“A IA não é moda, ela veio para ficar”, diz TOTVS, mas 50% das empresas não utilizam de forma estruturada

 Não é mistério para ninguém que a Inteligência Artificial vem ganhando cada vez mais espaço em diversos setores do mercado, assim como em nosso cotidiano, se tornando o pilar de muitos negócios. Não à toa, instituições de pesquisa como o MIT e startups especializadas têm se debruçado sobre o tema, buscando novas formas de implementar a tecnologia em diferentes contextos.

PESQUISA - O estudo “Panorama IA nas empresas brasileiras”, que ouviu 194 empresas e foi conduzido pela TOTVS em parceria com a H2R Insight & Trends, aponta que 50% das companhias do país ainda não utilizam a IA de forma estruturada. Quanto à finalidade do uso, 33% afirmaram que utilizam para tarefas básicas, como produção de texto, apresentações e resumos de e-mails, por exemplo. - A TOTVS é a maior empresa brasileira de tecnologia e desenvolvimento de sistemas de gestão para empresas, atuando principalmente no mercado de softwares ERP (Enterprise Resource Planning). 

Durante coletiva realizada no primeiro dia do Universo TOTVS 2025, o CEO da empresa, Dennis Herszkowicz, destacou que a tecnologia veio para ficar e que, com ela, algumas mudanças estruturais nas companhias se tornam necessárias para que não fiquem para trás.

MUDANÇA - “Antigamente, acreditava-se que todas as empresas se tornariam empresas de tecnologia. Mas, na verdade, não foi isso que aconteceu. O que ocorreu foi que a tecnologia passou a fazer parte das empresas. Se não houver conhecimento sobre o tema na alta liderança, maior é a chance de o time estar despreparado para as evoluções tecnológicas que estão acontecendo”, afirmou.

Mas, se a Inteligência Artificial é considerada uma das grandes potências não apenas para o setor empresarial , por que, então, as empresas brasileiras enfrentam tanta dificuldade em sua adoção?    Para o CEO e para Cristiano Nobrega, CDAIO da TOTVS, essa é uma questão que pode vir da falta de infraestrutura e de estruturas organizacionais antigas.

A IMPORTÂNCIA DOS DADOS -  Para Herszkowicz e Nobrega, os dados, especialmente os relacionados ao retorno sobre os investimentos em IA, são fundamentais para as empresas. Além de ajudarem a acompanhar a performance, eles são essenciais para repensar estratégias e entender o quão eficiente a tecnologia tem sido para a companhia.

IA É SOLUÇÃO - “Não é a IA pela IA. É a IA aplicada à solução de problemas e abordagens dentro da empresa. Trata-se de usar a tecnologia em favor da eficiência operacional e do desempenho”, destacou Cristiano Nobrega.

Apesar disso, a pesquisa revelou que apenas 7% das empresas brasileiras conseguem analisar e extrair retorno sobre o investimento feito em soluções de Inteligência Artificial — um dado que, para o CEO da TOTVS, escancara uma lacuna no conhecimento sobre a tecnologia.

“A partir do momento em que a Inteligência Artificial já não é um tema novo, pensar que só 7% têm essa capacidade é chocante. Por outro lado, não deveria ser uma surpresa, considerando que muitas das empresas analisadas são de pequeno porte. Ter essa percepção de valor e retorno da IA não é simples. É preciso passar por uma série de etapas para chegar a esse entendimento”, afirmou Herszkowicz.

CONTEXTO - Nobrega explica que esse cenário também está relacionado ao contexto e à estrutura de cada empresa. Segundo ele, para que a IA seja usada de forma eficiente, é necessário ter uma base sólida, como uma boa organização de dados e o uso de infraestrutura em nuvem, por exemplo.

Muitas companhias foram criadas em épocas anteriores, com estruturas que ainda não estão preparadas para as novas demandas tecnológicas. Por isso, ele reforça que é fundamental que as empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, recebam apoio para aprender a lidar com seus dados e, assim, utilizar a IA de maneira eficiente e estratégica.

LIDERANÇAS - O papel da alta liderança e do planejamento de metas além de apoios externos — como a iniciativa da própria TOTVS de “decifrar” a IA para pequenas e médias empresas, por meio de parcerias e de sua plataforma DTA, que contribui para ganhos concretos dos clientes —, o papel das lideranças é fundamental para impulsionar a adoção da tecnologia dentro das organizações. Embora Nobrega reconheça a dificuldade de acompanhar o ritmo acelerado com que novas tecnologias surgem, ele destaca a importância de que os líderes se mantenham atualizados e capacitem suas equipes, sempre com foco em estratégia.

DEFINIÇÃO - Mais do que simplesmente implementar a IA, é necessário definir metas claras e, a partir delas, traçar caminhos nos quais a tecnologia possa efetivamente contribuir para alcançá-las. Isso inclui, também, uma análise constante dos ganhos em produtividade e otimização que a empresa está obtendo com o uso da IA. Para Herszkowicz, o ponto central está em “identificar desafios concretos e, a partir disso, aplicar conhecimento e obter resultados reais. Claro, tudo isso com o apoio da Inteligência Artificial”.

Apesar de muitos acreditarem em seu potencial e buscarem uma aplicação concreta da IA em empresas ao redor do mundo — seja no atendimento ao cliente, seja em operações internas —, uma pesquisa realizada pela TOTVS revela que, no Brasil, o cenário caminha quase em direção oposta. Fonte: Época Negócios.