16 de mar. de 2010

PAPA BENTO XVI diz que "é preciso descobrir a verdadeira face de Deus"


O Papa Bento XVI afirmou no domingo, 14, durante a oração do Angelus dominical que o ateísmo esconde, não poucas vezes, a exigência de descobrir a verdadeira face de Deus. O Santo Padre refletiu sobre o Evangelho do IV Domingo da Quaresma, a parábola do "Filho Pródigo".

"Essa página de São Lucas constitui um ápice da espiritualidade e da literatura de todos os tempos. De fato, o que seria da nossa cultura, da arte, e mais em geral da nossa civilização sem essa revelação de um Deus Pai cheio de misericórdia?", disse o Papa.

"Essa parábola continua a nos emocionar, e todas as vezes que a ouvimos ou a lemos é capaz de nos sugerir novos significados. Sobretudo, esse texto evangélico tem o poder de nos falar de Deus, de nos fazer conhecer a sua face, melhor ainda, o seu coração", afirmou.

A parábola do Filho Pródigo reflete os modos "imaturos" dos dois filhos de se relacionarem com Deus: a rebeldia e a hipocrisia. Ao mesmo tempo o Papa comparou o progresso na relação paterno-filial com o que se produz com Cristo.

"Pode existir uma fase que é como a infância: uma religião movida pela necessidade, pela dependência. À medida que o homem cresce e se emancipa, quer libertar-se dessa submissão e ser livre, adulto, capaz de regular-se sozinho e de fazer as suas próprias escolhas de modo autônomo, pensando, inclusive, de prescindir de Deus", explicou.

"Essa fase, certamente é delicada, pode levar ao ateísmo, porém, também isso, não poucas vezes, esconde a exigência de descobrir a verdadeira face de Deus".

Segundo o Papa, "por sorte" Deus não deixa nunca de ser fiel e está sempre ali, mesmo quando nos distanciamos ou "nos perdemos", dando-nos sempre seu amor, "perdoando nossos erros e falando interiormente à nossa consciência para nos chamar a Ele".

O Papa evidenciou ainda que somente experimentando o perdão, "reconhecendo-se amados por um amor gratuito, maior do que a nossa miséria, mas também da nossa justiça, entramos finalmente em um relacionamento verdadeiramente filial e livre com Deus". E concluiu:

"Queridos amigos, meditemos essa parábola. Vamos nos espelhar nos dois filhos, e sobretudo contemplemos o coração do Pai. Lancemo-nos entre os seus braços e deixemo-nos regenerar pelo seu amor misericordioso. Ajude-nos nesta tarefa a Virgem Maria, Mater misericordiae."
Fonte:Rádio Vaticano

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