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26 de out. de 2011
COLUNA DA PROFª MARIA JOANA: “Segundo tempo”? Terceiro tempo? Prorrogação...
Numa semana em que a Copa do mundo de 2014 e as denúncias de corrupção no ministério dos esportes (vai gerenciar os gastos da Copa...) estiveram nas manchetes, vale relembrar alguns fatos que prenunciam o que está por vir no terceiro tempo... prorrogação...
Reduto do PCdoB já no governo Lula, o Ministério dos Esportes é apontado pelo Tribunal de Contas da União como foco de fraudes desde 2006. O programa “Segundo Tempo”, criado em 2003 para incentivar o esporte de crianças carentes, é agora alvo das denúncias que constrangem o ministro Orlando Silva, já foi objeto de auditoria específica do TCU desde 2005, quando foi pedido providências para fechar os ralos. Em março de 2009, concluiu-se que continuavam abertos, conforme relatório.
“As irregularidades ocorridas no Programa Segundo Tempo são mais um exemplo de como os recursos federais executados por meio de convênios, ou instrumentos similares, não são devidamente controlados.” Detectaram falhas em praticamente todos os estágios do programa. ONGs(de amigos, partidários...) beneficiadas com cifras milionárias são selecionadas por “critérios subjetivos”. Fazem convênios (cerca de 200 até 2008 envolvendo R$221,1 milhões) “com instituições que não possuem capacidade técnica e administrativa para executá-los. ”A fiscalização, por “ineficiente”, estimula os desvios”.
De 160 convênios, verificou-se que 105 não haviam merecido da pasta dos Esportes uma mísera vistoria in loco. Metade dos convênios (48%) tem prestações de contas “irregulares”, com papel “inidôneo”. ”Do total de convênios com impropriedades, 27% obtiveram a renovação”, escreve o TCU em seu documento.
O que a imprensa (se não fosse a imprensa livre...) está denunciando apenas confirma e coloca mais lenha na montanha das denúncias de corrupção, de mau uso do dinheiro publico, de falta de gerenciamento, controle, fiscalização na administração das suadas verbas dos impostos que pagamos e que são desviados para caixa dois de partidos políticos, financiamento de campanha, empresas de fachada, ONGS fictícias que dizem pagar pedágio para receber as verbas dos convênios irregulares que existem aos milhares por este país.
Isso em pleno de execução de obras (atrasadas e por isso) sem licitação para a Copa-2014 e Olimpíadas 2016, que envolvem bilhões e bilhões, numa conta ainda não previsível o que confirma que somos realmente um país rico que se dá o luxo de gastar sem saber quanto vai sair à conta, quanto vai se desperdiçar, desviar, superfaturar... O ministério dos esportes que não consegue (ou não quer?...) controlar seus 200 convênios do projeto Segundo Tempo vai controlar tantos gastos, obras, jogo de interesses, ambições???Em Brasília, capital da copa... e da corrupção???
Olhando para a crise mundial, vemos mais um lance de “bondade do rico” Brasil através do nosso ministro Mantega, que se propõe a ajudar o FMI e o grupo dos países do G-20 a socorrer os bancos da Grécia (a quebradeira não piorou com os gastos das Olimpíadas?) e dos possíveis países em crise da Europa: Portugal, Espanha, Irlanda e Itália. E a Líbia, liberta do mais antigo dos ditadores Gaddafi, admirado por Lula...
Temos primeiro que fazer a nossa lição de casa e aprender com os erros dos ex países ricos do mundo, como os protestos dos indignados em 951 cidades em 82 países do mundo. “Unidos por uma mudança global”, o protesto uniu pessoas da América a Ásia, da África a Europa, para lutar por seus direitos e pedir uma autêntica democracia, que não atue apenas em benefício de 1% mas atenda a grande maioria, os 99%... muitos desempregados ou com arrocho salarial, privados de suas rendas, sonhos, esperanças.
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC-
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