25 de out. de 2010

COLUNA DO PROF. MACIEL: o feio da eleição é se perder


"A esperança é o pão sem manteiga dos desgraçados”
Aparício Torelly (Barão de Itararé)

Se alguém disser que um senador, qualquer um deles, não tem coração, esse alguém estará totalmente enganado. Todos os atuais senadores e os que já passaram pelo Senado têm um ótimo coração! O bom coração deles se caracteriza pela bondade em abundância. Claro, a bondade abundante das nobres excelências é para eles mesmos e se estende aos familiares de cada parlamentar.
Oito anos de mandato de um senador é fixinha - limpa ou suja – e não é nada ante aos incontáveis privilégios inerentes ao Senado Federal. Como são muitos, basta citar um fato para estarrecer. O senador Romeu Tuma (PTB-SP), quando fazia campanha para tentar se reeleger, teve agravado o estado de saúde, tanto é assim que prossegue internado. Dada a gravidade do problema cardiológico, ele recebeu um coração artificial que auxiliará nos batimentos. O coração artificial veio da Alemanha e custou 700 mil reais.
Para seis milhões de brasileiros que sofrem de problemas semelhantes ao do senador certamente é muito dinheiro, pois se não fosse o valor elevado esses mesmos brasileiros também mandariam vir do exterior um coração artificial e pagariam 700 mil.
Aí que vem o detalhe, os seis milhões e todos nós demais brasileiros, pagaremos a conta do senador. O Senado, com o dinheiro do contribuinte, bancará toda esta conta, como aliás paga os ex-senadores quando eles têm problemas médico-hospitalares.
Tuma faz parte de uma elite de 400 brasileiros que inclui os atuais 81 senadores, quem já foi, além dos familiares deles. O plano de saúde do Senado nem de longe lembra o SUS e apenas este ano o Poder Legislativo já pagou 32 milhões de reais com despesas médicas.
A palavra privilégio, que etimologicamente se origina do latim privilegiu, junção da palavra légis, privilégio são leis privadas típicas da nobreza. Privilégio é o direito exclusivo, a regalia, a imunidade individual e, como tal, para poucos. Portanto a vantagem concedida aos senadores, como o Tuma, é sustentada pela gente pobre que morre nas filas de hospitais tantas vezes caindo aos pedaços, (ambos) à míngua, pessoas abortadas pelas elites econômicas e políticas que predominam no Senado. Os detentores dos privilégios senatoriais chegam lá pelo voto do povo, um povo envolto pelo sorriso dos belos dentes e de generosos corações, bem tratados pelo Erário. Fases de Fazer Frases (I)
Senil é o Senado brasileiro de insanidade sem sanção.
Fases de Fazer Frases (II)
Dispense o que dispersa e pense no que pesa, com sopesar.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Nem é preciso adivinhar o que foi prometido para a nossa região em véspera eleitoral do segundo turno: a centenária Boiadeira. Enquanto a promessa é novamente para boi dormir, batem palmas as vacas de presépio, algumas recém eleitas.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Segundo o Ibope, 30% dos paranaenses declararam não mais lembrarem em quem votou para deputado, conforme noticiou o jornal Gazeta do Povo. O Ibope também fez pesquisa na boca da urna e alardeou que não haveria segundo turno para presidente. Errou feio. Mas, sobre os que não mais se lembram, é de se perguntar, qual é a margem de erro? Quem não lembrar em que votou já caminha para a própria marginalização política, que pode ser chamada de alienação, para mais ou para menos.
Reminiscências em Preto e Branco (I)
Como o título de hoje e a frase abaixo logo a seguir ao mesmo título são do Aparício Torelly, o humorista Barão do Itararé, gaúcho da cidade de Rio Grande e que fez história no jornalismo brasileiro, é oportuno citar outra dele. Após levar uma surra por ter escrito algo que desagradou determinadas pessoas, ele retornou ao jornal A manha (sem acento, pois era uma crítica ao concorrente que se chamava A manhã), e colocou à entrada da porta, “entre, sem bater”. De fato, não apanhou mais.
Reminiscências em Preto e Branco (II)
Nos tempos dos vídeos-cassete, de duas, três ou quatro cabeças, era possível saber se o filme já estaria terminando. Bastava olhar na fita, mostrando a grossura da bobina de um lado e fina de outro. Na locadora, ao devolver a fita VHS ela tinha que ser rebobinada. Eram mesmo muitas cabeças, fitando a vida em rolos.
Reminiscências em Preto e Branco (III)
Nada mais se movimenta com o uso das mãos, mas antes tudo era a manivela. De costura, a vapor, o cilindro, máquinas que funcionavam pela propulsão humana, quando o próprio tempo existia e era mais humano. Hoje não se vela mais o tempo a mão como outrora a manivela.

José Eugênio Maciel escreve aos domingos na Tribuna e durante a semana no BLOG DO ILIVALDO DUARTE

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