4 de dez. de 2012

PROFESSOR JOSÉ EUGÊNIO MACIEL: Crônicas, as mensagens de Shirley


“Um professor precisa carregar a luz do encanto, ter fascinação pelo que ensina. Ser empreendedor e dinâmico. Sua voz deve expressar paixão pelo conhecimento, não pode soar desiludida e afônica” Professora e escritora Shirley Barbosa Ângelo
A professora Shirley Barbosa Ângelo, é a autora do livro O Ipê-Branco – Retrato de um Professor. Junho deste ano, Umuarama sediou o encontro das Academias de Letras do Paraná, e Campo Mourão se fez presente na Capital da Amizade. Naquele evento Shirley me presenteou com o livro autografado. Por ter feito uso da palavra num dos debates literários, segundo ela considerado muito importante e por gostar de ouvir a minha prosa, resolveu me dar o livro. O conteúdo das crônicas chamam e prendem a atenção, são histórias de amor, encontros e desencontros.
A narrativa é surpreendente rica, a descrição das personagens, cenários e fatos. Aliás, sobre fatos, eles são acompanhados por acontecimentos históricos e de lugares que no seu bojo trazem informações sucintas e precisas. Também faz citações como a do poeta português Fernando Pessoa em O menino da sua Mãe.
As crônicas espelham sonhos acalentados e as desilusões provenientes da sala de aula. O olhar e o sentir encontrados na referida obra envolvem percepções humanas que nos põem a refletir, repensar sobre os princípios e, quem sabe, refazer atitudes.
Não me arriscaria a escolher quais são as melhores crônicas, pois são elas de uma qualidade singular. Ainda assim, transcrevo um parágrafo da intitulada “In memoriam”, página 65: Amava o mistério da vida. Queria transformar-se em um pensamento, para conhecer o mundo das ideias humanas. Queria ter a coragem de lhe conhecer o inconsciente Tinha um mínimo de conhecimento e conhecia apenas uma partícula da vida! Teria que contentar-se apenas em diferenciar os seres pelas ações, pelas circunstâncias em que agiam, à luz do ego e só isto sabia ela que levaria uma vida. Se vivesse ainda, porque de um momento para outro podia cair inerte como uma amiga sua: O corpo duro, os braços pendentes, o rosto lívido, os olhos sem movimentos...l
Fases de Fazer Frases (I)
O manjado anjo marmanjo comia manjar. Manjar de anjo não para marmanjo manjado.
Fases de Fazer Frases (II)
Tem quem a vida inteira tenha desejado sapatos do defunto. Mas morreu descalço.
Fases de Fazer Frases (IV)
Jornalista não pode jamais ter aversão dos fatos. Ele deve sempre ter a versão dos fatos.
Fases de Fazer Frases (V)
Se fosse levar todos os desaforos para casa, não conseguiria entrar nela.
Frases de Fazer Frases (VI)
Quando se dá toda atenção a alguém, descobre-se que ela não tinha nada a dizer.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Na próxima terça, dia quatro, o escrevinhador aqui passará a fazer parte do Centro de Letras do Paraná. Devo confessar, até por não ser possível disfarçar, o misto de enorme júbilo que sinto, assim como por considerar ser muita tinta para o meu tinteiro, a encharcar a pena com que coloco meus toscos dizeres no papel.
O Centro de Letras do Paraná completa no dia 19 de dezembro 100 anos de fundação. Um dos seus fundadores, que aliás presidiu a entidade de 1913 a 1918 foi o poeta Emiliano Perneta, considerado o maior poeta do Paraná.
Compartilho com os caros leitores tamanha honraria. Graças a este Jornal e ao público que o o próprio escrever ganha sentido.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Rosemary Nóyoa de Noronha, então responsável pelo chefia do escritório da presidência da república em São Paula está de fato cada vez mais envolvida em tráfico de influência, propina e outros crimes do colarinho branco, ou melhor, do lenço branco.
Diante da Polícia Federal na sua cola para quem ela ligou pedindo ajuda? José Dirceu! Rosemary trabalhou com ele durante doze anos e tinha também a confiança do então presidente Lula. Dilma a manteve no cargo, certamente o desejo de Dirceu e Lula. Mas agora teve que demitir.
E o PT se posiciona contra o STF. Segundo o Partido, o Supremo Tribunal Federal julgou o caso do mensalão movido pelo sentimento político. Lula parou de falar que “o mensalão nunca existiu”. Não me surpreenderá alguém afirmar que a Rosemary jamais existiu.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
O ex-ministro poderia escolher cumprir a pena aqui no Paraná, em Cruzeiro do Oeste, onde morou por muitos anos e nasceu o filho, deputado Zeca Dirceu. Será que a Penitenciária construída naquela cidade já foi feita pensando no futuro dele? Facilitaria a vida do filho para visitá-lo e daria um enredo de filme mexicano, a volta do então clandestino e todo poderoso Zé Dirceu.
O STF condenou Dirceu a 10 anos e dez meses de prisão, regime fechado e o pagamento de uma multa de 676 mil reais. Ele poderá recorrer.
Reminiscências em Preto e Branco
Contrário a linguagem economês, ele popularizou o modo de comentar os fatos e rumos da economia, com clareza, enfaticamente didático. Mesmo nos tempos da censura dos meios de comunicação, imposta pela ditadura militar, conseguia driblar inconvenientes, dando o seu recado. Joelmir Beting, morreu na última quarta-feira, aos 75 anos.
José Eugênio Maciel, professor, sociólogo, advogado e membroda Academia Mourãoense de Letras

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