22 de fev. de 2025

"EU SEI NADAR" , por José Eugênio Maciel

 
“Eu sei nadar”.

“A combinação do excesso de confiança com a faltade  prudência resulta na mais pura estupidez”. Daniel Pierre

         Dois jovens com 18 anos morreram afogados em um tanque de três metros, numa fazenda em Castro, aqui no Paraná. Um deles estava se afogando e o outro foi socorrê-lo, mas não conseguiu.

         “Eu sei nadar”, é uma verbalização muito comum, reação de alguém após ser advertido, ou não, para os cuidados ao entrar na água ou estando em alguma embarcação.

         Nessa onda de calor elevado aumenta o número de banhistas e, consequentemente, o número de afogamentos, muitos dos quais resultam em morte e profunda consternação dos familiares e amigos.

         Alguém poderia afirmar categoricamente, “eu sei correr”. No entanto, quantos metros ou quilômetros uma pessoa consegue correr sem estar habituada?

         Ainda que for forçando a resistência, o dito corredor, ao não mais conseguir correr, pára.

         Cabe a comparação quanto a nadar. Saber nadar é um pressuposto que é válido, mas pode não adiantar muito ou nada.

         Existe a falta de preparo, fôlego e as câimbras. Além disso, é comum alguém morrer afogado na tentativa de salvar quem estivesse também se afogando.

         O excesso de confiança que se soma a absoluta falta de conhecimento de causa, limitada, repita-se, ao fato de imaginar que basta “saber nadar”, o que, efetivamente é não saber, nada.                     

Fases de Fazer Frases (I)

         Não confundamos: Amor impossível; com amor impassível.    

Fases de Fazer Frases (II)

         Não confundamos: A mulata de moleta; com a maleta da mulata.

Fases de Fazer Frases (III)

         Se os dias fossem iguais nós também seríamos.    

Fases de Fazer Frases (IV)

         A influência tem fluência e vice-versa. 

Fases de Fazer Frases (V)

         O pensamento perturba menos que a falta de ação.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

         “Asfalto a caminho. Estrada de Roncador a Mato Rico, finalmente vai deixar sacolejo!” A manchete é do Sítio de notícias CR3!. A notícia tem um trocadilho: “Só falta a poeira baixar. Se correr tudo como se espera, as máquinas estarão roncando (sem trocadilho) pelos trechos nos próximos dias”. E conclui que será o fim das trepidações.

         Na região são os dois únicos municípios sem ligação asfáltica direta, e tira Mato Rico do isolamento geográfico.            

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

         “Motorista foge” e “Omissão de socorro” são colocações comuns em se tratando do trânsito de Campo Mourão, tema abordado por diversas vezes nesta Coluna. Apenas na semana passada, dois acidentes ocorreram, sendo que os motoristas fugiram. Num deles chama a atenção o fato da motorista ser estudante de medicina. A futura médica se omitindo de socorrer a vítima, que absurdo!        

Farpas e Ferpas (I)

         Pior inconveniente é sê-lo sem perceber.                                 

Farpas e Ferpas (II)

         A ingenuidade é uma qualidade de pouca serventia.                 

Farpas e Ferpas (III)

         Desculpa não é o mesmo que perdão. Perdão nem sempre é boa desculpa.   

Sinal Amarelo (I)

         A verdade pode andar sozinha. A mentira sempre está mau acompanhada.   

Sinal Amarelo (II)

         Escolher as palavras é tão importante quanto saber dizê-las.

Trecho e Trecho

         Eu, como sou operário/ E não posso ser barão/ Vou morar lá em Mangueira/ Num modesto barracão.” [Pixinguinha – Eu quero é só nota].

         “Quanto maior é a nossa ignorância, mais os milagres se transformam em acasos”. [Alejandro Jodorowsky].

Reminiscências em Preto e Branco (I)

         Sensibilidade artística e temas sociais brasileiros podem resumir a criatividade e competência do cineasta Cacá Diegues. Ele morreu no último dia 14 aos 84 anos. Um dos mais importantes nomes do cinema nacional, são mais 50 anos de dedicação a chamada sétima arte.

         Deixou um filme que será finalizado, “Deus ainda é brasileiro”, continuação do filme “Deus é brasileiro”. Era membro da ABL – Academia Brasileira de Letras.

Reminiscências em Preto e Branco (II)

         O tempo voa mais para quem não tem asas.

Reminiscências em Preto e Branco (III)

         Bom antiquário tem dois tipos de freguês: o antigo freguês e o freguês antigo.  

Reminiscências em Preto e Branco (IV)

         “Até os cachorros da rua me conhecem”, disse uma senhora para a outra no caixa eletrônico bancário. Ela se referia a morar no mesmo bairro há mais de 30 anos, no Santa Cruz, em Campo Mourão,  “na mesma casa”.

         De fato o ditado não é mera força de expressão, pois os cães não avançam quando conhecem as pessoas.    

 * José Eugênio Maciel, mourãoense, professor, escritor, advogado, membro da Academia Mourãoense de Letras, fundador da cadeira nº 03, tendo  como patrono Eloy Maciel. Coluna publicada também no jornal Tribuna do Interior, edição de 21 a 23 de fevereiro 2025

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