
Imigrante italiana radicada no Brasil desde os nove anos de idade, Santa Paulina adotou o Brasil como sua pátria e os brasileiros como irmãos.
Imigrou para o Brasil, juntamente com seus pais, seus irmãos e outras famílias da região Trentina, no ano de 1875, estabelecendo-se na localidade de Vígolo - Nova Trento - Santa Catarina - Brasil. Em 1887 faleceu sua mãe e Amábile cuidou da família até o pai contrair novo casamento. Desde pequena ajudava na Paróquia de Nova Trento, especificamente na Capela de Vígolo, como paroquiana engajada na vida pastoral e social.
Aos 12 de julho de 1890 com sua amiga, Virginia Rosa Nicolodi, deu início à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, cuidando de Angela Viviani, em fase terminal de câncer, num casebre doado por Beniamino Gallotti. Após a morte da enferma, em 1891, juntou-se a ela mais uma entusiasta de ideal: Teresa Anna Maule.
Em 1894 o trio fundacional da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição transferiu-se para a cidade de Nova Trento. Receberam em doação o terreno e a casa de madeira dos generosos benfeitores: João Valle e Francisco Sgrott, hoje um centro de encontros.
A itinerância missionária
Em 1903, Santa Paulina foi eleita, pelas Irmãs, superiora geral, por toda a vida. Nesse mesmo ano, deixou Nova Trento para cuidar dos ex-escravos idosos e crianças órfãs, filhas de ex-escravos e pobres no Ipiranga, em São Paulo - SP. Recebeu apoio do pe. Luiz Maria Rossi e ajuda de benfeitores em especial do conde Dr. José Vicente de Azevedo.
Em 1909, a Congregação cresce nos estados de Santa Catarina e São Paulo. As Irmãs assumem a missão evangelizadora na educação, na catequese, no cuidado às pessoas idosas, doentes e crianças órfãs.
Nesse mesmo ano, Santa Paulina é deposta do cargo de Superiora Geral pela autoridade eclesiástica e enviada para Bragança Paulista, a fim de cuidar doentes e asilados, onde testemunha humildade heróica e amor ao Reino de Deus. Compreendendo que a obra é de Deus e não sua, ela se submete humildemente e permanece por 09 anos naquela missão.
Em 1918, Santa Paulina é chamada a viver na sede Geral da Congregação, onde testemunha uma vida de santidade e ajuda na elaboração da História da Congregação e no resgate do Carisma fundante. Acompanha e abençoa as Irmãs que partem em missão para novas fundações. Alegra-se com as que são enviadas aos povos indígenas em Mato Grosso, em 1934. Rejubila-se com o Decreto de Louvor dado pelo Papa Pio XI, em 1933, à Congregação.
Santa Paulina morre aos 76 anos, na Casa Geral em São Paulo, dia 9 de julho de 1942, com fama de santidade; pois viveu em grau heróico as virtudes de FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE e demais virtudes.
Processos de Beatificação e Canonização
Para a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, a comemoração dos 10 anos de Canonização (em 2012) faz recordar todo o processo de beatificação e canonização de Santa Paulina. O primeiro milagre foi registrado em Imbituba (SC), no qual foi reconhecida a cura instantânea, perfeita e duradoura de Eluíza Rosa de Souza, que possuía uma doença complexa: a morte intra-uterina do feto e sua retenção por alguns meses; extração com instrumentos e revisão do útero, seguida de grande hemorragia e choque irreversível. O caso foi discutido e, posteriormente, o Santo Padre ratificou em decreto aprovando as conclusões da Congregação para as Causas dos Santos.

Histórico de Santa Paulina
16 de dezembro de 1865 – Nasce Amábile Lúcia Visintainer, filha de Antônio Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer, em Vigolo Vattaro, Trentino Alto Ádige, Itália.
Outubro de 1875 – Amábile e seus pais chegam a Santa Catarina, no Brasil, junto com a primeira leva de imigrantes para este Estado.
12 de Julho de 1890 – Amábile funda a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, em Vígolo, Nova Trento (SC).
07 de dezembro de 1895 – Amábile faz seus votos religiosos e passa a ser conhecida como Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus, a Madre Paulina.
02 de fevereiro de 1903 – Madre Paulina transfere-se para São Paulo, onde inicia a obra da “Sagrada Família”, ajudando filhos de ex-escravos e idosos no bairro Ipiranga.
29 de agosto de 1909 – Madre Paulina acaba deposta de seu cargo de superiora geral, sendo transferida para Bragança Paulista.
Setembro de 1909 – Em Bragança Paulista, a Madre Paulina trabalha como lavadeira, faxineira e enfermeira, cuidando de doentes e inválidos.
1918 – Madre Paulina retorna para São Paulo.
19 de maio de 1933 – Recebe o Decreto de louvor de sua obra, concedido pelo Papa Pio XI.
18 de março de 1938 – O braço direito da Madre, que era diabética, é amputado.
09 de julho de 1942 – Madre Paulina morre, aos 76 anos.
23 de setembro de 1966 – Eluíza Rosa de Souza (Imbituba-SC) sobrevive a uma hemorragia interna e choque irreversível. Em seu peito foi colocado um pedaço de roupa de Madre Paulina e ela foi curada.
18 de outubro de 1991 – Madre Paulina é Beatificada, em Florianópolis, por João Paulo II.
5 de junho de 1992 – Iza Bruna Vieira de Souza nasce com um tumor da cabeça. Operada, sofre convulsões cerebrais e, aparentemente, sem chance de sobreviver. A avó coloca um retrato de Madre Paulina perto da menina. Em 24 horas, depois de ser batizada, a menina recupera a saúde.
19 de maio de 2002 – Madre Paulina é Canonizada, na Praça de São Pedro, e passa a ser chamada de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus. *Fonte Santuário Santa Paulina, em Nova Trento (SC)
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