“Dirigi por 63
anos e nunca sofri um acidente. Parei faz pouco mais de quatro anos”, conta
Dona Delézia, que faz parte do Clube do Fusca de Campo Mourão com seu “fuca”
que ganhou do marido em 1986. Das muitas histórias enquanto foi motorista,
lembra de uma na década de 70, quando foi a Curitiba, comprou uma camionete e
veio dirigindo até Campo Mourão.
Dona Delézia ainda
estuda inglês e conta que
conheceu países dos cinco continentes. “Viajei muito
com meu marido e depois que ele faleceu, com minhas filhas. Com o Paulino
acompanhei nos Estados Unidos o lançamento do foguete que pousou na Lua, em
julho de 1969”, conta orgulhosa, ao lado dos livros de inglês que costuma ler.
Ela acompanha o noticiário do mundo pela internet e conversa com os netos e
filhos que moram em outros países.
Ela lembra como
era Campo Mourão e especialmente o Lar Paraná na década de 50: “muita poeira,
muitas queimadas e grandes formigueiros. Era um tempo muito difícil”, conta.
Mas hoje ela elogia a cidade. “Não tem lugar melhor, adoro viver aqui. Campo
Mourão é uma flor que desabrochou, se desenvolveu bastante, só precisa cuidar
melhor das calçadas, das ruas dos bairros e as pessoas terem mais cuidado no
trânsito, porque acontecem muitos acidentes”, analisa. Mesmo não tendo mais a
obrigação de votar, na eleição de outubro do ano passado ela compareceu na sua
seção e votou para os candidatos escolhidos.
Enquanto concedia
a entrevista, Dona Delézia era informada pelas filhas sobre o andamento dos
preparativos para a festa de aniversário. “Amanhã vão chegar os outros filhos e
netos”, comemorava. A escolha do local para construir a casa, segundo ela,
levou em conta a localização em um ponto mais alto
Texto e fotos: Valdir Bonete, jornal Tribuna.
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