5 de set. de 2011

COLUNA DA PROFª MARIA JOANA:A Esperança vem do Sul!


Nesta semana da PÁTRIA vale lembrar que para muitos o Brasil está em excelentes condições para liderar um movimento em favor da sustentabilidade no planeta, por conta de suas reservas hídricas e por ser uma potência ambiental. O País pode liderar a economia do século XXI, de baixo carbono. Há condições para que o Brasil dê o grande salto em busca da sustentabilidade ambiental
Para o filósofo francês, de 89 anos, Edgar Morin o Brasil é "o país do futuro". Para ele, os trunfos do Brasil em relação ao restante do mundo, estão na miscigenação cultural e na biodiversidade da Amazônia. Se o País souber aproveitar isso, assegura, poderá assumir a liderança mundial num projeto reformista que implique uma mudança multidimensional "conduzida por homens de boa vontade para criar uma nova civilização".
Diz que: “Para alguém que vem da Europa, um continente de nacionalidades fechadas, o Brasil sempre me pareceu aberto a outras etnias - e é essa civilização da mestiçagem brasileira que me interessa. Vejo a grandeza do Brasil na pluralidade étnica de Salvador e na biodiversidade da Amazônia. Acha, porém, que é importante a restituição dos territórios e o reconhecimento das culturas das populações indígenas, porque o mundo considera a Amazônia patrimônio da humanidade, mas pensa pouco na preservação dessas culturas. A noção de desenvolvimento hoje corrente pode ser devastadora para os índios - e não apenas para eles, mas para toda a humanidade.”
Lembra que há também a questão urbana e a favelização das cidades, tão grave como o crescimento do número de carros em circulação. O Brasil é um país pacífico, sem espírito colonialista ou de revanche contra os outros. É também um país em desenvolvimento, embora esse desenvolvimento seja o da classe média - o que pode representar no futuro uma intoxicação consumista. É preciso, antes de consumir, recuperar o hábito de reparar os objetos para que o mundo não vire um depósito de sucata.
Considera que o Brasil não é um país pobre, mas vai precisar da ajuda internacional para proteger esse patrimônio - porque não se trata só do território amazônico, mas da água, um bem universal. E também da solidariedade. Essa é a palavra que vai reger o futuro da humanidade, não mais o individualismo e a burocratização, que é o reverso da solidariedade. A grandeza do Brasil será um exemplo para essa civilização do futuro, que Morin chama de civilização do Sul, calorosa em oposição à cultura anglo-saxônica. Essa não suporta o toque e, infelizmente, influenciou muito a cultura brasileira, que sempre subestimou sua capacidade. O brasileiro não só assimila bem outras culturas, mas demonstra uma curiosidade incomum, uma cordialidade única.
O filósofo, sociólogo, historiador e economista francês Edgar Morin trocou a revolução pela metamorfose, que, para ele, traduz uma "transformação natural e radical" e proclama o surgimento de uma religião da fraternidade, resultante do fato "de estarmos perdidos e, assim, necessitarmos uns dos outros". É um sinal de esperança saber que um dos mais vigorosos pensadores em atividade na Europa tem uma absoluta crença um futuro mais humanista para o mundo passa pelo Brasil...
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC-

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