacionado para que apoiem, cultivem, promovam um (a) filho(a), parente vocacionado na família. Muitos vocacionados desistem pelo negativismo dos pais e a gozação dos colegas.
10. Faça de tudo para que o pároco, as lideranças, as pastorais, os movimentos, os grupos de jovens incentivem as vocações. Um ponto chave para cultivar o vocacionado é a unidade e a alegria dos padres. Um presbitério unido e alegre é propaganda vocacional.
11. Combata o “bulling vocacional”. Vamos agora refletir sobre um tema muito atual que é o “bulling vocacional”. É hora de reagir, a três tipos de bulling.
a) Bulling dos colegas. Um jovem tem receio de dizer que quer ser padre porque leva logo uma vaia, ganha apelidos, é vítima de gozações e até humilhação. Lembremos que toda vocação passa por provações. É preciso remar contra a corrente. Diante deste fato, o vocacionado precisa selecionar suas amizades, participar do grupo de jovens, procurar orientação vocacional. Quantos vocacionados encontram apoio, estimulo e ajuda de tantas pessoas que são verdadeiros anjos vocacionais.
b) Bulling dos familiares. Muitos vocacionados evitam falar de vocação em casa porque pais, irmãos, parentes são os primeiros a desanimá-los com uma série de impedimentos, dificuldades, gozações. Quantos sacerdotes, religiosos e santos enfrentaram clima negativo da família para defender e confirmar sua vocação. É preciso tomar a cruz. A cruz do bulling é uma das mais perversas porque julga, projeta conceitos falsos, usa as armas destrutivas da crítica, da humilhação, da mentira. Só com muita oração, muita leitura orante, boas amizades e orientação de pessoas competentes e o bom testemunho dos sacerdotes se vence estes desafios.
c) Bulling da sociedade. Fazem-se mil caricaturas do padre. Eis algumas: grosseiro, tradicionalista, moderninho, homoafetivo, dependente da mãe, liberal, etc.. Em nossas casas e nas rodinhas dos bares, churrascos, almoços, um dos assuntos mais comentados é depreciar a Igreja e falar mal dos padres. Nós todos precisamos ser mais corajosos, otimistas, motivadores das vocações. Chega de tanta omissão e negativismo Jesus merece ser propagado, amado, conhecido e seguido.
Dom Orlando Brandes, arcebispo metropolitano de Londrina. Do site da arquidiocese de Londrina
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