“ Não são os autistas que devem aprender a viver neste mundo.
Somos nós, considerados "normais", que temos que nos adaptar, pois se o mundo fosse um pouquinho mais
"autista" teríamos muito mais amor e verdade nos nossos dias.
Somos nós que crescemos e nos tornamos egoístas, invejosos, vingativos, juízes da vida alheia, gananciosos e tantas outras coisas.
Eles não.
Quando comecei a buscar um diagnóstico da Valen, meu coração já sentia. Coração de mãe sente tudo.
Foram muitas e muitas viagens, exames, diagnósticos distintos e algumas palavras doloridas também:
"sua filha é uma incógnita", "não sei se vai conseguir ler e escrever, fazer uma faculdade", "não sei se terá uma família ou será dependente dos pais depois de Eu chorei muito. Todos os pais de crianças especiais choram. Nos fazers posas, merdo, presseitar os dias, porque no começo achamos que já perdemos muito tempo essencial no processo de desenvolvimento.
Vida de mãe de autista se resume em algumas coisas semelhantes:
Infinitas terapias, consultas, rotina organizada em casa, repetição - as vezes a gente responde umas 200x a mesma pergunta em uma manhã, paciência, amor, fé, compromisso com a melhor entrega para que eles possam se tornar independentes.
Mas o mais difícil é lidar com olhares de quem não sabe amar. Como é que você explica para um coraçãozinho desse que ele não é bem-vindo em algum lugar? Que os pais do amiguinho não convidaram para o aniversário porque "autista dá muito trabalho" e que o mundo infelizmente carece de amor, esse que ele tem sobrando dentro de si e doa gratuitamente a qualquer pessoa, sem julgamento.
Mas também encontrei pessoas e profissionais maravilhosos, verdadeiros anjos nesta jornada.
Deus, o Senhor sabe, mas não custa falar de novo: OBRIGADA por me dar este anjo! Eu aprendo todos os dias com ela, que me ensina a ver o mundo com os olhos de amor.
Se eu pudesse, escolheria ser sua mãe todas as vezes nesta vida.” - Mariely Biff, palestrante, professora, consultora e mãe.
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