“Se o mundo pensou que somos um povo sem educação por causa das vaias a Dilma, acertou! Sem educação, sem saúde e finalmente sem paciência” Anônimo
Diante das vias endereçadas a ela, a presidente Dilma (PT) resolveu responder, para afirmar que não iria respondê-las. A reação, mesmo que ela tenha tentado mostrar segura, revela preocupação, ainda que tenha verbalizado o contrário, do tipo “faz parte da democracia, a liberdade” etc.
O ano eleitoral, momentaneamente deixado de lado pela maioria dos brasileiros, é a razão da presidente tocar no tema, comedidamente e a falar o óbvio, lugar comum. A manifestação, independe temente do número, foi espontânea, independentemente se as pessoas agiram de caso pensado e se outras foram influenciadas e a voz se somou ao coro.
Não existe uma barreira, ou se há pode não ser invisível ou não ser intransponível, entre o aplauso, o silêncio e a vaia. Quanto maior o espaço e maior a aglomeração de gente, as pessoas podem se tornar mais influenciáveis, mais dispostas e encorajadas a somar-se a reação, sabendo ou não o que efetivamente leva a tal atitude.
Se a presidente não comparecesse pelo menos na abertura e não assistisse o primeiro jogo do Brasil, o comentário, a notícia, enfim a repercussão seria por causa de não ter enfrentado a massa, o povo. Resolveu ir, discretamente lá se manteve só vibrando muito quando do gol do Brasil (não o contra, evidentemente).
Uma pessoa pública, sobretudo aquele escolhida pelo povo, não pode esperar, exigir que seja apenas o aplauso a manifestação em torno dela. Injusta ou não, sem propósito ou proporcional, as vaias podem conter sentimentos razoáveis ou ser uma histeria coletiva.
A vaia não pode ser tolerada quando se pretende não deixar que alguém use da palavra, possa falar, se defender, enfim exercer o direito legítimo de se expressar. A vaia e o aplauso devem ser vias de duas mãos, uma que vai e outra que vem.
Recursos para evitar ou abafar o som das vais é contratar gente para aplaudir, para ao menos contrapor. E tal atitude é muitíssimo antiga. Dos tempos da bíblia, quando mulheres eram contratadas para chorarem copiosamente nos velórios. E o governo, qualquer ele, forte ou fraco e sobretudo quando o poder se caracteriza por um bom tempo de mandato, diminuindo na medida em que a tinta da caneta vai ficando vazia, consegue ter sempre à mão os bajuladores, os que agem pelo interesse tantas vezes inconfessáveis.
Se o morto nada sabe quando as carpideiras choram por ele até mesmo sem nunca tê-lo visto antes, fingem como também fingem os vivos, ao acreditarem que toda aquela encenação é real, faz sentido.
Fases de Fazer Frases (I)
Cada vez mais somos menos quando achamos que somos muitos.
Fases de Fazer Frases (II)
Achar que tudo se perde já é achar alguma coisa.
Fase de Fazer Frases (III)
Palavras são ao vento, é ele que as levará para o ouvido de alguém.
Fases de Fazer Frases (IV)
Não queira entender de imediato tudo o que ler. Nem mesmo que escreveu teve pressa.
Olhos, Vistos do Cotidiano
“Encarar de frente”, faz parte da locução na propaganda ufanística da Petrobras, no embalo da Copa do Mundo. Êta povo sei educação, poderá dizer o Lula, com tamanha propriedade, aliás. É possível alguém “encarar de lado”, só mesmo a turma que tenta explicar o injustificável sobre os escândalos e roubalheiras que só fazem cair a cotação (financeira e moral) da Companhia.
Pensando bem, com as prisões, conforme a cela, corredor, só mesmo, para encarar, seja “dê frente”.
Reminiscências em Preto e Branco
Um retrato na parede vale mais como história do que um tesouro escondido, que ninguém sabe onde ele está. Mas se encontrado, até o retrato da parede passa a não valer nada.
José Eugênio Maciel, mourãoense, filho de pioneiros, escritor, professor, sociólogo, advogado, membro da Academia Mourãonse de Letras e do Centro de Letras do Paraná.
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