12 de mar. de 2021

"DOM Virgílio e o 'mico", por Osvaldo Broza, em homenagem a dom Mauro


"Há alguns meses, sonhei com o ex-bispo diocesano de Campo Mourão, Dom Virgílio de Pauli, falecido em vinte e um de fevereiro de 1999. Numa noite mal dormida, em um dos raros momentos de cochilo, ele pediu para que eu lesse uma oração de Santa Terezinha.
De lá pra cá, penso muito nele e já conheço um pouco da história de Maria Francisca Teresa Martin, mais conhecida como Santa Terezinha do Menino Jesus.

Influenciado, talvez, por essa passagem, paguei um grande mico por ocasião da Festa de São José, padroeiro de Campo Mourão, no dia 19 último. Cheguei ao local - Seminário São José - por volta das 10h40min e fiquei sabendo que o bispo Dom Mauro Aparecido dos Santos estava ou esteve por lá, vestindo uma camisa da Adap que, no dia anterior, vencera o Clube Atlético Paranaense e se classificara para as finais do campeonato paranaense de futebol. Como não é todo dia que um bispo diocesano sai por aí vestindo a camisa de um time de futebol, comecei a procurá-lo para, claro, tirar uma foto dele com a camisa do time mourãoense.

Só que eu saí perguntando pelo Dom Virgilio e não pelo Dom Mauro.

- Você viu o Dom Virgilio por aí? Falaram-me que ele está usando a camisa da Adap e eu queria tirar uma foto dele.

Alguns, simplesmente respondiam que não, talvez nem percebendo a troca de nome; outros, davam risada, talvez achando que era uma brincadeira minha; outros, ainda, me olhavam com olhar esquisito, tipo: eu, hein?! Uma Irmã (freira) acho que não gostou ou não entendeu a pergunta e nada respondeu. Uma outra respondeu: “não tenho esse poder”. E eu, nem aí, continuei perguntando pelo Dom Virgílio. Por volta das 12h30min, perguntei ao Padre Ademar, que acabara de chegar, e não sei se ele me respondeu sério ou também quis brincar (?) comigo:

- Que ele está por aqui, tenho certeza, mas, se está com a camisa da Adap, isto eu não posso te dizer...

Até que enfim encontrei o Dom Mauro. Ele havia saído e voltado naquele instante. E, felizmente, continuava com a camisa da Adap.

- Dom Virgílio, posso tirar uma foto sua?

- Pois não.

Minutos depois, quando chegaram ao local alguns jogadores da Adap, fui contar pra eles que o Bispo de Campo Mourão, Dom Virgílio, estava usando a camisa do time. Ainda bem que todos eram de fora e aceitaram de pronto tirar uma foto com ele. Dom Mauro, muito simpático e solícito, não só aceitou tirar mais uma foto como me acompanhou até a mesa onde estavam os atletas.

E fechei a história com chave de lata velha:

- Obrigado mais uma vez, Dom Virgílio.

- De nada.

Voltei pra minha mesa e todo prosa contei pra Malu, minha esposa, que havia tirado uma foto do Dom Virgilio com alguns jogadores da Adap, ele vestido com a camisa da equipe.

- Que Dom Virgílio, amor?!... Quantas cervejas você tomou?...

É o Dom Maaauro!...

Só aí a ficha caiu, e eu caí de vergonha. Depois de muitas risadas, saí dar uma volta. De repente, um susto: alguém atrás de mim colocou a mão no meu ombro e perguntou:

- Broza, e o teu mano, o Osvardão, por onde anda?

Por um instante, pensei que fosse o Dom Mauro, dando-me o troco. Mas era o Adolfo, amigo de infância do meu irmão Sebastião, que mora em Cascavel.

- Tá por aqui, respondi. Está vestido com a camisa da Adap.

• Crônica, sem edição, de 25/03/2006, publicada hoje, 12/03/2021,em homenagem a Dom Mauro Aparecido dos Santos, falecido ontem, 11/03.

 Dom Mauro deixou boas lembranças em Campo Mourão." De autoria do escritor Osvaldo Broza, fundador da cadeira 21 da Academia Mourãoense de Letras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário