18 de fev. de 2011

COLUNA DA PROFª MARIA JOANA: Dilma vence 1ª batalha... E o povo?


No primeiro teste da presidente Dilma Rousseff no Congresso, a Câmara dos Deputados aprovou quarta feira o projeto que fixa o salário mínimo em R$ 545. O texto-base passou em votação simbólica, com voto contrário apenas do PSOL. Mas a fidelidade da base aliada foi colocada à prova na votação de destaques ao texto: um deles fixava o mínimo em R$ 560, e outro, em R$ 600. A grande novidade, considerada inconstitucional pela oposição, é o artigo 3º da lei que fixa a regra de reajuste: inflação mais variação do PIB dos dois anos anteriores. Assim o governo fixará o salário mínimo por decreto até 2015, ou seja, nos próximos quatro anos, o Congresso seria privado de debater, “trabalhar”, negociar cargos e votar o salário mínimo, como faz anualmente.

Pela primeira vez no ano os nossos representantes “trabalharam” e se revelaram, mostrando de que lado estão. Os do PT que historicamente defenderam o aumento da salário dos trabalhadores, agora são governo e tinham que mostrar fidelidade partidária. Os do PMDB foram 100% fiéis ao governo e aguardam a recompensa, como sempre…A lealdade renderá uma série de nomeações cobiçadas como diretoria de bancos estatais…

Durante os debates no plenário, houve uma inversão de papéis: ex-presidente da CUT, o deputado Vicentinho (PT-SP), relator do projeto apresentado pelo governo, foi vaiado por manifestantes da Força Sindical que lotavam as galerias. E parlamentares tradicionalmente rivais da esquerda, como Ronaldo Caiado (DEM-GO), ex-presidente da UDR, agora na oposição, foram aplaudidos ao defender um valor maior.

Muitos discursos acalorados de situação e oposição revelaram, as posições dos deputados e vão reder cargos, posição política poder para os fiéis, enquanto os infiéis serão punidos, os “dissidentes” enquadrados, os “insurgentes” reeducados….E os 47,7 milhões de assaliados? E o povo... Ora o povo... Na próxima eleição voltarão a serem lembrados. Por ora se contentem com esse “aumento” para não pressionar à inflação.

Mas quando vai ocorrer o corte dos gastos do governo, o enxugamento da máquina administrativa, a diminuição nos salários e tantas outras verbas dos parlamentares, votadas no calar da noite do fim do ano parlamentar, sem discussões acaloradas, sem oposição, sem negociação de cargos…

Mas como confiar na Justiça dos nossos representantes se foram reconduzidos ao cargo pelo nosso voto, candidatos “ficha suja”, em dívida com a justiça. E estão ganhando cargos, como o deputado João Paulo Cunha, réu no processo do mensalão, por lavagem de dinheiro, que foi escolhido pelo PT para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a mais importante da Casa. Mas, o ex presidente disse que vai se ocupar de mostrar que o mensalão não existiu e inocentar José Dirceu e sua “turma”…Ela Assim como a presidente deixou claro que não ace itaria derrota, o povo brasileiro espera que ele exija muito mais dos três poderes, deixe claro e exija as reformas necessárias para o bem do povo.

Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC.

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