6 de ago. de 2011

ENTREVISTA DE DOMINGO: Padre Jurandir Coronado Aguilar


Está de volta a ENTREVISTA DE DOMINGO. Viva! Para celebrar a primeira semana de agosto dedicada às vocações, e aos padres, que tiveram o seu dia no último 4 de agosto, o nosso homenageado desta semana é o padre Jurandir Coronado Aguilar Ordenado sacerdote há quase 22 anos, atualmente pároco da Catedral São José, em Campo Mourão, membro efetivo da cadeira nº 17 da Academia Mourãoense de Letras, cujo patrono é Dom Virgílio de Pauli, segundo bispo da diocese de Campo Mourão, Jurandir Aguilar nasceu na cidade de Primeiro de Maio, no Paraná, em 8 de fevereiro de 1965. É filho de João Coronado e Mercedes Aguilar Coronado. Realizou os estudos primários e ginasiais em Primeiro de Maio e a conclusão dos estudos secundários em Londrina. É graduado em Filosofia junto aos Seminários Paulo VI de Londrina, e Nossa Senhora da Glória, de Maringá, PR, em Teologia junto ao Instituto Teológico de Santa Catarina – ITESC, em Florianópolis, Santa Catarina.
Entre os anos 1996 e 2001 estudou na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, onde obteve o título de mestre e doutor em História Eclesiástica. Em maio de 2002 foi contemplado com o Prêmio Roberto Belarmino, junto à mesma Universidade, pela qualificação da sua tese doutoral.
Em 2006 foi enviado a Cambé, para atuar como reitor do Seminário de Teologia Dom Virgílio de Pauli, da diocese de Campo Mourão. Escrever várias obras e oportunina na ENTREVISTA DE DOMINGO relatar um pouco ada sua história bonita de vida pessoal e eclesiástica.

Neste sábado, 6 de agosto, tive o privilégio e entrevistá-lo no programa Tocando de Primeira, pelas ondas médias da Rádio Colméia AM e homenageá-lo com o troféu Tocando de Primeira. Homenagem justa e mereciada, com manifestações ao vivo dos amigos Henrique Salonski, Agnaldo Feitosa, Rosa Albertini e dos familiares, seu irmão João Carlos e mãe Mercedes Aguilar. Uma ótima leitura desta relevante ENTREVISTA DE DOMINGO.
Nas imagens acima, padre Jurandir ao lado do padre Ricardo e Carlinhos Naves, após receber homenagem surpresa na Rádio Colméia AM em Campo Mourão, com o troféu Tocando de Primeira, no programa de número 937 em 6 de agosto de 2011.
Quem é Jurandir Coronado Aguilar? A minha vida encontra um sentido profundo principalmente quando posso fazer referência à minha família. De origem humilde, meus pais chegaram ainda criança no norte do Paraná, provenientes do Estado de São Paulo, estabelecendo-se na cidade de Primeiro de Maio.Sou filho de João Coronado, falecido em 2007, e de Mercedes Aguilar Coronado, sou o filho caçula, nascido aos 8 de fevereiro de 1965. Meus irmãos João Carlos e Geni, vivem ainda na cidade onde nasci, constituíram família e levam uma vida singela, entre o trabalho, a dedicação ao lar, o gosto pela convivência familiar e com os amigos e a atenção à minha mãe, hoje com 75 anos.A infância foi marcada por grandes dificuldades financeiras. Migramos da zona rural para a cidade quando eu tinha 7 anos. Meu pai passou por trabalhos difíceis, com longas horas de dedicação diária, até se estabelecer como operador de máquinas, na prefeitura municipal. Minha mãe totalmente dedicada ao lar e à educação dos filhos.
Já aos doze anos comecei a trabalhar, num supermercado. Meu único trabalho, até ingressar no seminário aos dezesseis anos.Com a família na Bodas de Ouro dos seus pais.
Da vida em família me lembro com muita alegria as conversas junto à mesa, na hora do jantar. Era o único horário que a família podia estar reunida. Guardo destes momentos bonitas histórias. Junto à mesa aprendi a valorizar a escassez dos recursos e a abundância da atenção amorosa de meus pais e irmãos.Bodas de Ouro dos seus pais, em novembro de 2006
Onde o senhor estudou e iniciou a sua vocação? Onde, quando e qual o lema da sua ordenação? Os estudos (primário, ginasial e início do ensino médio) foram feitos nas escolas da minha cidade natal. Me lembro perfeitamente do meu primeiro dia de aula, da primeira professora e da primeira lição. Lembro-me que ao chegar em casa arranquei a folha do caderno, por considerar minha letra horrível. Minha mãe, mesmo analfabeta, deu-me a lição do aprendizado: “o que parece feio é muito importante, filho. Você já começou a junta as letras. Eu nunca tive esta oportunidade”.
Sempre gostei de estudar. Aprendi a ler com muita facilidade. No final do primeiro ano ganhei meu primeiro prêmio: uma caixa de lápis de cor. Passei as férias pintando as paredes de nossa casa. Meus pais jamais censuraram esta travessura.Com o padre Aédio e Dom Xavier, em Cambé, em 2009
A vocação foi sendo despertada com a participação na vida comunitária. Desde os 9 anos já ajudava na igreja como coroinha. Os padres da minha infância foram todos italianos. Conquistavam as crianças com as reuniões e bilhetes que eram juntados para receber o presente de Natal. Ainda tenho um destes presentes. Os únicos que ganhei. Em casa, os brinquedos deveriam ser feitos e inventados. A condição financeira não possibilitava este luxo. Em vez de brinquedos, roupa ou calçado, quando não herdava de meu irmãos mais velho. Não me lembro de ter reclamado algum dia da falta de presentes.
Ter começado a trabalhar cedo, aos 12 anos, me possibilitou ajudar na manutenção da casa e a comprar aquilo que eu gostava.
Após encontros vocacionais com os missionários do PIME e a Congregação Carlista, senti que não tinha vocação para o distanciamento da vida familiar. A descoberta da vocação à vida diocesana foi o caminho escolhido. Poderia ser padre mantendo-me próximo de minha família. Assim entrei no Seminário em Londrina, aos 16 anos, para concluir o ensino médio. Na imagem, no Seminário Menor, em 1981, na cidade de Londrina.Em Londrina, iniciei o curso de Filosofia, quando fiz amizade com os seminaristas da diocese de Campo Mourão que estudavam em Londrina, particularmente, o Pedro Liss, hoje padre de Iretama. Através dele conheci Dom Virgílio que havia chegado em Campo Mourão em 1981, encontrando uma diocese sem padres diocesanos. Foi a minha primeira aventura vocacional. Me transferi para a Diocese de Campo Mourão, indo continuar os estudos filosóficos em Maringá.
Por um período de quase dois anos fiquei fora do seminário (1984-1985), trabalhando com o padre José Brand em Quinta do Sol e no Lar Paraná. Esta experiência foi decisiva no meu discernimento e amadurecimento vocacional. Em 1986 fui enviado a Florianópolis para os estudos teológicos, concluídos em 1989, quando fui ordenado diácono (7 de outubro) e padre no dia 16 de dezembro.
Por quais paróquias e cidades, o senhor já trabalhou? Os trabalhos pastorais foram poucos, mas sempre intensos: no início do ministério trabalhei no Seminário São José (1990-1993). Em 1992 fui nomeado pároco da recém criada Paróquia Sagrada Família (Cohapar – Campo Mourão), onde trabalhei até 1996. Durante este período auxiliei nos trabalhos pastorais da diocese (pastoral vocacional, grupos de reflexão, assessoria pastoral)
Dom Virgílio me enviou a Roma para aprofundar os estudos teológicos. Me sinto profundamente grato e privilegiado por esta oportunidade. Dediquei-me por cinco anos aos estudos de História Eclesiástica. Para auxiliar nos gastos dos estudos, trabalhei na Paróquia Santo Urbano, diocese de Terni, nos finais de semana. Foi uma necessidade também ministerial. Não conseguia ficar distanciado do povo, principalmente nas celebrações dominicais.
Quando voltei de Roma, em 2002, retomei os trabalhos na Paróquia Sagrada Família e dediquei-me ainda ao magistério, lecionando em Londrina e Cascavel. Em 2006, Dom Mauro, nomeou-me reitor do Seminário de Teologia, de nossa diocese, em Cambé. Depois de 23 anos pude estar mais próximo de minha família. O acompanhamento aos seminaristas, as pesquisas, as aulas na universidade, a presença nos encontros diocesanos e o auxílio às comunidades de Cambé marcaram o cotidiano de minha vida nestes últimos cinco anos.
Como o senhor se define? O meu último orientador espiritual, padre Félix Pastor (foto), falecido no mês de julho deste ano, me alertava sempre para a minha rigidez. Sempre fui muito determinado, “espanholzinho teimoso” – dizia Dom Virgílio. Na verdade, sempre vivi minha vida com muita intensidade. Sou profundamente emotivo, contenho sempre este sentimento. Facilmente me surpreendo com as lágrimas nos olhos. Os sentimentos das pessoas me comovem. Sou muito observador. Tenho uma memória fotográfica aprimorada. Desatento aos nomes. Gosto de ambientes arejados, bem iluminado, decorado, plantas. Mantenho grandes amizades. Admiro profundamente a vitalidade das pessoas idosas.
Como é o seu dia a dia? Marcado pela convivência e pelo trabalho. Levanto-me todo dia às 5h30. É momento principal da minha privacidade. Gosto muito de rezar neste horário. A missa no seminário ou oração da manhã acontece às 6h30. Depois vou a Universidade. Lecionado de segunda a quarta-feira pela manhã. O restante do dia é dedicado ao acompanhamento dos seminaristas, administração do seminário, estudos e preparação das atividades pastorais. O dia termina com as orações às 21 horas. Necessito dormir cedo, quando posso estou na cama antes das 22 horas.
Como é ser pároco da Catedral? Como foi esse chamado? Como encontrou a paróquia e quais seus desafios? Ser pároco da Catedral é uma dádiva de Deus. Não pelo lugar social que ela ocupa, isto tem importância também. Mas pelo seu lugar eclesial. A catedral é a Igreja Mãe da Diocese. Nela a Igreja diocesana realiza a sua missão específica. Ela é chamada a ser o espaço da vivência da fé eclesial, da comunhão presbiteral, da unidade com o bispo diocesano, da acolhida de todo o povo de Deus.
O convite aconteceu por uma necessidade particular do bispo. Devido ao término da provisão do pároco anterior, sendo que algumas paróquias de responsabilidade dos religiosos (Araruna e Jussara) estavam sendo entregues à diocese, faltando padres, fui convidado a prestar este auxílio à diocese, além dos trabalhos que já realizava. Relutei pelos compromissos que tenho e pela distância. Aceitei por amor à diocese e pela possibilidade de contribuir com o bispo na valorização de momento importante de evangelização em nossa diocese. Ao lado, com o padre Clauber, e abaixo, com os também padres amigos Roberto Carlos e Luiz Antonio Belini
Senti-me entusiasmado em poder compartilhar da vida paroquial, que tanto valorizei em meu ministério, com um jovem sacerdote, o padre Clauber. Sinto-me rejuvenescido com o seu entusiasmo e dedicação ministerial.
Encontrei a paróquia em estado de alerta. Reticente com a mudança que se processou, fomos recebidos com reservas. Compreendo perfeitamente a atitude discreta e perspicaz de cada liderança. Gestos de acolhida e afeto foi se manifestando, pouco a pouco.
Trata-se de uma paróquia com muita potencialidade. Há muitas lideranças preparadas, pessoas capacitadas, generosas, acolhedoras, sensatas.
Falta integração entre as pastorais e movimentos, maior iniciativa, menos dependência do padre. Momentos importantes da vida diocesana, como o Ano Jubilar, o Ano Sacerdotal, a elaboração doPlano Diocesano de Pastoral, a formação dos futuros presbíteros, foram pouco vivenciados. A paróquia precisa sentir-se mais acolhedora, mais envolvida na vida diocesana, mais solidária.
O maior desafio está sendo econômico. Além de liquidar as dívidas, temos tantas outras urgências na infraestrutura. O dízimo é modesto. Precisamos organizar de forma eficaz a Pastoral Familiar. A juventude necessita de uma presença e de um acompanhamento pastoral atencioso, organizado, dinâmico. A acolhida deve ser valorizada. O acompanhamento espiritual necessita ser priorizado. Falta espaço para o encontro, para a confraternização, para o estreitamento da amizade, da convivência. Na imagem, ordenação diaconal, em outubro de 1989, em Campo Mourão.


Quais as principais conquistas na sua vida sacerdotal? Sou um padre feliz. Já senti muita tristeza, desilusão. Já chorei muito, perdi muito sono. Jamais duvidei da minha vocação. Nunca perdi a esperança. Sempre recebi muita ajuda. Não sei trabalhar sozinho. Sou de muitas iniciativas. Vibro com o empenho comunitário.
As conquistas estão relacionadas às oportunidades que me foram concedidas.
- Despertei o Movimento Serra, no início do meu ministério, para o carinho em favor das vocações. Hoje estes casais são uma presença construtiva em nossos seminários.
- Incentivei as lideranças da Paróquia Sagrada Família a ter amor pelo seu bairro, a lutar pela sua comunidade. Hoje esta comunidade paroquial tem a sua infraestrutura necessária para o trabalho pastoral, é uma comunidade inserida, dinâmica, simples, que cultiva grande respeito pelo seu padre.
- Aceitei estudar em Roma. Dediquei todo o meu tempo e possibilidades para o meu amadurecimento ministerial e aprimoramento do conhecimento. Sei que engrandeci a minha diocese com o resultado final.
- Relutei em assumir o seminário teológico, mas enfrentei o desafio com dedicação. Agradeço a cada instante a Deus pelos novos padres, cheios de entusiasmo, zelo ministerial e aceitação junto ao povo.
- Enfrentei o desafio de coordenar o trabalho na catedral, mesmo residindo em Cambé. Sinto e compartilho com o padre Clauber algo diferente em nossas vidas, novo ambiente, novas pessoas, novos desafios, novo entusiasmo. Estamos sendo conquistados a cada dia.Na sua ordenação presbiteral, em dezembro de 1989, por Dom Virgílio de Paulli, em Primeiro de Maio (PR).
É fácil ser padre hoje? Não. Não tem sido e não tenho ilusões. Não é a facilidade que dá significação a uma vida, mas o desafio que encontramos a cada instante. Entre o comodismo e o inusitado, prefiro a instabilidade cotidiana que me estimula cotidianamente a crescer no aprofundamento espiritual, a cultivar o respeito e atenção a cada pessoa, a vivenciar com zelo cada momento celebrativo, a compartilhar com meus irmãos prebíteros cada tensão e perspectiva nova, a sentir a exigência do trabalho ministerial, a ser cobrado constante pelas pessoas pela atenção, pela presença.
Em Roma, no ano de 1996
Quais as diferenças do padre de hoje e de quando o senhor se ordenou?
Acredito que está na maturidade. Eu era muito jovem quando me ordenei. Não tinha noção precisa da responsabilidade que era confiada. No entanto, cultivo a mesma certeza: ser padre é um dom confiado por Deus, que muitas pessoas me ajudaram a discernir, e que vivo com dedicação e alegria.Celebrando na Paróquia Santo Urbano, na Itália, em 1998
O que o Senhor está pensando para comemorar os 70 anos de fundação em 2012 da primeira paróquia (São José) na região Centro-Oeste? Creio que este tenha sido um dos motivos que mais determinaram a minha decisão em aceitar o trabalho na catedral. Ainda não tenho nada elaborado. Também não quero encaminhar nada sozinho. Mas alguns aspectos me parecem imprescindíveis: refletir e amadurecer a natureza da Paróquia São José enquanto pioneira na região e Igreja-Mãe da Diocese; resgatar os protagonistas da evangelização (leigos, padres, religiosas) que contribuíram na construção da vida paroquial; organizar o espaço da memória paroquial (museu) e documentos que retratam a sua história (arquivo); fomentar a vitalidade da acolhida; adequar o templo naquilo que é necessário (cripta, capela do batismo, sacristia, presbitério). O número sete/setenta é um número de múltiplos significados. Na foto, quando da criação, em 1992, da Paróquia Sagrada Família e poosse como seu primeiro pároco.
Como é a participação dos fiéis na Catedral? O que poderia ser melhor? Ainda não posso fazer uma avaliação precisa. Não sei como era antes. Nunca tinha participado da vida cotidiana da catedral. Conhecia algumas lideranças, mas em outros ambientes. Fico feliz em ver pessoas que participam frequentemente das celebrações, outras envolvidas em trabalhospastorais, catequese, equipes de canto, serviços. Sinto o entusiasmo das crianças, o carinho dos adultos e idosos.
Todo trabalho precisa ser sempre avaliado, refletido e melhorado. Vejo os jovens que frequentam as missas, mas não estão inseridos na vida paroquial. Constato trabalhos sendo feito, mas isolado. Falta maior integração, espírito de vida comunitária. A frequência ainda me parece modesta. Na defesa da Tese Doutoral, Pontíficia Universidade Gregoriana, em 2001
Quais os principais desafios dos fiéis atualmente? Acredito que o maior desafio está na convivência familiar. Necessita-se de maior tempo para estar junto, para o diálogo, o lazer, a oração, a celebração. Preocupa-me, particularmente, a maneira como se ocupa o tempo. A televisão, a internet, a ociosidade preenchem o cotidiano, isolam as pessoas, criam relações virtuais, afastam da convivência, da relação interpessoal, do cultivo afetuoso. Isto tudo é sério e preocupante.
O que o senhor já fez que se pudesse jamais teria feito? Não tenho idéia precisa sobre isso. Mas já expressei confiança em algumas pessoas que não foram sinceras comigo. Talvez em muitas ocasiões faltou a prudência.
O que o senhor ainda não fez, que sonha, almeja um dia fazer? O meu sonho está intimamente ligado ao meu interesse particular, que é também uma necessidade diocesana. Já está em processo, ainda que lento, de execução. É organizar o acervo histórico da diocese (arquivo e museu). Eu acredito na memória histórica como fator primordial para identidade cultural e religiosa de um povo. Temos falhado nisto, infelizmente.Padre Jurandir ao lados do arcebispo Dom Mauro e bispo Dom Xavier.
Qual o seu esporte preferido e o time do coração?Este é o problema mais alertado pelo meus cardiologistas. Não pratico esporte. Procuro caminhar no meu trabalho. É insuficiente. Sou santista. Mas não acompanho muito. Gosto muito de assistir, quando posso, voleibol.Como o senhor analisa essa situação e prevê o futuro da Igreja Católica?
A Igreja é uma realidade histórica. Presente no mundo, mas com uma missão recebida, que não lhe pertence necessariamente. Assim sendo, somos todos servidores de uma missão que nos foi confiada.
Acredito que a Igreja, em todos os períodos da sua história, enfrentou sérios desafios. É isto que marca a sua existência. Hoje com a sensibilidade dos valores humanos e a desconsideração da dignidade humana, a Igreja necessita de maior sensibilidade e solidariedade com as causas existenciais.
Eu prevejo uma Igreja mais desafiada na sua autenticidade missionária, mais acolhedora, mais segura da sua identidade e contribuição com as realidades da sociedade.
Como o senhor analisa as desigualdades, a corrupção e a inércia da maioria dos políticos na construção de uma sociedade fraterna para todos e não somente para alguns? A principal conquista do mundo contemporâneo está na valorização da cidadania, no reconhecimento dos direitos humanos, no comprometimento com as causas sociais, na participação democrática, na construção de estruturas de solidariedade. Tudo quanto contradiz o reconhecimento da dignidade humana e o respeito da pessoa, enquanto indivíduo e comunidade, contribui para a própria frustração da vida.
Não compartilho com o sistema eleitoral atual. Não é representativo, está contaminado pelo favoritismo, ludibria as consciências, está alicerçado na vantagem pessoal.
A corrupção e o descomprometimento com o bem público geram indiferença com os anseios do povo, insensibilidade com as necessidades humanas, particularmente na saúde, moradia e educação, e abandono dos ideais da solidariedade.
O exercício da cidadania e da atividade política é um dever de todo cidadão. Isto requer consciência comunitária, participação, educação para a cidadania, respeito, valorização do espaço onde se vive.
a imagem acima, o padre Jurandir na sua posse na Academia Mourãoense de Letras assumindo a cadeira 17 patrocinada por Dom Virgílio de Paulli, e abaixo, a peregrinação à Terra Santa, Jerusalém, em setembro de 1907.
VAPT-VUPT
Ética em uma frase é...
capacidade de agir com coerência, sem receio de ser questionado.
Ser padre é... um deixar-se conduzir pela vontade de Deus.
A Igreja católica é... herdeira da fé cristã.
Política é... o exercício da cidadania responsável.
Cite três personalidades esportivas de Campo Mourão? Não tenho acompanhado o mundo o esporte em Campo Mourão. Mas admiro o trabalho e o empenho do professor Jair Grasso (foto). Vibrei com as notícias do handebol e tenho notado interesse de muitas pessoas pelo ciclismo. Isto é muito salutar.
Cite três personalidades mourãoenses? Gostaria de ressaltar três nomes, não por todos conhecidos, mas que me trazem no momento profundo sentimento de gratidão: Dr. Marcelo Brito (oftalmologista) pelo esmero no atendimento e precisão no esclarecimento; Marta Kaiser Leitner, advogada, pelo espírito solidária e capacidade de unir forças no Projeto Casa das Fraldas; Dráuzio de Jesus Cavali pela dedicação e persistência da secretaria pastoral da diocese de Campo Mourão.Marta Kaiser Leitner, homenageada com o troféu Tocando de Primeira, na Rádio Colméia AM.
Campo Mourão do presente é ... Uma linda e simpática mulher, descuidada e inquieta.A Campo Mourão do futuro será... Aquilo que a geografia lhe proporcionou: um centro de convergência do desenvolvimento econômico, da convivência solidária e da vivacidade religiosa.
Governo Beto Richa... Uma promessa a se concretizar, marcado pelo entusiasmo juvenil, que pode encaminhar, se perspicácia houver, grande empreendimentos para o Estado. Há representatividade a nível federal que precisa ser articulada e envolvida em investimentos duradouros.
Governo Dilma... Ainda muito atrelado a alianças eleitoreiras. É uma mulher de carisma, de inteligência política, de firmeza nas decisões. Necessita equacionar os investimentos na saúde e educação, conter os gastos da máquina administrativa, estimular a reforma política, resgatar a identidade agrícola do país, contribuir na valorização da auto-estima do brasileiro e favorecer o desenvolvimento do transporte ferroviário.
Comida... Não tenho preferências específicas. Qualquer prato, menos espaguete, saboreado num ambiente familiar ou com amigos, é saudável e salutar.
Música... Quando viajo de carro, principalmente, gosto muito de ouvir música popular brasileira, particularmente Toquinho, Fagner e Fafá de Belém.
Um fato inesquecível... A morte de meu pai.
Um fato marcante.... Minha defesa doutoral na Universidade Gregoriana, em Roma.
Um sonho... Encerrar minha atividade acadêmica e dedicar-me simplesmente ao ministério pastoral.Ao lado de seminaristas: presença constante e incentivo às vocações.
Qual o seu recado aos leitores dessa ENTREVISTA DE DOMINGO?
Toda entrevista é sempre a expressão de um ponto de vista a partir de uma situação existencial e de uma forma de vida. Nada mais. O que importa mesmo, no dia-a-dia, é a capacidade de saber conviver, de reconhecer as potencialidades de cada pessoa, de se alegrar com as atitudes tomadas com coerência, de compartilhar das dificuldades e dores que inexplicavelmente sobrevém e, sobretudo, reconhecer o outro como importante para a minha vida. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!”

7 comentários:

  1. “Tu és sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque” (Heb 5, 6). O caminho do sacerdócio é, inevitavelmente, o da renúncia, da cruz e do sacrifício e, também, o da mais alta dignidade humana, o das alegrias profundas e incomunicáveis, o caminho daqueles que Deus constituiu “um reino de sacerdotes, que reinam sobre a terra” (Ap 5, 10).

    Parabéns Pe. Jurandir! Deus o abençoe!
    Agnaldo Feitoza

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  2. Pe. Ricardo Arica Ferreira7 de agosto de 2011 às 10:21

    Olá Ilivaldo e todos os que acompanham este precioso trabalho... A vocês minhas saudações...

    Como é bom ser padre... Como é ser de Deus... Como é bom ter pessoas amigas que respeitam e valorizam a nossa vocação...
    Agradeço a oportunidade de poder ter participado de mais uma edição do Tocando de Primeira desde nosso querido amigo Ilivaldo... Alegria ainda maior por estar junto com o homenageado Pe. Jurandir que é um exemplo de vida para nós padres... Tive a graça de tê-lo como formador por quatro anos e hoje o tenho como amigo e irmão no clero...
    Ao senhor Pe. Jurandir: os meus votos de felicidades e que as bênçãos divinas continuem sempre contigo... Parabéns!!!

    Pe. Ricardo Arica Ferreira

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  3. Olá Ilivaldo parabéns pela homenagem ao Pe. Jurandir ele é merecedor de tudo o que foi falado sobre ele e sua vocação ...aproveito para agradecer a Deus por nos dar verdadeiros sacerdotes...e mais ainda por está tbm direcionando o meu irmão também a esta vocação...Parabéns ao Pe. Jurandir e a todos os padres ...
    e a vc Ilivaldo pelo excelente blog.
    Um forte abraço...a todos
    Vania,Heitor e Julia Emanueli

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  4. Parabéns aos responsáveis pela entrevista...padre Jurandir é um grande amigo e merecedor de grandes homenagens...Parabéns a todos os sacerdotes ...por esta vocacão tao linda e necessária para a igreja!!Luciana Cambé!!

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  5. O padre Jurandir é um servo de Deus, luminoso e iluminado. Bom caráter, excelente formação, preparado para pastorear o rebanho e ser líder, exemplo a ser seguido, um guia seguro em especial para os jovens que buscam uma referência no ministério sacerdotal. Vocacionado e convicto de sua missão nos dá a certeza de que a Igreja particular da Catedral São José continua em boas mãos. Que sua simplicidade e grandeza continuem a nos contagiar e levar cada vez mais almas para o céu. Rezamos por você e rogamos à Santíssima Mãe Maria, aos anjos e santos, e ao Unico e verdadeiro Deus que continue como sempre a te proteger, guiar a ajudar. parabéns a ti e ao confrade Ilivaldo. Parabéns. De primeira! Um golaço!
    DINA CARDOSO, prefeita de Farol

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  6. Felicitações ao Ilivaldo pela iniciativa de apresentar à sociedade este grande e eloquente exemplo de dedicação a Deus e à Igreja. Sem sombra de dúvida, a vida e o testemunho do pe. Jurandir confirmam para a sociedade atual, que vale a pena ser padre e dedicar-se totalmente ao serviço de Deus e de seu povo. Ele é um gigante que trabalha incansavelmente pela Diocese de Campo Mourão, cujo ministério na Catedral reforça ainda mais o sentido de unidade e maternidade que esta Igreja possui e representa para as demais igrejas da Diocese. Campo Mourão é feliz e privilegiado por tê-lo como padre; a Diocese é enriquecida por contar com leigos e leigas que reconhecem o valor e o trabalho realizado por seus sacerdotes e contribuem com eles!

    Parabéns!

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  7. Ao Pe. Jurandir, o meu sentimento de imensa gratidão pelo trabalho que ele e o Pe. Clauber estão realizando na nossa Igreja, o que me preocupa é: será que como católicos estamos correspondendo à altura da dedicação dos Padres com a nossa Paróquia? Será que nós católicos estamos fazendo a nossa parte para contribuir com o trabalho dos Padres? Vale a pena refletir, pois a nossa Igreja está linda, nossas missas estão lotadas, temos fila para a comunhão, nossas crianças frequentam a catequese com alegria, e isso é uma benção pra nós, porque nos motiva a frequentar cada vez mais nossa Igreja.
    Parabéns ao Padre Jurandir e ao Padre Clauber, pela dedicação, empenho e paciência com a nossa comunidade. Que DEUS na sua infinita bondade dê muita força aos Padres para cuidar das nossas crianças, jovens, idosos e principalmente por nos orientar e rezar por nós.

    Pe. Jurandir, muito obrigada pelo seu maravilhoso trabalho em nossa Paróquia.

    Penso que, precisamos agradecer a DEUS todos os dias pelo trabalho que o Pe. Jurandir e Pe. Clauber estão realizando em nossa comunidade.


    Eu, como filha de DEUS, Estou muito feliz....e peço a DEUS todos os dias para que os Padres não desanimem, não esmoreçam, e continuem acreditando em nós leigos.

    Fiquem com DEUS!

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