1 de mai. de 2012

COLUNA DO PROFESSOR MACIEL: o verbo malufar, verba


Ele já teve que devolver aos cofres públicos paulistanos 2,6 milhões de reais por ter sido condenado pela Justiça em conformidade com a Lei de Improbidade Administrativa. Paulo Salim Maluf ainda poderá ter que devolver, entre outros, a importância de 900.000 reais, a Justiça acatou o pedido do ministério público. Os casos, tangentes ao tempo em que Maluf foi prefeito de São Paulo, (1993-1996) também espelham uma importantíssima sentença, o bloqueio de todos os bens do Maluf desde 2004.
O falecido Celso Pitta, que só se tornou prefeito da capital paulista por causa do apoio expresso e enfático de Maluf, que até eloquentemente disse em campanha, “se o Pitta não for um bom prefeito, a culpa será minha, e vocês não devem votar no Maluf jamais!”. Sentença definitiva levou a prefeitura paulistana a receber 15 milhões de reais, os quais parceladamente foram pagos ao Erário, sendo quatro milhões saídos das contas do Pitta.
O Ministério Público luta para repatriar 22 milhões de dólares, hoje ainda a fazer parte da fortuna do Maluf, dinheiro que repousa na Ilha de Jersey. Além disso, segundo a revista Veja, edição do último dia 25, existem ações processuais em curso que totalizam 52 bilhões de reais. Como os promotores têm obtido ganho de causa em torno de 70%, é possível estimar que 36 bilhões de reais sairão do patrimônio polpudo dos corruptos, para as contas públicas.
Maluf, que chegou a ficar preso, responde em liberdade por dois motivos básicos: ter mais 70 anos e ter foro privilegiado por ser deputado federal, sempre entre os mais votados. Aliás, se Maluf demorou para ficar velho mas sempre foi ligeiro para se tornar velhaco.
Não é exagero algum supor que Maluf se reelegerá outras vezes, o povo de lá gosta dele, claro que não todos. É revoltante – já foi até curioso e engraçado – que o mesmo povo de São Paulo, capital e todo o Estado, deu 1,2 milhão de votos para o deputado federal Tiririca, voto dito de protesto escrachado assumido por muitos, enquanto que a palhaçada, no pior sentido da palavra, se dava no fato da vitória eleitoral malufista, incólume ao chamado voto de protesto, tanto branco, quanto nulo, bem inútil na verdade e irresponsável, dada à vitória malufista.
Em meio a tantos e volumosos escândalos – cabendo mencionar o mais grave e emblemático deles, o do mensalão – que são manchete em todos os meios de comunicação, aliás acertadamente, por outro lado é imperioso registrar que as condenações, sejam elas passíveis de recursos apelativos, não tenham recebido igual tratamento, mais ainda a da condenação, para mostrar que, seja qualificada como lenta, a justiça não tardará. Quem sabe não será sonhar, que um dia o verbo malufar, que significa roubar, se caracterize em um outro tempo (que esteja próximo), julgar, condenar, prender, devolver.
Fases de Fazer Frases (I)

Um grande sentido da vida é somar o que somos capazes de dividir com nossos semelhantes.
Fases de Fazer Frases (II)

Apenas fugir da mentira não basta. É preciso correr ao encontro da verdade.
Fases de Fazer Frases (III)

Penso na vida muito mais do que a vida possa me fazer pensar.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

Sem querer foi colocado aqui o conteúdo desta Coluna que já tinha sido publicado (Um pouco mais longe da janela). Fui um engano, naturalmente sem querer. Prontamente a redação tomou a iniciativa e publicou na terça passada o Artigo inédito que fora encaminhado dentro do prazo, intitulado O dia em que por pouco (ou muito?) quase apanhei. Erros acontecem (naquela terça o título não saiu completo e fico praticamente sem sentido, “O dia em que por pouco (ou muito?), mas é importante enaltecer agora e sobre este longo tempo em que escrevo que tal situação é mesmo raríssima,, assim como o de não enviar um texto inédito.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

Se ainda não jogaram a toalha ou enrolaram a bandeira partidária, alguns nomes que autoproclamaram candidatos a prefeito começam a desanimar ante às pesquisas internas. Mesmo tendo bom dinheiro para gastarem, é grande a probabilidade de se candidatarem à vereança, mas querem, enquanto isso, aproveitar o espaço na mídia. Em tempo, além dos números desagradarem, não estariam dispostos a gastar do próprio bolso. Se não a prefeito, para uma vaga na Câmara de Campo Mourão a importância é menor. Não citar nomes aqui é para não promovê-los a algo que eles mesmos não conseguiram se promover suficientemente, mas é possível informar que eles já concorreram a cargos eletivos.
José Eugênio Maciel é mourãoense, filho de pioneiros, escritor, sociólogo, advogado e membro da Academia Mourãoense de Letras.

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