Olhando para o calendário, mais uma vez nos assustamos com a rapidez com que os dias, as semanas, os meses, os anos estão passando. Estamos na segunda metade do ano, o inverno já vai contando seus dias, a primavera promete renascer em breve, logo estaremos cantando as canções natalinas... O que está acontecendo com o relógio do tempo? Onde está aquele tempo pausado, marcado pelas batidas dos antigos relógios mecânicos das igrejas? Onde estão os velhos relógios cucos, que todos os dias nossos antepassados tinham tempo para dar corda, para a alegria das crianças que aguardavam, felizes, a portinha se abrir e o passarinho cantar Cuco... Onde está a calma com que nossos pais, avós tiravam seu relógio de correntinha do bolso da calça, ou do colete para, tranquilamente conferirem o tempo e descobrirem alegres, que tinham ainda muito tempo para uma prosa, uma visitinha, um chimarrão, um cafezinho...
Nesses tempos virtuais, digitalizados de agora, a rapidez, a pressa ditam nossa vida em tempo integral e não temos mais tempo para o essencial, o humano, o real, o poder voar para o passado e deixar que milhares de lembranças aflorem a mente pedindo para não se perderem neste tempo cibernético, apressado, sem tempo de hoje. Quantas coisas deixadas de fazer, dizer, sentir, viver... por absoluta falta de tempo!
Entretanto, especialmente quando já passamos da primeira metade de vida e estamos vivendo o” segundo semestre” da existência temos que prestar atenção no que realmente importa e deixar as coisas pequenas de lado... Meras bobagens, mediocridades, insignificâncias, tolices... Quando se chega a “melhor idade”, se paramos para contar os anos já vividos, descobrimos que teremos menos tempo para viver daqui para frente do que já vivemos até agora, que a segunda metade da vida será mais curta que a primeira.
Se na primeira corremos atrás de tanta coisa que considerávamos importante: estudos, trabalho, constituir família, estabelecer-se na vida, acumular bens, títulos... agora vem o tempo da maturidade e de valorizar o que realmente importa. Já não temos tempo para lidar com pessoas pequenas, pobres de espírito, egos inflados, gabolices, futilidades, melindres, invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Tudo passa e eles passarão também...
Não queremos ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo", fazemos acareação de desafetos que brigaram por status, poder. Mário de Andrade afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Quero viver ao lado de gente humana, simples, verdadeira, que sabe rir de seus tropeços, que não se encanta com triunfos, que não se considera eleita antes da hora, que não foge de sua mortalidade e que defende a vida de todos os seres vivos. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer à pena, como dizia o velho e bom Pequeno Príncipe da minha adolescência, onde Saint Exupéry nos alertava, “o essencial é invisível aos olhos” ”Só se vê bem com o coração”.
Nestes tempos de crise é preciso descobrir o que realmente é essencial para a nossa vida. E só poderemos fazer isto vendo com o nosso coração, com a nossa alma. Para isto é preciso parar o relógio do tempo, silenciar os tumultos do mundo, e escutar a voz de Deus que nos fala através de nossa consciência, do relógio do nosso coração. E dia dos pais é tempo especial para isto, sob o calor das cobertas, uma xícara de chá nas mãos e muitas memórias cheias de saudade no coração.
Que no grande palco da vida, saibamos escolher e representar bem os nossos papéis, independente da época da vida que vivemos. Nos somos os responsáveis por nossas escolhas e que elas sejam realmente ILUMINADAS. Que Deus nos ilumine nesta caminhada. Parabéns a todos os pais, avós, bisavós, presentes, mesmo a distância, em todas as horas da história do tempo de sua família...
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC- majocalderari@yahoo.com.br
Nesses tempos virtuais, digitalizados de agora, a rapidez, a pressa ditam nossa vida em tempo integral e não temos mais tempo para o essencial, o humano, o real, o poder voar para o passado e deixar que milhares de lembranças aflorem a mente pedindo para não se perderem neste tempo cibernético, apressado, sem tempo de hoje. Quantas coisas deixadas de fazer, dizer, sentir, viver... por absoluta falta de tempo!
Entretanto, especialmente quando já passamos da primeira metade de vida e estamos vivendo o” segundo semestre” da existência temos que prestar atenção no que realmente importa e deixar as coisas pequenas de lado... Meras bobagens, mediocridades, insignificâncias, tolices... Quando se chega a “melhor idade”, se paramos para contar os anos já vividos, descobrimos que teremos menos tempo para viver daqui para frente do que já vivemos até agora, que a segunda metade da vida será mais curta que a primeira.
Se na primeira corremos atrás de tanta coisa que considerávamos importante: estudos, trabalho, constituir família, estabelecer-se na vida, acumular bens, títulos... agora vem o tempo da maturidade e de valorizar o que realmente importa. Já não temos tempo para lidar com pessoas pequenas, pobres de espírito, egos inflados, gabolices, futilidades, melindres, invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Tudo passa e eles passarão também...
Não queremos ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo", fazemos acareação de desafetos que brigaram por status, poder. Mário de Andrade afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Quero viver ao lado de gente humana, simples, verdadeira, que sabe rir de seus tropeços, que não se encanta com triunfos, que não se considera eleita antes da hora, que não foge de sua mortalidade e que defende a vida de todos os seres vivos. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer à pena, como dizia o velho e bom Pequeno Príncipe da minha adolescência, onde Saint Exupéry nos alertava, “o essencial é invisível aos olhos” ”Só se vê bem com o coração”.
Nestes tempos de crise é preciso descobrir o que realmente é essencial para a nossa vida. E só poderemos fazer isto vendo com o nosso coração, com a nossa alma. Para isto é preciso parar o relógio do tempo, silenciar os tumultos do mundo, e escutar a voz de Deus que nos fala através de nossa consciência, do relógio do nosso coração. E dia dos pais é tempo especial para isto, sob o calor das cobertas, uma xícara de chá nas mãos e muitas memórias cheias de saudade no coração.
Que no grande palco da vida, saibamos escolher e representar bem os nossos papéis, independente da época da vida que vivemos. Nos somos os responsáveis por nossas escolhas e que elas sejam realmente ILUMINADAS. Que Deus nos ilumine nesta caminhada. Parabéns a todos os pais, avós, bisavós, presentes, mesmo a distância, em todas as horas da história do tempo de sua família...
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC- majocalderari@yahoo.com.br
Coluna publicada em 13 de agosto no jornal Gazeta do Centro Oeste de Campo Mourão e aqui neste BLOG nesta segunda-feira, 15 de agosto 2011.
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