“Antes, em vez disso, que haja tanta Justiça como as águas de uma enchente
e que a honestidade seja como um rio que não pára de correr”.
(Amós 5.24)
Na cultura brasileira faz parte do senso comum o sentido de justiça pretendido ou alcançado se colocar em dois planos: a justiça dos homens e a justiça divina. Ambas podem existir ao mesmo tempo; ocorrer uma, depois a outra; ou não se poder comprovar que elas tenham ocorrido, (físico e metafísico).
Fugir da justiça, qual a pior fuga? A dos homens? A divina? As duas? Fugir é uma maneira notável e inescapável de confissão da culpa?
Para as perguntas acima o importante primeiramente é refletir. Longas ou superficiais respostas aqui soariam igresia. Cabe mencionar o fato amplamente noticiado pelos meios de comunicação como esta Tribuna a cerca do padre Adelino Gonçalves, com a manchete: “Após condenado, padre é considerado foragido”. O padre Adelino é foragido da Justiça e está sendo procurado pela Polícia após ter sido mantida a sentença que o condenou a 18 anos e nove meses de prisão, apontado como mandante de dois assassinatos ocorridos em Mariluz, Até antes da decretação da prisão o padre aguardava em liberdade, mas não foi encontrado no endereço paroquial fornecido nos autos, a cidade de Guarapuava.
A primeira condenação foi em abril de 2009, o padre saiu do júri algemado direto para a prisão. Lá permaneceu até conseguir habeas-corpus. Agora, ao saber que a Justiça manteve a condenação o padre não foi encontrado.
O crime que levou a Justiça confirmar a condenação do padre ocorreu quando ele ainda era prefeito de Mariluz. Adelino é apontado como mandante do assassinato do então vice-prefeito Aires Domingues e de Carlos Alberto de Carvalho, o Carlinhos, a morte dos dois deixou consternada a população em 2001.
Na mesma época, em duas oportunidades, escrevi a respeito, considerando o princípio da presunção da inocência assim como enquanto couber recurso – portanto sem sentença definitiva e irrecorrível, toda pessoa ainda poderá provar a sua inocência. É uma garantia constitucional. Desde então o tema não foi mais tratado, pois era necessário aguardar o julgamento da apelação, manifesta nesta semana.
Tornou-se necessário abordar o caso uma vez existir como fato novo a manutenção da condenação e por estar o padre foragido. Mas o que permanece inalterada, além da condenação, é o Adelino manter o título de padre e não está mais morando na paróquia de Guarapuava ou em Santa Catarina para onde tinha ido.
Não escrevo para condenar o padre. Mas também não estou aqui para defendê-lo. Os que resolveram criticar o que escrevi na época avocando a inocência do padre Adelino que continuem assim. Também não careço que respondam como fica a fé dele em Deus ao fugir. O título do Artigo de hoje é um ditado a pensar, acrescido do trecho final escrito desta Coluna naquela ocasião, intitulada Padre Adelino e Lugo, o pecado bate na batina:
“Escândalos repercutem mais ainda por partir de quem deveria ser exemplo, os mesmos que se arvoram numa santidade incólume. Entretanto, somos seres humanos, falíveis e falhos em nossa vida pessoal ou em sociedade, negar isso é supor que todo padre é santo e inculpável em tudo, é ignorar a advertência de Jesus Cristo: ‘E levantar-se-ão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos”.
Fases de Fazer Frases
Fugir de si mesmo é aprisionar-se no próprio ser de si que não se liberta.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Não se trata de desmerecer a invenção de palavras, afinal a língua é dinâmica. Já foi aqui comentado o modo de ser do brasileiro para com as palavras, no caso de portão, originariamente como aumentativo de porta. E aí surgiu portãozinho. Pois bem, chamo a atenção do apelido dado ao Corinthians Paranaense que disputa o campeonato estadual. Tem quem chame o time de Timãozinho. É só um registro que não tem nada a ver com o fanatismo ou sobriedade do futebol. Faz lembrar outra palavra também já comentada neste espaço, chamar um anão de anãozinho, puro pleonasmo ou como se existisse “anãozão”.
Reminiscências em Preto e Branco
No trânsito, a mãe segura bem a mão da filhinha para atravessarem a faixa de pedestre, no mesmo momento em que eu parava o carro para sinalizar que elas passassem. O sorriso daquela menina, acenando com a mão para mim me fez lembrar o grande poeta Mário Quintana, “o sorriso enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores”.
e que a honestidade seja como um rio que não pára de correr”.
(Amós 5.24)
Na cultura brasileira faz parte do senso comum o sentido de justiça pretendido ou alcançado se colocar em dois planos: a justiça dos homens e a justiça divina. Ambas podem existir ao mesmo tempo; ocorrer uma, depois a outra; ou não se poder comprovar que elas tenham ocorrido, (físico e metafísico).
Fugir da justiça, qual a pior fuga? A dos homens? A divina? As duas? Fugir é uma maneira notável e inescapável de confissão da culpa?
Para as perguntas acima o importante primeiramente é refletir. Longas ou superficiais respostas aqui soariam igresia. Cabe mencionar o fato amplamente noticiado pelos meios de comunicação como esta Tribuna a cerca do padre Adelino Gonçalves, com a manchete: “Após condenado, padre é considerado foragido”. O padre Adelino é foragido da Justiça e está sendo procurado pela Polícia após ter sido mantida a sentença que o condenou a 18 anos e nove meses de prisão, apontado como mandante de dois assassinatos ocorridos em Mariluz, Até antes da decretação da prisão o padre aguardava em liberdade, mas não foi encontrado no endereço paroquial fornecido nos autos, a cidade de Guarapuava.
A primeira condenação foi em abril de 2009, o padre saiu do júri algemado direto para a prisão. Lá permaneceu até conseguir habeas-corpus. Agora, ao saber que a Justiça manteve a condenação o padre não foi encontrado.
O crime que levou a Justiça confirmar a condenação do padre ocorreu quando ele ainda era prefeito de Mariluz. Adelino é apontado como mandante do assassinato do então vice-prefeito Aires Domingues e de Carlos Alberto de Carvalho, o Carlinhos, a morte dos dois deixou consternada a população em 2001.
Na mesma época, em duas oportunidades, escrevi a respeito, considerando o princípio da presunção da inocência assim como enquanto couber recurso – portanto sem sentença definitiva e irrecorrível, toda pessoa ainda poderá provar a sua inocência. É uma garantia constitucional. Desde então o tema não foi mais tratado, pois era necessário aguardar o julgamento da apelação, manifesta nesta semana.
Tornou-se necessário abordar o caso uma vez existir como fato novo a manutenção da condenação e por estar o padre foragido. Mas o que permanece inalterada, além da condenação, é o Adelino manter o título de padre e não está mais morando na paróquia de Guarapuava ou em Santa Catarina para onde tinha ido.
Não escrevo para condenar o padre. Mas também não estou aqui para defendê-lo. Os que resolveram criticar o que escrevi na época avocando a inocência do padre Adelino que continuem assim. Também não careço que respondam como fica a fé dele em Deus ao fugir. O título do Artigo de hoje é um ditado a pensar, acrescido do trecho final escrito desta Coluna naquela ocasião, intitulada Padre Adelino e Lugo, o pecado bate na batina:
“Escândalos repercutem mais ainda por partir de quem deveria ser exemplo, os mesmos que se arvoram numa santidade incólume. Entretanto, somos seres humanos, falíveis e falhos em nossa vida pessoal ou em sociedade, negar isso é supor que todo padre é santo e inculpável em tudo, é ignorar a advertência de Jesus Cristo: ‘E levantar-se-ão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos”.
Fases de Fazer Frases
Fugir de si mesmo é aprisionar-se no próprio ser de si que não se liberta.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Não se trata de desmerecer a invenção de palavras, afinal a língua é dinâmica. Já foi aqui comentado o modo de ser do brasileiro para com as palavras, no caso de portão, originariamente como aumentativo de porta. E aí surgiu portãozinho. Pois bem, chamo a atenção do apelido dado ao Corinthians Paranaense que disputa o campeonato estadual. Tem quem chame o time de Timãozinho. É só um registro que não tem nada a ver com o fanatismo ou sobriedade do futebol. Faz lembrar outra palavra também já comentada neste espaço, chamar um anão de anãozinho, puro pleonasmo ou como se existisse “anãozão”.
Reminiscências em Preto e Branco
No trânsito, a mãe segura bem a mão da filhinha para atravessarem a faixa de pedestre, no mesmo momento em que eu parava o carro para sinalizar que elas passassem. O sorriso daquela menina, acenando com a mão para mim me fez lembrar o grande poeta Mário Quintana, “o sorriso enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores”.
José Eugênio Maciel escreve aos domingos na Tribuna e durante a semana neste BLOG.
"É mais seguro que o homem desonesto não seja acusado do que seja absolvido." (Tito Lívio)
ResponderExcluir