“Se o que você está fazendo for engraçado, não há a necessidade de ser engraçado para fazê-lo” Charles Chaplin
Dia dez de março ele completou 53 anos. Paranaense de Jandaia do Sul, bem jovem chegou a São Paulo para iniciar os primeiros traços, autênticos, não convencionais e com um estilo notável, brilhantemente marcante. Glauco Villas Boas morreu assassinado em Osasco, na grande São Paulo, juntamente com o filho dele Raoni, 25 anos.
A repercussão da morte de Glauco é intensa e os meios de comunicação, além de registrar tão trágico fato, publicam as manifestações de tristeza e de homenagens ao grande cartunista. Glauco começou profissionalmente em 1970 e foi notícia num jornal interiorano paulista com a seguinte manchete: ”guarde bem este nome, Glauco Villas Boas”. Ainda que pareça lugar comum o referido conteúdo jornalístico, teria sido fácil realizar tal previsão ou foi apenas uma forma de dar impacto à matéria? O que importa assinalar, é que o nome de Glauco está bem guardado no coração e na memória do humor brasileiro.
O tradicional Salão do Humor de Piracicaba (SP) premiou Glauco em 1976, sendo, à época, pela importância tradicional do Salão e hoje um dos mais importantes, um referencial para marcar a carreira dele. Junto com Angeli e outros então novatos do cartunismo, Glauco estreou na Folha de São Paulo em 1984. Quadrinhos próprios ou ilustrando outros textos de colunas ou reportagens, a impressionante capacidade de, através de certas cenas das tirinhas, com traços tão soltos e leves que pareciam estar em movimento, Glauco sabia dar vida a seus personagens, conteúdo a sua forma de comunicação repleta de humor destinada a provocar gargalhadas como para fazer-nos refletir pela aguda crítica.
Geraldão e dona Marta conquistaram vida própria, mas é somente sensação, tais personagens serão agora, infelizmente, quadrinhos impressos nos livros, nos jornais e revistas, estarão também, como aliás sempre estiveram, colados na nossa reminiscência. Morrem também, mas sem desaparecerem por completo, órfãos que estão, como todos aqueles que apreciam o trabalho do Glauco. Ele sim o criador, lamentavelmente agora na finidade de outro traço, as linhas de uma vida que termina, mas que há de sempre ser saudada, com saudades, desde já.
Fases de Fazer Frases (I)
No parapeito ela ampara o próprio peito e pára com despeito.
Fases de Fazer Frases (II)
Ainda que completamente se desconheça a semente ou a capacidade dela, somente semeando é que começaremos a conhecê-la, principalmente pelos frutos. Amizades começam com o semear, cultivá-las é uma vida, toda de colheitas, abundantes ou não.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Existem fatos noticiados que revelam a falta do que fazer. É o caso do recém empossado presidente da COMCAM – Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão, o prefeito de Goioerê Beto Costa. Ele quer que a Câmara de Vereadores mourãoense pague o aluguel do auditório atualmente usado pelo Legislativo para realizar as sessões. O presidente Eraldo Teodoro protestou, afirmando não fazer sentido tal propósito. A Câmara tem realizado a limpeza do local às expensas da própria Câmara, mas o Beto não quer que a sessão dela ocorra como uma simples cessão do auditório. Sessão sem cessão, pequena escaramuça que só levarão à secção, infelizmente.
Qual o plano de trabalho do presidente da COMCAM? Se ele tem, deveria estar preocupado com a entidade, mas não, demonstra não ter, ou não querer, mais o que fazer.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Um jovem rapaz faz um “xingamento” a um idoso que se demorava a atravessar a faixa, imaginando que o pedestre não ouviria, “anda, seu velho!”, enfatiza o apressado motorista. Mas o idoso replica, “calma, espere, seu jovem!”. É, somos o que somos, mesmo que o xingamento pareça o contrário.
Reminiscências em Preto e Branco
Pode não se ter a vida inteira para viver, mas certamente se tem inteiramente a vida por viver.
José Eugênio Maciel é professor, sociólogo, advogado e membro da Academia Mourãoense de Letras.
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