Nesta semana Campo Mourão recebe importantes visitas. Pela primeira vez na história do município, dois ministros do governo, Roberto Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) e Reinhold Stephanes (Agricultura) aqui estiveram para conhecer a realidade agrícola. A Consulesa da Ucrânia no Paraná, Larysa Myronenko e o presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira, Vitório Sorotiuk, visitará Campo Mourão no dia 16 de maio, sábado.O que tem em comum essas visitas? Por que são importantes para nossa cidade. O que elas querem nos lembrar?
A consulesa nos visita para conhecer um pouco da Ucrânia que existe aqui no Paraná e na nossa região. Será recepcionada pelos descendentes dos imigrantes ucranianos que para cá vieram em busca de terra para plantar, um lugar para construir sua vida, gerar seus filhos em paz, tranquilidade. Este sonho foi de todos os imigrantes de todas as partes do mundo, que abandonando suas casas, fugindo de sua pátria por motivos de guerra, fome, desemprego, foram acolhidos no Brasil. Histórias semelhantes, a mesma força de vontade, os imigrantes de todas as raças que aqui se instalaram, ajudaram a construir um país especial, uma nação cosmopolita, aberta para o mundo, onde todos foram bem recebidos. Geração após geração, os descendentes foram pouco a pouco inculturando-se e gerando um brasileiro mestiço de todas as raças, cores e sabores.
E a terra, comprada a duras penas, foi cultivada, transformando este país numa potência agropastoril, exemplo para o mundo. O Paraná especialmente, “coração agrícola do país” segundo ministro Mangabeira, mostra ao mundo que é possível produzir a proteger a natureza como pede o ministro Stephanes. Campo Mourão foi pioneiro na década de 70 na implantação das matas ciliares na bacia do Rio do Campo. Hoje vemos os rios protegidos ao lado das plantações cuidadas, sem erosão (erosão só no marco do lançamento do Programa Nacional de Conservação do Solo, na Praça do Fórum…). Outro programa pioneiro e de sucesso é o programa de recolhimento de vasilhames de defensivos que recolhe quase 100%. Os ministros e a consulesa podem ver que aqui em Campo Mourão os rios estão protegidos no campo, graças ao trabalho dos agricultores que investem parte da sua renda, para manter os mananciais e garantir a água da cidade.
O que pedem é que não inviabilizem a sua propriedade sua propriedade com leis que podem tirar da terra mais de um milhão de pequenos produtores que perderão a condição de produzir. Na Coamo 70% dos cooperados são agricultores familiares que possuem propriedades de até 100 hectares. Segundo Stephanes, o setor agrícola é extremamente importante para a economia do país representando um terço do PIB do país. “A agricultura tem uma atuação extraordinária na exportação da produção para 180 países. O Brasil tem 5.600 municípios e quando a agricultura vai bem, vão bem também cerca de 4 mil municípios que dependem diretamente da agricultura, que é responsável por 100% das reservas da balança comercial brasileira”.
De acordo com Mangabeira Unger, a agricultura brasileira é de importância decisiva para o mundo, mas, sobretudo, é importante para o próprio País, sendo que o setor é fundamental dentro do novo modelo de desenvolvimento que está sendo construído. "O Brasil está em busca de um novo modelo de desenvolvimento baseado em ampliação de oportunidades econômicas e educativas. O terreno privilegiado para avançarmos nesse caminho é a agricultura", afirmou. "São três as grandes aspirações que orientam esse projeto: a primeira é superar o contraste meramente ideológico entre agricultura familiar e agricultura empresarial. Não há duas agriculturas. Só há uma e o que nós queremos é dar características empresariais à agricultura familiar. A segunda aspiração orientadora é fomentar a industrialização rural, a agregação de valor no campo. Não queremos o contraste entre cidade cheia e campo vazio. Queremos uma vida rural variada e vibrante. E a terceira aspiração que baliza o caminho é construir uma classe média rural forte”. ”Eu vim para recolher as lições dessas experiências e ver de que forma podemos utilizá-las como exemplo para o país. O Brasil tem interesse estratégico em que essa experiência exemplar do cooperativismo agrícola supere os seus problemas e possa ajudar a apontar o caminho para o país. Tudo isso ganha uma importância ainda maior no contexto da crise mundial. O Brasil pode ascender a um lugar preeminente na agricultura do mundo se nós definirmos o nosso caminho corretamente".
ESPERAMOS que tenham aprendido as lições e que o governo faça a sua parte!!!
Maria Joana Titton Calderari – graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC- majocalderari@yahoo.com.br
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