22 de mar. de 2009

ENTREVISTA DE DOMINGO: Geraldo dos Santos

Geraldo dos Santos, empresário da Fiorella. ao lado da esposa Salete e dos filhos Érica e Thiago, recebendo em Curitiba o troféu "Guerreiro do Comércio do Paraná" em 2007.

Neste domingo, o empresário Geraldo Sebastião dos Santos, da Super Fiorella e empreendedor de várias empresas em Campo Mourão, está na ENTREVISTA DE DOMINGO – novidade na imprensa mourãoense há quatro semanas.

Geraldo dos Santos conta um pouco da sua trajetória profissional a frente dos seus empreendimentos, analisa o futebol brasileiro, destaca as inovações da Super Fiorella.
Ele responde perguntas do BLOG, entre as quais responde sobre as dificuldades atuais e motivação do empresariado, sobre a cidade de Campo Mourão, as situações da estrada Boiadeira e do parque do Lago e da possibilidade da região eleger vários deputados na próxima eleição.

Confira a ENTREVISTA DE DOMINGO com a opinião deste empresário de sucesso, atuante na comunidade, laureado em 2007 com o troféu “Guerreiro do Comércio do Paraná”. Um ótimo domingo e uma ótima leitura para você, leitor do BLOG DO ILIVALDO DUARTE.

BLOG DO ILIVALDO DUARTE: Quem é Geraldo dos Santos? GERALDO: Sou natural de Mandaguaçu, Paraná, onde nasci há 51 anos no dia 20 de janeiro (Dia São Sebastião). Sou casado com Maria Salete Vieira e temos dois filhos - Érica Taciana, psicóloga, e Thiago Augusto, estudante de administração e empresário da Casa da Madeira. Meu Primeiro emprego foi aos 11 anos de idade em uma Eletrônica que era do meu tio, consertando rádios e televisões. Com 14 anos entrei como menor estagiário no Banco do Brasil em Mandaguaçu. Aos 18 anos, fui para o exército em Curitiba na 5ª GACAP. Voltando do exército, prestei concurso aqui em Campo Mourão para trabalhar na Copel, fui aprovado e comecei a trabalhar em Umuarama no setor de Medição, onde permaneci por três anos. Minha paixão sempre foi trabalhar com vendas, fui contratado pela Itaú Seguros onde trabalhei por 11 anos. Sou vicentino e vice-presidente do Lar dos Velhinhos e também sou presidente da Ovinocampo e faço parte da diretoria da Acicam.

Como foi a trajetória profissional do Senhor até aqui? Tenho sangue português, temos um ditado que diz: “Não podemos pôr todos os ovos na mesma cesta”. Em 2001 fizemos um projeto na área de entretenimento e durante três anos exibimos filmes toda segunda-feira no Teatro Municipal para a volta da cultura do cinema em nossa cidade. Em junho de 2004, abrimos o Cinemaxs em parceria com o Hélio da Graça, que é um apaixonado por cinema. Hoje temos uma freqüências muito boa de público. O projeto Cinema Itinerante levou a Arete do cinema para milhares de pessoas em nossa região e foi destaque na Rede Globo por duas vezes. Em 2005 abrimos a empresa Arenas Metais, especializada na área de reciclagem, que faz coleta em toda a Comcam e vende para grandes empresas. Além dos empregos gerados - tem mais de 100 pessoas que dependem da reciclagem-, contribuimos também para a conservação da natureza. Em 2007 inauguramos a Casa da Madeira. Nossa Cidade está em grande expansão imobiliária e a construção civil vive um grande momento. Assim nasceu uma empresa especializada em madeiras, comprometida em trabalhar somente com madeiras legalizadas, de reflorestamento ou área de manejo, com certificados do Ibama. Em parceria com a Empresa Planeta Água efetuamos projeto para o uso racional da água e conseguimos reduzir em 35 % o consumo deste importante insumo. Além disso, cerca de 250 quilos de lixo/dia é totalmente reciclado. Temos uma propriedade rural onde estamos desenvolvendo o Turismo Rural, em um grande projeto para educação ambiental. Futuramente levaremos os alunos das escolas para conhecer o nosso borboletário.

Desde quando o Senhor reside em Campo Mourão e além da Fiorella, quais são outros empreendimentos na cidade? Resido em Campo Mourão desde 1991. Na época, fizemos uma pesquisa no ramo de Padaria em várias cidades - Toledo, Assis Chateubriand, Marechal Rondon, Cianorte, Umuarama e Apucarana – que nos direcionou para esta cidade. Na época, Campo Mourão tinha apenas seis padarias - hoje tem 34, havia uma carência de produtos e o atendimento ficava a desejar – na época as padarias abriam até as 19 horas e não abriam aos domingos. Nossa proposta foi de encantar os clientes com um bom atendimento e produtos de qualidade. Começamos com uma loja discreta, mas com muita garra e determinação fomos crescendo. Em 1998, abrimos no Shopping Piu Bello nossa praça de alimentação.

O Senhor pratica algum esporte? Já pratiquei natação, caminhadas Infelizmente, desde 2006 tenho artrose no quadril, o que me impossibilitou de continuar nestas atividades. Hoje estou apenas fazendo Pilates - exercícios de alongamento.

Qual é o time do seu coração e o craque de todos os tempos? Sou santista de coração e Pelé é sem dúvida, o craque de todos os tempos.

Como o Senhor analisa o futebol brasileiro e a volta do atacante Ronaldo? O futebol brasileiro é muito prostituído, o dinheiro fala mais alto e os poucos talentos que surgem logo vão embora em busca de mais dinheiro. Admiro o Ronaldo pela superação e vontade de jogar futebol, pois acredito que ele não precisa de dinheiro e está querendo voltar a jogar porque gosta.

Quais são seus grandes sonhos como empresário? Meu maior sonho era ter meu próprio negócio, em 27 de junho de 1991 fundamos a Fiorella Pães e Doces. Na época, tinha como sócios o Darcy – que contintua até hoje- e o Wilson, que em 1996 saiu da sociedade. O meu grande sonho é ser parceiro de grandes ideias e poder investir mais nas pessoas.

O que o Senhor destaca como inovação da Super Fiorella? A Super Fiorella foi um marco na noite da nossa cidade, pois foi a partir do sucesso da Fiorella Lanches que outros empresários começaram a investir em pizzarias, lanchonetes, barzinhos e até restaurantes. Em 1999 mudamos para o prédio atual onde temos padaria, confeitaria, loja de conveniência, bistrô, lanchonete e restaurante, onde passam em média mais de 2.000 pessoas por dia. Temos 93 funcionários diretos e 15 indiretos e para nosso orgulho, a Fiorella está entre as cinco melhores padarias do Paraná e entre as 100 melhores do Brasil. A Fiorella é uma empresa reconhecida pela comunidade, pelos clientes e mais ainda pelos funcionários como um lugar digno de se trabalhar, onde impera o respeito e a dignidade, valores que são a fórmula do sucesso da Fiorella. Nossa empresa sempre investiu em responsabilidade social através de entidades filantrópicas, incentivando vários projetos culturais e esportivos, além da educação. Em nosso quadro de funcionários temos deficientes físicos e dois ex-alunos da Apae.

Quais são as dificuldades que o empresariado enfrenta em nosso país? Em cada pãozinho, quanto o Senhor paga de imposto para o governo? A maioria das pessoas que tem alguma posse não gosta de fazer investimentos onde necessitam de mão-de-obra. O custo elevado para se ter um funcionário é muito alto e as leis trabalhistas estão ultrapassadas. A carga tributária é elevada, no pãozinho, por exemplo é de 37% . Ser empresário hoje no Brasil é ter o governo como sócio-majoritário e a empresa tem que ser muito organizada para sobreviver.
Na sua opinião, o que deve ser feito diante do cenário atual? Há muitas empresas sólidas em nossa cidade. O tempo dos aventureiros já passou. O tempo do “vai assim mesmo” ninguém aceita mais e o cliente está cada vez mais exigente. Temos que ser inovadores e estar atentos para o mundo. As mudanças acontecem muito rapidamente, se não ficar ligado, fica para trás. Como diz o provérbio chines "Não tenha medo de crescer lentamente. Tenha medo, apenas, de ficar parado.”

Como o Senhor analisa a Campo Mourão de hoje? Campo Mourão é uma “Senhora cidade”, tem mais de 60 anos, mas ainda não descobriu sua verdadeira vocação. Talvez, por falta de visão dos administradores. Uma mudança não acontece de repente, cada prefeito que passou fez sua parte na transformação da nossa cidade, que será grande quando for boa para todos que aqui vivem e não apenas para alguns.

O que esperar da administração municipal e dos vereadores? Falar dos nossos políticos é muito fácil, só sabem fazer a política do “toma lá da cá”. Como administradores ficam devendo muito, esquecem que foram eleitos para administrar o bem público. Na nossa Câmara você não sabe quem é situação ou oposição.

O Senhor acredita na concretização da estrada Boiadeira? Existem muitos interesses políticos e comerciais contra a Estrada Boiadeira, e no momento não temos forças suficientes para lutar contra elas. Assim, vai ficando somente no discurso eleitoral.

Como o Senhor observa a situação do Parque do Lago? Para consertar a ponte do Parque do lago demorou mais de um ano, imagine o lago, que é muito mais complicado. Se fosse uma empresa privada já estaria resolvido e seria um parque com uma grande infra-estrutura para que a comunidade o visitasse com prazer e orgulho. Terceirizar o Parque do Lago seria uma solução, poderia ser cobrado um valor simbólico para a manutenção e poderíamos ter zoológico, orquidário, borboletário, bons banheiros, parque de diversão, lanchonetes, etc.

Em 2010 haverá eleições. O Senhor acredita que a Comcam poderá eleger dois deputados estadual e um federal? Não somos Cidade-Pólo, os municípios da Comcam não veem Campo Mourão como Cidade-Mãe. Nosso comércio depende muito pouco da região, pois quem tem poder aquisitivo não gasta em nosso comércio, ele vai para outros centros. Temos poucas lideranças regionais, em nossa cidade há dois lados políticos, não existe união e um lado fala mal do outro. A política é como as fraldas: é bom trocar de vez em quando se não começa a feder.

Ética, em uma frase é.... Ser ético é saber que para possuir tudo que tenho não foi preciso explorar ninguém, desrespeitar ou diminuir as pessoas com quem trabalho.

Corrupção, em uma frase é.... Somos corruptos quando achamos que o dinheiro compra tudo, até a dignidade das pessoas.

Cite três personalidades de Campo Mourão. Dona Jacira, você tem um cantinho no céu. Seu trabalho é fantástico; Irmã Elizabeth, do Lar dos Velhinhos: a cada dia aprendo que tenho que ter mais paciência e confiar mais em Deus. Cuidar de um idoso é difícil, 65 então nem se fala; Dr. Aroldo Gallasini: um sonhador, idealista e um empreendedor.

Em uma frase, ser empresário em Campo Mourão é.... Ser empresário é ser diferente, é ser inovador. A persistência é a vitamina do triunfo. A marca Fiorella possui hoje mais de mil vendedores, os quais são nossos clientes satisfeitos com a qualidade dos nossos produtos e o nosso bom atendimento. Eles vendem a nossa marca e isso não tem preço, tem uma valor imensurável.

Um recado para os leitores do BLOG. Francis Bacon disse: “O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las" É melhor estar preparado para uma oportunidade e não ter nenhuma, do que ter e não estar preparado. Aos nossos clientes, fornecedores e colaboradores, o nosso muito obrigado. Todos os nossos investimentos são feitos em nossa cidade por acreditar no potencial da nossa gente e na riqueza de nossa terra. Um grande abraço a todos, tudo de bom.

Inovador, empreendedor, Geraldo dos Santos está a frente de atividades diversificadas, como por exemplo, na criação de ovinos, sendo atualmente presidente da Ovinocampo - Associação dos Ovinocultores de Campo Mourão

4 comentários:

  1. É uma aula a entrevista de hoje, mostra o quanto foi acertardo ter criado este espaço no domingo, é possível se extrair muitas
    idéias e visões importantes. Igualmente destacar a oportunidade de conhecer o pensamento e o trabalho de cada um dos entrevistados, que são grandes contribuições para o desenvolvimento da cidade.

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  2. Não tenho o previlégio de conhece-lo pessoalmente,mas admiro qualquer pessoa que mostre essa visão crítica e que não se contente com as coisas como estão,a transformação do mundo parte de pessoas assim,que enchergam além.
    Parabéns Ilivaldo pela entrevista,parabéns ao Geraldo,muito sucesso pela frente.

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  3. hoje trabalho na fiorella, e tenho orgulho de conhecer-lo pessoalmente, é muito dificil encontrar um empresário q não tem medo de invertir e inovar, parece contraditório mais o empresário mourãoense tem medo de arriscar para lucrar. Temos q dar mais valor as pessoas, pois não é atraves delas q ganhamos dinheiro?,sejam pessoas no papel de clientes ou de colaboradores. Uma visão mais ampla, antecipar o desejo que as pessoas ainda vão querer.Parabéns, Continue assim investindo no ser humano!

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