O romancista, dramaturgo e poeta norueguês, Jon Fosse, Nobel de Literatura de 2023, é o entrevistado das páginas amarelas da Revista Veja desta semana. Ele fala do uso de lA por escritores.
Haverá o dia em que o trabalho de um escritor possa ser trocado pela inteligência artificial (IA)?
- O que me impressiona é a possibilidade de traduzir. As inteligências artificiais traduzem até para a minha lingua norueguesa, o nynorsk, de uma forma impressionante. Fica gramaticalmente correto, as palavras são escritas rapidamente. Depois, pedi para a máquina escrever um texto no meu estilo e ficou horrível. Acho que isso diz algo sobre as possibilidades e limitações da IA, que pode fazer coisas mais mecânicas, como traduzir corretamente do meu idioma. Há regras gramaticais, há o dicionário, existem alguns padrões para compor um ponto-final etc. Para esses trabalhos, elas são ótimas, mas...
Mas... Mas ainda há outra dimensão na arte e na literaturã, que é a criatividade. Não tem a ver com quantidade, mas com qualidade. Existe um tipo de literatura, como a policial, que pode muito bem ser feita por máquinas de IA. Mas não são capazes de escrever literatura séria. Isso é impossível, porque não há regras para isso. Fonte: páginas amarelas da Revista Veja.
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