A
riqueza da Palavra de Deus, neste domingo, leva-nos, em primeiro lugar, à
sentença inicial do Livro de Eclesiastes: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade” (Eclesiastes
1,2). Se prestarmos
atenção à nossa própria vida, vamos perceber o quanto somos vaidosos, o quanto
nos aplicamos e nos determinamos para ter isso e aquilo, mas, depois de um
tempo, aquilo que queríamos muito torna-se desprezível, sem valor nem
importância.
A própria beleza,
à qual nos aplicamos em ter, adquirir e cuidar é também vaidade. Até digo que
“vaidade” é aquilo que vai com a idade. Muitos não querem nem que a idade
chegue, que avance e assim por diante.
Que beleza saber
que os anos avançam, que a nossa vida começa quando somos crianças e chegamos a
ser homens e mulheres adultos! O que não podemos é fazer da nossa vida um mar
de vaidades!
A primeira das
vaidades é a cobiça.
Cobiçamos isso e aquilo, e a cobiça se transforma na ganância do ter e do
poder, a ganância de possuir coisas! E quando menos esperamos, a nossa vida
terrena termina, acaba, chega ao fim.
O que
levamos da vida? Nenhuma das
vaidades! Não levamos o corpo bonito que cultivamos nem a aparência que temos
sobre nós. Não levamos nem o batom que passamos na boca! Eu sei que, até na
hora de morrer, a pessoa quer ficar bem arrumadinha – é direito dela –, mas, no
fundo, vamos para o mesmo lugar e seremos ossos do mesmo jeito.
O que vai
ficar? Aquilo que
semeamos de bem, de bondade e generosidade. Ficará a graça de Deus, que nunca
morre e nos transforma para a eternidade.
As vaidades nos
afastam, muitas vezes, da graça de Deus, do Seu Reino, de sermos bons para com
os outros. Porém, a generosidade e os valores evangélicos permanecem para
sempre!
Trabalhemos para
ter o melhor da vida, entretanto, esse “melhor” não são os bens que adquirimos
ou possuímos, mas o bem vivido e praticado, a generosidade estampada em nossos
atos e atitudes. Isso nem a morte poderá roubar de nós! Deus abençoe
você!
Padre Róger Araújo, Canção Nova.
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