23 de jan. de 2010

COLUNA NA PROFª MARIA JOANA:" Não mandem flores"


Este foi o pedido da família da doutora Zilda Arns. (foto). Mas, sim: Continuem a sua obra! Apoiem a Pastoral da Criança!!! Colaborem para que a semente por ela plantada cresçca cada vez mais forte, trazendo mais vida para as crianças, os idosos , as famílias e todos os necessitados atendidos pelos inúmeros programas por ela criados, que ganharam reconhecimento mundial. Uma mulher que aos 75 anos continuava a sua luta contra a pobreza, a sujeira, a ignorância, dedicando-se às crianças, aos mais necessitados, ao seu país , ao mundo, levando a experiência brasileira ao empobrecido e sofrido povo haitiano.
“Sua história e seus ideais se confundem com os de um ícone mundial, que foi Madre Tereza de Calcutá. Mas Zilda não era freira, não usava hábito e dedicou sua vida à vida alheia, mantendo-se bonita, vaidosa, imensamente feminina", escreveu Eliane Cantanhêde, jornalista daFolha de S. Paulo.
Médica, especializada em educação física e pediatria, coordenadora da Pastoral da Criança da CNBB, presente em 42 mil comunidades pobres e nas 7.000 paróquias de todas as Dioceses da Brasil, formando uma rede de 260 mil voluntários, dos quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades pobres, 92% são mulheres, e participam permanentemente da construção de um mundo melhor, mais justo e mais fraterno, em serviço da vida e da esperança. Cada voluntário dedica em média 24 horas ao mês a esta missão transformadora de educar as mães e famílias pobres, compartilhar o pão da fraternidade e gerar conhecimentos para a transformação social.
Zilda foi indicada três vezes pelo Brasil para o Prêmio Nobel da Paz.Ela não era só brasileira, era uma benfeitora do mundo. Suas soluções simples, baratas e enormemente eficazes cruzaram fronteiras e foram salvar vidas em 15, 20 países pobres da América Latina e da África. Coisas assim como lavar as mãos, tomar banho, aproveitar os alimentos até o último detalhe.
Se Zilda Arns tivesse morrido de uma doença qualquer, de um acidente qualquer, mesmo assim sua morte teria imensa repercussão e geraria uma tristeza nacional. Quis o destino, que ela morresse no Haiti, num terremoto, entre os mais necessitados do mundo.No discurso preparado para o Encontro dos religiosos do CARIBE, diria: “A boa notícia, transformada em ações concretas, é luz e esperança na conquista da Paz nas famílias e nas nações. A construção da paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas raízes na gestação e na primeira infância, e se transforma em fraternidade e responsabilidade social. A paz é uma conquista coletiva. Tem lugar quando encorajamos as pessoas, quando promovemos os valores cultur ais e éticos, as atitudes e práticas da busca do bem comum, que aprendemos com nosso mestre Jesus: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenha em abundância" (Jo 10.10).
Espera-se que os agentes sociais continuem, além das referências éticas e morais de nossa Igreja, ser como ela, mestres em orientar as famílias e comunidades, especialmente na área da saúde, educação e direitos humanos. Deste modo, podemos formar a massa crítica das comunidades cristãs e de outras religiões, em favor da proteção da criança desde a concepção, e mais excepcionalmente até os seis anos, e do adolescente. Devemos nos esforçar para que nossos legisladores elaborem leis e os governos executem políticas públicas que incentivem a qualidade da educação integral das crianças e saúde, como prioridade absoluta.
O povo seguiu Jesus porque ele tinha palavras de esperança. Assim, nós somos chamados para anunciar as experiências positivas e os caminhos que levam as comunidades, famílias e pais a serem mais justos e fraternos.
Como discípulos e missionários, convidados a evangelizar, sabemos que força propulsora da transformação social está na prática do maior de todos os mandamentos da Lei de Deus: o amor, expressado na solidariedade fraterna, capaz de mover montanhas: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos" significa trabalhar pela inclusão social, fruto da Justiça; significa não ter preconceitos, aplicar nossos melhores talentos em favor da vida plena, prioritariamente daqueles que mais necessitam...Este desenvolvimento começa quanto a criança se encontra ainda no ventre sagrado da sua mãe. As crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de paz e esperança.“ Que o seu sonho se concretize cada vez mais!!!
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC- majocalderari@yahoo.com.br

Um comentário:

  1. Muito importante as colocações da Professora Maria Joana Titton Calderari. Realmente a Dra. Zilda Arns, por suas ações merece ser lembrada!

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