“Não desejo morrer pela paralisação progressiva das minhas faculdades, como um homem vencido. A bala de meu assassino poderia por fim à minha vida. Acolhê-la-ia com alegria”.
Mahatma Gandhi
Há 63 anos, 30 de janeiro, Mahatma Gandhi foi assassinado. Um dos mais fascinantes personagens da História mundial, protagonista da independência da Índia. Adepto da não-violência – “Não-violência é a lei de nossa espécie, assim como a violência é a lei do bruto. O espírito, dormente no bruto, não sabe de nenhuma lei que não a do poder físico. A dignidade de homem requer obediência a uma lei mais alta, a força do espírito”. – foi vítima do fanatismo religioso e político entre hindus e mulçumanos.
Figura física magra apoiada no cajado, óculos redondos e pequenos, calvo, fino bigode, trajando roupas brancas que, conforme as vestes, lembravam fraldas, espelhavam o desapego material, haja vista a maneira simples como vivia. Tanto assim que, ao visitar o rei da Inglaterra, no Palácio de Buckingham, o soberano perguntou-lhe como estava a Índia e Gandhi respondeu apontando para os membros descarnados e para a tanga deselegante: “Olhe para mim, e saberá como está a Índia”.
Foi necessário Gandhi ser assassinado para que efetivamente a Índia conquistasse a sua independência.
Na História mundial ou a de uma tribo se encontra o drama entre povos em si ou contra outros, mártires e heróis, conquistas e revezes, o que torna praticamente inevitável a morte para que haja a ruptura, a concretização de ideais sonhados?
A crucificação de Jesus Cristo possibilitou o surgimento do cristianismo e da religião. E se ele prosseguisse pregando a palavra, morresse idoso, qual seria o papel dele na história?
Assim como Gandhi e Jesus, Martin Luther King sabia que a vida corria tanto perigo que seria iminente uma tragédia. Decidido a mudar a história dos Estados Unidos e contribuir para a causa mundial pelo fim do racismo, Luther King não recuou. A morte dele no dia quatro de abril de 1968 foi crucial para que os negros começassem a ser tratados como gente. O enforcamento de Tiradentes teve enorme influência na luta pela autonomia do Brasil, pois ele deu a própria vida pela causa libertária do povo.
As grandes causas em favor de um mundo fraterno, de dignidade, paz e justiça só se conquistam com muita luta e morte? A História adverte neste sentido. Entretanto, existe uma notável exceção, Nelson Mandela. Ele é o personagem vivo mais importante da atualidade e do século anterior. Viveu para libertar e conduzir o seu povo sul africano. Não sem drama, o martírio lhe custou 27 anos de prisão. O prêmio Nobel da paz concedido a Gandhi e Mandela foi uma forma de o mundo se redimir das vezes que não deu a atenção até que os rumos da história proporcionassem transformações.
Luther King proferiu um dos mais emocionantes e importantes discursos, “Eu tenho um sonho”, a mensagem confirma o seu posicionamento em favor da não-violência, inspirado em Gandhi. O pastor estadunidense, noutro momento, se referiu ao indiano: “Gandhi foi infalível. Se a humanidade tem de progredir, Gandhi é imprescindível. Ele viveu, pensou e agiu inspirado por uma visão da humanidade evoluindo para um mundo de paz, e harmonia. Se o ignorarmos, o risco será nosso”.
Fases de Fazer Frases (I)
Verbalizar não basta, é preciso que as palavras tenham vida.
Fases de Fazer Frases (II)
O vazio do tédio só pode ser preenchido pela angústia profunda.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Nos Classificados deste Jornal chamou atenção o anúncio no subtítulo Diversos: “Pastel & Cia. Vende-se, motivo: Não é do ramo”. É a sinceridade nos negócios. Foi no último dia 18.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Há muitos anos, a Gazeta do Povo publicou um anúncio que parecia piada, mas estava na página de classificados: “Vendem-se malas. Motivo, viagem”.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
É comum anúncios trazerem o motivo da venda, evitando suspeitas indevidas, do tipo alguém põe à venda um estabelecimento comercial, se o ponto é bom, então qual a razão para vendê-lo? Se o motivo aparece, enganos podem ser evitados.
Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)
Ao saber que o anúncio seria cobrado pelos centímetros um senhor pão duro, queria comunicar o falecimento da mãe dele. Ao saber que cabiam mais dizeres pelo mesmo preço, não titubeou, com o pesar, acrescentou: “Vendo Chevette 78”.
Reminiscências em Preto e Branco (I)
Nem sempre o novo para existir significa que o velho tem que desaparecer. Um dos herdeiros da Faber Castel, ao ser perguntado se a fábrica de lápis que tinha não estaria fadada a desaparecer, o empresário respondeu com uma pergunta pertinente: “Se você deixar numa gaveta durante 50 anos caneta e lápis, qual dos dois irá funcionar com certeza?”
Reminiscências em Preto e Branco (II)
O novo não invalida o velho. Quando surgiu a fotografia entusiasticamente se afirmou que os pintores morreriam de fome, pois tudo seria instantâneo e “perfeito”. Com a modernidade das câmeras digitais qualquer um fotografa. E pintar um quadro?
Mahatma Gandhi
Há 63 anos, 30 de janeiro, Mahatma Gandhi foi assassinado. Um dos mais fascinantes personagens da História mundial, protagonista da independência da Índia. Adepto da não-violência – “Não-violência é a lei de nossa espécie, assim como a violência é a lei do bruto. O espírito, dormente no bruto, não sabe de nenhuma lei que não a do poder físico. A dignidade de homem requer obediência a uma lei mais alta, a força do espírito”. – foi vítima do fanatismo religioso e político entre hindus e mulçumanos.
Figura física magra apoiada no cajado, óculos redondos e pequenos, calvo, fino bigode, trajando roupas brancas que, conforme as vestes, lembravam fraldas, espelhavam o desapego material, haja vista a maneira simples como vivia. Tanto assim que, ao visitar o rei da Inglaterra, no Palácio de Buckingham, o soberano perguntou-lhe como estava a Índia e Gandhi respondeu apontando para os membros descarnados e para a tanga deselegante: “Olhe para mim, e saberá como está a Índia”.
Foi necessário Gandhi ser assassinado para que efetivamente a Índia conquistasse a sua independência.
Na História mundial ou a de uma tribo se encontra o drama entre povos em si ou contra outros, mártires e heróis, conquistas e revezes, o que torna praticamente inevitável a morte para que haja a ruptura, a concretização de ideais sonhados?
A crucificação de Jesus Cristo possibilitou o surgimento do cristianismo e da religião. E se ele prosseguisse pregando a palavra, morresse idoso, qual seria o papel dele na história?
Assim como Gandhi e Jesus, Martin Luther King sabia que a vida corria tanto perigo que seria iminente uma tragédia. Decidido a mudar a história dos Estados Unidos e contribuir para a causa mundial pelo fim do racismo, Luther King não recuou. A morte dele no dia quatro de abril de 1968 foi crucial para que os negros começassem a ser tratados como gente. O enforcamento de Tiradentes teve enorme influência na luta pela autonomia do Brasil, pois ele deu a própria vida pela causa libertária do povo.
As grandes causas em favor de um mundo fraterno, de dignidade, paz e justiça só se conquistam com muita luta e morte? A História adverte neste sentido. Entretanto, existe uma notável exceção, Nelson Mandela. Ele é o personagem vivo mais importante da atualidade e do século anterior. Viveu para libertar e conduzir o seu povo sul africano. Não sem drama, o martírio lhe custou 27 anos de prisão. O prêmio Nobel da paz concedido a Gandhi e Mandela foi uma forma de o mundo se redimir das vezes que não deu a atenção até que os rumos da história proporcionassem transformações.
Luther King proferiu um dos mais emocionantes e importantes discursos, “Eu tenho um sonho”, a mensagem confirma o seu posicionamento em favor da não-violência, inspirado em Gandhi. O pastor estadunidense, noutro momento, se referiu ao indiano: “Gandhi foi infalível. Se a humanidade tem de progredir, Gandhi é imprescindível. Ele viveu, pensou e agiu inspirado por uma visão da humanidade evoluindo para um mundo de paz, e harmonia. Se o ignorarmos, o risco será nosso”.
Fases de Fazer Frases (I)
Verbalizar não basta, é preciso que as palavras tenham vida.
Fases de Fazer Frases (II)
O vazio do tédio só pode ser preenchido pela angústia profunda.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Nos Classificados deste Jornal chamou atenção o anúncio no subtítulo Diversos: “Pastel & Cia. Vende-se, motivo: Não é do ramo”. É a sinceridade nos negócios. Foi no último dia 18.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Há muitos anos, a Gazeta do Povo publicou um anúncio que parecia piada, mas estava na página de classificados: “Vendem-se malas. Motivo, viagem”.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
É comum anúncios trazerem o motivo da venda, evitando suspeitas indevidas, do tipo alguém põe à venda um estabelecimento comercial, se o ponto é bom, então qual a razão para vendê-lo? Se o motivo aparece, enganos podem ser evitados.
Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)
Ao saber que o anúncio seria cobrado pelos centímetros um senhor pão duro, queria comunicar o falecimento da mãe dele. Ao saber que cabiam mais dizeres pelo mesmo preço, não titubeou, com o pesar, acrescentou: “Vendo Chevette 78”.
Reminiscências em Preto e Branco (I)
Nem sempre o novo para existir significa que o velho tem que desaparecer. Um dos herdeiros da Faber Castel, ao ser perguntado se a fábrica de lápis que tinha não estaria fadada a desaparecer, o empresário respondeu com uma pergunta pertinente: “Se você deixar numa gaveta durante 50 anos caneta e lápis, qual dos dois irá funcionar com certeza?”
Reminiscências em Preto e Branco (II)
O novo não invalida o velho. Quando surgiu a fotografia entusiasticamente se afirmou que os pintores morreriam de fome, pois tudo seria instantâneo e “perfeito”. Com a modernidade das câmeras digitais qualquer um fotografa. E pintar um quadro?
José Eugênio Maciel é Colorado, mourãoense, professor, sociólogo, advogado e membro da Academia Mourãoense de Letras. Escreve sua coluna aos domingos no jornal Tribuna, republicada durante a semana neste BLOG.
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