8 de jun. de 2012

COLUNA CAMILA ZAZULA: Gagueira infantil

Aprender a falar é muito complicado. Pequenas disfluências fazem parte deste processo. Para algumas crianças, no entanto, estas podem ser sinais que deveriam nos alertar para uma possível gagueira, especialmente se a família tem história positiva.

A criança por sua condição de estar desenvolvendo as habilidades motoras e lingüísticas, esta sensivelmente sujeita às determinações motoras, cognitivas e emocionais ligadas à produção de gagueira natural.
Existe a gagueira fisiológica, que acontece entre dois e seis anos de idade da criança. Como ela não tem domínio da língua que esta adquirindo, ela atua em cima desta linguagem, apresentando muitas vezes disfluências, porém consideradas naturais para a própria estruturação da língua e linguagem do ser falante.
Os pais, professores e amigos, por não saberem deste desenvolvimento normal da fala nesta idade, não aceitam sua fala e pedem para que ela fale direito, devagar, pense antes de falar, respire, se acalme, dando importância à forma como ela fala, ao invés de se importarem com a mensagem que está sendo transmitida.
Ao pais, familiares, amigos e professores tem que procurar entender as diferenças individuais da fala, aumentar a tolerância, expressar aceitação, descrever os comportamentos ao invés de rotulá-los. Tentar reduzir os medos e as frustrações com a fala disfluente para mostrar à criança como lidar com estes sentimentos. Não repreender, ridicularizar ou expor a criança, não ameaçá-la, castigos, não mandar parar de gaguejar. Não é recomendado “ajudar” a criança completando suas falas, falando ou usando o telefone por ela, nem estimulá-la a substituir palavras gaguejadas por palavras fluentes. Substituir palavras é considerado um insucesso.Aumenta muito o nível de preocupação pelo vocabulário e não diminui a gagueira.
A criança, por não saber falar de outro jeito, passa a partir de então a fazer tentativas para falar melhor, de forma que agrade aqueles que não aceitam sua fala e já se considera mal falante. O fato de a criança errar, após acertar, mostra um falante submetido ao movimento da língua.
Vendo-se como mal falante, diante da ideologia do bem falar, antecipando e tentando falar bem, a fala se torna tensa e não sai fluente. Portanto, a gagueira está mais no pensamento do que na fala.
Dúvidas,opiniões,observações:envie seu email para camilazazula@hotmail.com ou me procure na Clínica Betel (44 3017-5577) na Rua Panambi 1966, ou na Clínica Oto – Oftálmica (44 3016-2332), em Campo Mourão-PR.

Nenhum comentário:

Postar um comentário