2 de fev. de 2021

APRENDI, por Cida Freitas

"A vida é a maior e a melhor

escola do mundo. Vivendo aprendi a viver. A vida não é uma escola de teoria, mas de prática. Ao praticar, podemos acertar ou quebrar a cara. Se acertamos, guardamos a experiência no bornal  para usar de novo. Se quebramos a cara, mudamos o rumo.

Aprendi muito cedo, e sozinha, a olhar para o alto. Olhando para o alto eu trouxe para dentro de mim o céu representado pelo o azul do infinito. Nuvens branquinhas passeiam dentro de mim e nuvens escuras se amontoam em algum canto de meu coração. 

Aprendi que nosso melhor patrimônio é o sangue que corre em nossas veias e nos ligam a antepassados e a lugares onde nunca (talvez) tenhamos ido. E, em aprendendo, aprendi a respeitar quem veio antes de mim e reconhecer seus feitos mesmo diante das dificuldades, das impossibilidades. Reconhecendo, aprendi a agradecer.

Aprendi que desde cedo é preciso buscar conhecimento para conviver na família e na sociedade e aprendi também que conhecimento é diferente de sabedoria. Aprendi que sabedoria é o conhecimento passado pelo filtro do espírito.

Aprendi, desde a mais tenra idade, a conversar com Deus e a não terceirizar essa conversa. Aprendi por mim mesma, olhando para o alto.

Aprendi, vivendo, que o bem e o mal andam em paralelo a uma distância mínima, que ambos se separam por um fio, por isso é tão fácil cair para o outro lado se não estivermos com os pés bem firmes  no chão e mãos agarradas no bem.

Aprendi que a humildade nos faz crescer e que o orgulho dilapida  o caráter. Que saber algo não nos faz melhor que o outro, pois ninguém sabe tudo e é isso que faz valiosa  a teia de relacionamentos. 

Aprendi que o amor é que move a vida, é o tempero de todas as relações porque quem ama não submete, não trai, não inveja, não mente, não fere, não engana com palavras ou ações. 

Aprendi que o perdão é fruto do amor e que se há ofensa tem que haver o perdão, se não, a vida não flui.

Aprendi a amar as crianças, os pássaros, as flores, a natureza porque me ensinam a simplicidade, a transparência, a liberdade, os sentidos, a beleza da criação divina...

Aprendi que a escola da vida é contínua, enquanto há vida há lição e que o diploma ou a reprovação só chega depois. Aprendi  que receber homenagens até faz bem ao ego, mas revela apenas um pedacinho de nós, o todo só depois que completarmos a caminhada." - Cida Freitas, poetisa, escritora, empreendedora. Paranaense de Santa Mariana no Norte Pioneiro do Paraná, é mourãoense de coração desde janeiro de 1979. Fundadora da cadeira 08 da Academia Mourãoense de Letras (AML), que tem como patrono o professor Nikon Kopko. É Cidadã Honorária de Campo Mourão. Recebeu o título de  Comendadora, em outorga entregue pela Academia Mourãoense de Letras.

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