3 de dez. de 2012

PROFESSORA MARIA JOANA: A máfia da vez...

Não pudemos ainda nem lavar a alma de verde amarelo diante das condenações dos envolvidos com o mensalão e os noticiários já nos bombardeiam com as denúncias da máfia da vez, apelidada de “máfia dos pareceres”, descoberta pela Polícia FEDERAL na Operação Porto Seguro. Desta vez a imprensa chegou depois... E lá vamos nós descobrindo que há outras formas de desviar o dinheiro público, fazer troca de influências, favores interesseiros trocados...
Nomeados politicamente através de intermediação de secretária do gabinete do PR (Presidência da República), como diz Rosemary em seus emails, os supostos especialistas se especializaram em fraudar pareceres para vender e favorecer interesses pessoais de grupos. Pareceres fraudados em auditorias, irregularidades em convênios e contratos públicos vão sendo revelados e os envolvidos vão sendo afastados de seus altos cargos, presos... Mas a famosa secretária que gerenciavam inclusive os cartões corporativos da família Lula continua protegida. Nem seu sigilo telefônico foi autorizado. Mas na era da cibernética, os emails reveladores mostram como funciona o jogo de interesses, o toma lá dá cá do poder...
Paulo Rodrigues Vieira, preso pela PF como “chefe” da quadrilha dos pareceres, entrou no serviço público como especialista em finanças, cuja principal incumbência era a de fiscalizar os gastos públicos por intermediação de Rosemary que perdeu o cargo de chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo.
Parece mesmo que os 300 picaretas cantados pelos Paralamas do Sucesso se multiplicam por todos os setores da administração publica, agora sobre a proteção e indicação de Lula. Quando deputado ele denunciava:” Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou. São trezentos picaretas com anel de doutor...
Eles ficaram ofendidos com a afirmação que reflete na verdade o sentimento da nação.
É lobby, é conchavo, é propina e jeton (depois compra de votos do mensalão, agora compra de pareceres, troca de influências...)
Variações do mesmo tema sem sair do Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei (e continua sabendo...)
Uma cidade que fabrica sua própria lei
Aonde se vive mais ou menos como na Disneylândia
Se essa palhaçada fosse na Cinelândia
Ia juntar muita gente pra pegar na saída...
Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez
O congresso continua a serviço de vocês
papai, quando eu crescer, eu quero ser anão
Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição
Se eu fosse dizer nomes, a canção era pequena
João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena (depois a quadrilha dos 40 mensaleiros, Os Cachoeira da vida, agora, Paulo Rodrigues Vieira, José Weber, Rosemary Noronha...
De exemplo em exemplo aprendemos a lição
Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão
“De rádio FM e de televisão rádio FM e televisão.”
O julgamento do “Mensalão” pôs nos bancos dos réus, para além de pessoas e determinados partidos, o próprio sistema político brasileiro e seu modo de financiamento baseado em “contribuições” privadas. Durante muito tempo acreditou-se que empresas e bancos contribuíam com as campanhas eleitorais movidos unicamente pela valoração da democracia. O caso do “Mensalão”, ao contrário, desvela os seus reais interesses: a relação privilegiada e inescrupulosa com os governos. Agora o novo escândalo está desvendando a rede de interesses privados por trás do serviço público, o jogo da nomeação dos companheiros para altos cargos... Mais uma vez a ação da Polícia Federal vai descobrindo os meandros da máfia da vez, com os novos denunciados. E que apareçam mais Jefferson, Cyonil Junior para abrir o jogo sujo. E que a polícia haja rapidamente. Esperamos que a justiça seja “célere e justa” como fal ou o novo presidente do STF e que não hajam privilegiados muito menos protegidos.
Maria Joana Titton Calderari - membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, Especialização em Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC - majocalderari@yahoo.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário