1 de out. de 2010

COLUNA DA PROFª MARIA JOANA:quem merece nosso voto?


A possibilidade do palhaço Tiririca ser um dos candidatos mais votados nestas eleições é preocupante. Será que os eleitores estão conscientes de quantos outros elegerão neste “voto de protesto”? Até para protestar temos que refletir nas consequências. Pior que tá não fica? Fica sim... E como o voto é obrigatório, não adianta dizer que não gosta de política... Seremos governados por quem gosta, pelos interesses de outros, que na maioria das vezes, nem são os interesses do povo brasileiro. Vamos ser tão exigentes com nossos políticos como somos com os interesses de nossa família. Afinal, votar é passar uma procuração para que decidam em nosso nome, em nome de nossos filhos. Quem vai decidir o nosso futuro??? Quem vamos escolher como técnico para dirigir os destinos do Brasil?

Quem realmente merece nosso voto? Chegou afinal o dia de decidirmos, de exercermos nosso poder que está na ponta do nosso dedo indicador. A magia do instante está em poder recomeçar a partir de uma simples pressão exercida sobre o teclado da urna eletrônica, na solidão da cabine eleitoral. Chance igual para a democracia, só daqui a quatro anos. Assim, melhor não desperdiçar, de novo, esta hora mágica. Vamos acreditar na democracia e no aperfeiçoamento das instituições.

Apesar de muitos dirigentes desrespeitarem as leis, apesar dos crimes sem punições, não podemos perder a esperança. Mesmo que tarda a justiça pode acontecer...
E nesta semana aconteceu. Vamos curtir a boa nova que talvez não se repita tão cedo: o Supremo Tribunal Federal condenou (espanto!) um deputado federal (assombro!!) a sete anos de cadeia (estupefação!!!). Regime semi-aberto (ahhhhh!!!!). Pode recorrer... (já sabíamos...) O condenado se chama José Fuscaldi Cesílio, deputado federal por Goiás do PTB por sonegação de tributos e apropriação de verbas previdenciárias descontada dos funcionários, mas não repassada ao INSS. É o mesmo tribunal que melou o projeto Ficha Limpa que a sociedade brasileira aderiu e não tem o menor sentido de ser adiado porquanto a moralização da política é uma das mais urgen tes exigências e anseio da sociedade brasileira. Fica novamente, em nossas mãos de eleitores, a responsabilidade de julgar as fichas de cada candidato, pois fichas sujas estão concorrendo e podem se eleger.

Mais que ter ficha limpa,o candidato precisa ter história limpa e clara, ter opiniões claras que não mudam de acordo com os interesses, respeitar e lutar pela democracia ( não apenas pelo seu partido), priorizar direitos sociais, particularmente, para os mais pobres, sem jamais perpetuar programas e benesses que os mantenha reféns de comodidades geradas que atrasam o passo na conquista da própria autonomia e são usadas eleitoralmente.

Como cristãos temos que manter viva a esperança. E como diz Pe. Belini : “Há sementes de esperanças que mostram que podemos avançar num projeto de sociedade mais justa e honesta. Nossas comunidades, junto com as de todo Brasil, assinaram dois projetos de iniciativa popular que se transformaram em lei: o primeiro, a Lei 9849 (Lei de Combate à Corrupção Eleitoral), aprovada em 26 de setembro de 1999 e, recentemente, o projeto Ficha Limpa que se tornou lei já a partir desta eleição, que dão sinais de que é possível mudar o mundo da política. É um começo, sabemos que há muito para se fazer.

É preciso conhecer a função para a qual estamos indicando alguém (votando). Nessa eleição, elegeremos Presidente da República, Governadores de Estado, Senadores, Deputados Federais e Estaduais. Cada uma dessas funções tem suas exigências. O candidato deve ter o preparo necessário para executá-las. Além das qualidades humanas: ser justo, honesto e estar realmente interessado no Bem Comum, solidário com os mais necessitados. É importante, por isso, conhecer a vida do candidato. Até porque, em época de eleição, todos se apresentam com discursos e programas que visam agradar o eleitor para conquistar o seu voto. Isto é um pouco mais difícil nas eleições atuais, já que, a grande maio ria dos candidatos não reside em nossas cidades nem em nossa região. É preciso buscar informações. Ao menos para alguns cargos, dois critérios podem ajudar: qual o compromisso do candidato com a região? Ele tem presença ativa em nossa região ou apareceu apenas agora, no momento da eleição [o que se costuma chamar de “para-quedista”]. Ele tem condições, de fato, de representar nossa região? Quem são seus cabos-eleitorais, ou seja, aqueles que estão “trabalhando” pelo candidato em nossa região? [Diga-me com quem tu andas e eu direi quem tu és].

Como cristãos, devemos votar em candidatos que respeitem a liberdade de consciência, as convicções religiosas, os símbolos religiosos e a manifestação da fé.” Que Deus nos ilumine, eleitores e eleitos!
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC- majocalderari@yahoo.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário