1 de jun. de 2019

ENTREVISTA DE DOMINGO : radialista Márcio Magoo, de Campo Mourão

"Sou um sujeito que enxerga a vida sempre com muito otimismo, e que define a vida como sendo sempre uma busca incansável daquilo que cada um julga ser a plenitude. Mesmo sabendo que a verdade é uma mentira que nos dá certeza das nossas dúvidas, essa incognição nos motiva a sempre recomeçar. 
Este é o perfil do radialista Márcio Aparecido de Oliveira, o "Márcio Magoo" da Rádio Musical FM, 109. Um mourãoense apaixonado pelo rádio onde está há 25 anos. "Comecei no dia 1º de Maio de 1.994 na Rádio Humaitá como locutor e sonoplasta. Atualmente sou diretor artístico da Rádio Musical FM 100.9, e desempenhei diversas funções como produtor de áudio, locutor,  apresentador de diversos estilos de programas, comentarista, mediador de debates políticos entre outros", conta Márcio Magoo. "O rádio é um transferidor de emoções, por isso é mágico", diz o homenageado deste fim de semana no BLOG DO ILIVALDO na tradicional ENTREVISTA DE DOMINGO. Conheça o que pensa e um pouco da sua história. 
QUEM É MÁRCIO MAGOO?Sou Márcio
Aparecido de Oliveira, filho de Paulo Adão de Oliveira e Josefa Valentim Oliveira.
Casado há 19 anos com Claudete e pai de Alanis, 13,  e  Evandro 26. 


Sou um trabalhador mourãoense que atua na área da comunicação, um apaixonado pelo rádio. Nasci em Campo Mourão, no dia 06 de Junho de 1.973. Éramos em quatro irmãos, dois faleceram prematuramente com poucos dias de vida. Aos dez anos me afoguei e naquele dia acreditei que a morte me levaria embora deste mundo. Sou um sujeito que enxerga a vida sempre com muito otimismo e que quando olha para trás não esquece de onde veio. Levo no coração muita gratidão por todos aqueles que sempre me motivaram, em especial minha mãe Josefa.
COMO SE DEFINE? Somos quem podemos ser. Então sou persistente, bem-humorado, perfeccionista, protetor e naturalmente incoerente. Afinal, as circunstâncias vai nos forjando dia a dia, porém, nem sempre em uma pessoa melhor. Sou alguém que se incomoda muito com todo tipo de preconceito, principalmente os velados. Talvez eu seja um defensor das causas sociais e que sempre se
posiciona ao lado dos injustiçados. Sou muito questionador, tenho a mania de analisar tudo o que ouve, buscando o verdadeiro sentido das palavras balizando-as pelo tom de voz e expressão corporal. Pode parecer piegas, mas quando alguém fala comigo, para tudo que estou fazendo, busco o olho no olho e ouço atentamente o que a pessoa tem a dizer. Acho que essa é uma ótima maneira de compreender o ser humano. Gosto de dar conselhos e de alguma maneira amparar as necessidades dos outros, mesmo que temporariamente.  Sou bastante exigente comigo mesmo, metódico até para tomar um café, beirando a chatice mesmo. Sou muito persistente, as vezes até exagero. Penso ser um perseguidor da disciplina. Não gosto de ser desafiado. Gosto do jogo pelo jogo. Algo que me tira do sério é a injustiça, as vezes mais com as outras pessoas, do que comigo mesmo.

POR QUE MAGOO? Na verdade eu mesmo me dei este apelido, que virou meu nome artístico, como costuma ser no rádio. Eu queria Márcio Nunes, sobrenome do meu avô, mas poderia soar estranho por conta do ilustre mourãoense o deputado Márcio Nunes. Antes de ser locutor, passava boa parte do meu tempo ouvindo rádios,
todas as que eram possíveis sintonizar no meu rádio da sanyo, comprado na antiga Loja HM. Foi em uma dessas rádios, acho que Aquarius FM de Jandaia, que ouvi o anúncio de uma festa, com um DJ chamado Mauro Magoo, daí substituí por Márcio e assim ficou. Aliás, antes de me tornar locutor eu queria ser DJ. Depois que entrei no rádio definitivamente, alguns colegas me chamavam de “Mister Magoo”, eu não sabia o porquê, até que um dia, o falecido locutor Luiz Sérgio, me falou de um desenho do velhinho cego Mister Magoo e seu cachorro Mc Barker. Prefiro acreditar que sou dos três reis magos...(risos).
ONDE FOI SUA INFÂNCIA? 
Durante minha infância morei perto, do Sesc, lembro que antigamente ali tinha um albergue. Morei também próximo à chácara Casali, Vila Rio Grande, Vila do Sapo, Urupês, Jardim Flórida e Jardim Laura. Todas as vezes que o proprietário subia o valor do aluguel, a gente mudava.  Colocava tudo dentro de um carroça puxada a cavalo e em duas ou três viagens estava tudo resolvido. Às vezes voltava e fazia uma viagem só para buscar o tanque de concreto de lavar roupas. Era muito sofrido e muito ruim ter que ficar mudando de escola. Não tínhamos outra opção.
QUAIS ERAM AS BRINCADEIRAS? Por volta de 1984, era no campo de futebol do Batalhão, atual Tiro de Guerra, e nos capinhos de bola, onde era fácil me encontrar. Tinha o sonho de um dia jogar na Associação Tagliari, do professor Itamar. Tinha que pagar e não sobrava dinheiro para isso. Joguei futsal nas escolinhas do professor Mário
Paulista (foto), Maurinho e Ismar Kath, no Centro Social Urbano. Quando criança, nossas brincadeiras tinham ciclos, época de soltar papagaio, jogar burquinha (bola de gude), caçar de estilingue, nadar nos riozinhos, fazer arco e flechas, colecionar álbuns de figurinhas, armar arapuca e por aí vai.  A gente também achava que podíamos ser índios. 




ONDE ESTUDOU E QUE CURSOS FEZ? Passei por vários colégios da cidade - Urupês, Parigot de Souza - saudades da professora Joana Veiga Neto, no Osvaldo Cruz -Boca da Onça...(risos). Morei por quase quatro anos em Mairinque, interior de São Paulo, onde estudei 6ª e 7ª série. Terminei o 3º ano em 1.994 e fiquei por 12 anos sem estudar em escola, apenas mantendo alguns cursos. 
O foco era o trabalho, eu precisava fazer mais, me especializar no rádio e na profissão que tinha escolhido para minha
vida. Sou formado em Administração de Empresas, pela Fecilcam/Unespar. Tive uma boa colocação no vestibular, 13º no listão geral. Pontuei muito bem em redação, mesmo sem cursinho. Depois descobri ser relativamente fácil passar no vestibular, mas difícil mesmo era conseguir se manter no curso, superando todos os dias as dificuldades. Sempre gostei muito de estudar. A orientação que tive dos meus pais, sempre foi que, quem tem estudo tem tudo.
Entrei para a Faculdade, por acreditar que o estudo me proporcionaria maior capacidade profissional e pessoal. Foi o que aconteceu. Obviamente, além do conhecimento ganhei muitos amigos de classe e professores. Foi tudo muito bom, por mais que eu tenha quase jubilado e ganho muitos cabelos brancos, valeu a pena.
QUAL SUA TRAJETÓRIA? 
Comecei no dia 1º de Maio de 1.994 na Rádio Humaitá como locutor e sonoplasta. Foi uma data bastante significativa, não só para mim, mas para todos os brasileiros - 1º de maio de 1.994, do dia em que morreu Ayrton Senna.
Naquela manhã de domingo estava no estúdio da antiga Rádio Humaitá, dirigida na época pelo Valdete Rodrigues, quando o locutor João Nereu, ligou para a emissora nos avisando do acidente ocorrido com o Senna. Atualmente sou diretor ar-tístico da Rádio Musical FM.
Bem, estou na Rádio Musical FM, desde 25 de novembro de 1.994. Comecei a trabalhar na emissora por "acidente". Fui visitar os estúdios e a equipe, e naquele dia o locutor Alessandro Gonçalves (foto), que também era mestre de
cerimônias da prefeitura, fazia locução no período da tarde e me disse “Márcio, faz um teste, um piloto, a emissora está precisando de locutor”. Fiz o teste, passei e o Eloi Bonkoski (foto) me contratou. Acertamos que trabalharia nas duas rádios, sem problema, pois os horários de programas eram diferentes. Considero que sempre fui um bom ouvinte. Adorava ouvir músicas e noticiários, mas era muito tímido com minha voz. Claro que não foi fácil, aliás o aprendizado é sempre muito penoso. Na verdade, para a maioria das pessoas é assim, sofrido, mas o gosto de vitória é mais intenso. Parece que a gente passa pelo limbo, mas que de algum modo consegue sair limpo, com a cara lavada, mais forte e os lombos enrijecidos. Quando temos uma meta a ser atingida, muitas vezes pensamos em não ter um nível de inteligência necessária para tal, mas aí entendemos que só fracassa quem desiste. O hábito faz o monge.
Passei muitas e muitas horas da minha vida, lendo em voz alta, falando, gravando, ouvindo, imitando locutores, fazendo exercícios e corrigindo exaustivamente os erros que um locutor não deve cometer. Fiquei muito tempo nesse laboratório e quando pensei que estava pronto, meu atual patrão já cogitava minha demissão, por não estar satisfeito com meu desempenho. 
Nesse período pensei em desistir do rádio, mas quem tem uma mãe (foto acima) como a minha, não fica para trás. É dela essa minha persistência. Voltei para o meu laboratório e nessa introspecção comecei a entender no que precisava melhorar.
Eu tenho uma imensa gratidão por um amigo chamado Jaime Kriger, 
a pessoa que realmente abriu meus olhos e principalmente, ouvidos. Ele me ensinou muito sobre a profissão e também a vida. Até mesmo inconscientemente, ele me mostrou outras direções através de exemplos.
Somado a tudo que já pontuei aqui, na disso seria possível se não tivesse uma pessoa especial, que abriria pra mim, a primeira porta, que daria início a realização do meu sonho. Ele é Valdete Rodrigues de
Almeida, da antiga Rádio Humaitá. Foi essa a primeira rádio que trabalhei.         Existem muitas idas e vindas, mas acho que não caberia detalhar tudo aqui, porém eu resumo em uma palavra, gratidão.
O QUE FAZ ATUALMENTE? Continuo trabalhando na Musical FM 100.9. Paralelamente faço algumas gravações na minha casa com finalidade comercial. Gravo comerciais, chamadas, vinhetas, mensagens.
Desenvolvo trabalhos de direção e produção de áudio. Há um tempo atrás, fiquei por quatro anos apresentando cerimoniais de casamentos, formaturas, bodas, aniversários. Já desenvolvi por um tempo marketing multinível. Atualmente estou me dedicando aos estudos do mercado financeiro, especialmente bolsa de valores.
O que ainda é mais relevante para mim, são os estudos voltados para o rádio. Nunca deixei de estudar assuntos relacionados a minha profissão. Recentemente fiz um curso de locução com o ex-radialista e dublador Márcio Seixas, entre as diversas vozes, ele fazia a do Batman. Muito conhecido também pela gravação de ”Versão brasileira Herbert Richers”. O dublador ainda emprestou a voz Clint Eastwood, Sean Conery, Morgan Freeman.
SUA TRAJETÓRIA ESPORTIVA?  Nos campinhos de futebol das vilas e principalmente no Centro Social Urbano. Chegava do colégio, lanchinho rápido e corria para os campos de bola, pois era lá que estavam os amigos e a “pelota”.
QUAIS MODALIDADES JOGOU?  
Somente futebol. Era mais prático e democrático. Uma bola, mesmo que velha, fazia a alegria de jovens e adultos. Dava para jogar na rua, num terreno vazio ou qualquer espaço com pouco movimento de carros. Lembrei-me agora das famosas Rua de Recreio. Muitas atividades esportivas e recreativas de graça para todo mundo. Muito bacana.
ESPORTE PREFERIDO?Futebol. Porém, não tenho mais acompanhado com muita freqüência. Tenho me dedicado mais a pesca, talvez pela a idade e por não exigir tanto esforço físico (risos). Eu e meu amigo Luiz Donizete, somos pescadores dos finais de semana. Olha, eu pego aqueles peixes enormes, que mais parecem com um tubarão. É verdade, não é história de pescador.
TIME DO CORAÇÃO? Sempre gostei do Flamengo, mas não me considero um torcedor. Não paro mais para assistir jogo e torcer.
MELHOR TIME QUE JÁ VIU JOGAR? Flamengo dos anos 80, da época do Zico. Talvez nesse tempo tenha sido um dos grandes times, claro ao lado do Santos, que ainda vivia a glória do rei Pelé.
DESDE QUANDO É APAIXONADO PELA COMUNICAÇÃO? QUEM FOI O “CULPADO”? Interessante, todo mundo aprende a falar primeiro para depois escrever. Agora ter a comunicação como profissão é realmente uma sorte na vida, pelo menos para mim.  Desde dos meus 11 anos, sempre fui muito ligado no rádio, talvez porque nessa época outros aparelhos de entretenimento não serem muitos comuns, principalmente pelo preço. Naquela época a gente ligava o rádio motorádio 6 faixas, logo de manhã e passava o dia todo ouvindo informação, músicas e os locutores que pareciam fazer parte diretamente da vida da gente. Em determinados horários, uma rádio diferente.
Lembro-me do Pinga Fogo – Benedito Claudio de Oliveira, falecido em 13 de abril de 2014-  da cidade de Jandaia do Sul;
tinha a mulher do horóscopo, ouvia jogo das rádios do Rio de Janeiro. Claro, não dá para esquecer do João Nereu no programa Carga Pesada, 
e de outros como o Faro fino (José Carlos da Silva),
Rodrigues Correia, 
Acir Gonçalves - na imagem com Ilivaldo Duarte, em transmissão de uma partida do Amadorzão em Araruna


Ênio Maciel, 


Antonio Kienen, 


Diana Maria- não localizadas fotografias-, Coronel Bastião, 


Tavares - tradicionalista José Ernesto Tavares-,  entre tantos outros valorosos profissionais do rádio. Acho que todos eles têm sua parcela de culpa.

Criança tem uma capacidade de imaginação muito forte e comigo não era diferente. Eu sempre me via falando no rádio. O tempo passou e essa vontade nunca passava. Eu sabia o que queria, mas não sabia como. Tive muito incentivo do meu primo Osmar Martins, que me levava para animar as festas que fazia no Jardim Santa Cruz. Somando-se a isso, fazia narrações em festinhas de amigos, tarde do picolé, desfile no Shopping Mourão, show de prêmios. Foi por aí que comecei a aprender a lidar com o microfone e conhecer melhor minha própria voz.
E A QUALIDADE DA COMUNICAÇÃO? Acho que já foi melhor, talvez saudosismo mesmo. Mas isto não é por causa do rádio ou dos comunicadores, mas porque o ouvinte mudou muito quanto as suas preferências em relação a entretenimento. Desta maneira ele deixou de exigir
mais do rádio.  O que faz uma rádio se manter na preferência ainda é a capacidade de envolvimento com o ouvinte, e isso se dá com um conteúdo que realmente vá de encontro as suas expectativas. O rádio tem que seguir o fluxo, surfar na mesma onda do ouvinte.
Antigamente o rádio podia oferecer o que melhor lhe convinha, hoje não mais. O desafio agora é ir até o ouvinte, onde ele estiver, principalmente nas redes sociais e perguntar a ele: o que é que você deseja ouvir no rádio?   A dica é: informação relevante local e regional. Imparcialidade, notas curtas, locução natural, linguagem simples e diversificação dos temas abordados. A rádio que sempre respeitar o ouvinte e suas preferências, certamente terá vida longa. O rádio foi feito para o ouvinte e não para o radiodifusor.
É OBSERVADOR? Naturalmente, como todo comunicador, também sou muito observador dos fatos relevantes da nossa cidade, porém sempre respeitando a capacidade de interpretação das
pessoas, principalmente o do ouvinte de rádio. Nunca tive filiação política ou qualquer outro tipo de associação ou agremiação. Porém, meu modo de pensar é sempre em consonância ao coletivismo. Por ser filho desta terra, vejo que uma das razões do pouco desenvolvimento da nossa cidade é justamente o individualismo de pequenos grupos arraigados. Como todo trabalhador, já vivi altos e baixos na carreira profissional, mas sempre procurei me manter perseverante, pois a comunicação sempre foi minha meta profissional.
QUAL SONHO GOSTARIA DE REALIZAR? Tenho sonho de ser dublador e se ganhar na loteria, ser proprietário de uma emissora de rádio.


DECISÃO EM SUA VIDA? Ser pai. Sem dúvidas nos marca para sempre. Como dizem por aí, não existe ex-pai ou ex-filho. É realmente o maior dos aprendizados na vida de uma pessoa.
SE PUDESSE VOLTAR NO TEMPO O QUE JAMAIS TERIA FEITO? Não emprestaria dinheiro para amigos. Tive margas experiências nesse sentido, pois perdi os dois. Certamente organizaria melhor minha vida financeira para que no futuro pudesse viver de dividendos. Afinal, para quem trabalha desde os doze anos de idade, nada mais justo. 
CITE TRÊS PERSONALIDADES NA COMUNICAÇÃO. Citei acima alguns desses, são muitos comunicadores bons que ouvi só no rádio, outros conheci e até trabalhei junto. Natan do Vale da antiga Rural FM, Tito Maciel da Maringá FM e Sérgio Bocca da Rádio Líder FM. Eles são ótimos locutores. Comunicador que tem na pele a essência de comunicar, chama-se Ilivaldo Duarte, uma pessoa que fala e faz a comunicação ser verdadeiramente vibrante e que sabe aplaudir aqueles que participam dela. - NOTA DO EDITOR DO BLOG: obrigado Márcio, suas palavras emocionam e a referência a minha pessoa chegou ao meu coração. 
MELHOR EQUIPE  COM QUEM JÁ TRABALHOU? Olha, são 25 anos de rádio e passei por vários ciclos de profissionais do rádio mourãoense. São eles, os já falecidos Luiz Sérgio e Maria Lima. Nessa mesma época também Humberto Bitencourt, 
D'Angele Alberto, 
Seli Valença,
e Max Moreno.
Um time campeão de audiência.
QUEM É COMUNICADOR EXEMPLO? O profissional só pode ser completo, um exemplo se a humildade e a educação for extensão da sua vida pessoal. Se ele não respeita o próximo, nunca será um comunicador exemplar. Não dá para ser legal no rádio e um chato, grosso, arrogante fora dele. Muitos em Campo Mourão sabem bem o que estou falando.
CITE ALGUMAS  EXPERIÊNCIAS. Uma das mais gratificantes foi quando falei no rádio pela primeira vez, o primeiro comercial, ser reconhecido pela voz por pessoas desconhecidas. Não menos
importante, do que isso é a realização do sonho de hoje, ser um radialista. Eu senti que renasci quando minha filha nasceu.
Eu quase morri aos dez anos de idade. Me afoguei, achei que estava morto. Tive a real sensação da morte. Primeiro uma profunda tristeza de achar que era cedo demais para ir embora deste mundo, depois a aceitação quando via o reflexo do sol sobre a água. Meu irmão Paulo me salvou. Perdi a voz, fiquei atônito quando conheci meu filho Evandro, fruto de um relacionamento que tive aos 18 anos de idade. Me senti muito grande quando passei no vestibular. Fazer faculdade foi um divisor de águas na minha vida.Dificilmente choro, mas não contive as lágrimas e o

desespero quando minha mãe passou por uma cirurgia crítica com sério risco de morte. Eu me senti inútil. Vibrei muito com o Galvão Bueno gritando "é tetra...é tetra...O Brasil é tetra."  
Aos 14 anos, morei no interior de  ão Paulo. Me deparei com muitas coisas ruins, principalmente drogas. Nunca usei. Quando comprei meu primeiro carro, logo no primeiro dia, bati em outro carro. Coisa pouca, mas o susto foi grande.(risos)
Fiquei por muito tempo traumatizado, depois que um ladrão entrou em minha casa. O bandido foi até o meu quarto, eu estava sozinho dormindo e não ouvi o barulho dele arrebentar a porta. Nessa época eu fazia redação do jornal de madrugada e o sono da manhã era muito pesado. Vamos parar por aqui, depois dessa entrevista, já estou pensando em escrever um livro "As epopéias do Magoo". (rsss).
JOGO RÁPIDO
ÉTICA É? Vai ser sempre recomendada, mas pouco praticada.
COMUNICAÇÃO É.. simplesmente transmitir emoção.
MOMENTO DA SUA VIDA.. Preocupante, pois aqueles que regem a orquestra, não nos oportunizam uma vida com a dignidade que merecemos. Não é possível desassociar a minha vida da sociedade, afinal faço parte dela. Aceitemos ou
não, nossas expectativas de vida dentro desta sociedade dependem muito dos nossos governantes, os quais estão totalmente desafinados, fora de sintonia com os anseios do povo e isto impacta definitivamente em nossas vidas e nas próximas gerações. A questão não é esperar pelos outros, não basta levantar cedo e trabalhar todos os dias, pois seus esforços vão diminuindo a medida que os outros remam contra. Sem sinergia a roda não gira.
Agora deixando de lado essa associação secundária, a minha tem sido gratificante, pois estou colhendo o que plantei. Sempre tem um pouco de perda, normal. Contudo, acredito que a cada dia aprendo a escolher melhor as sementes e com um pouco de sorte a colheita da próxima safra será mais próspera.
MÚSICA? Geraldo Vandré - Pra não dizer que não falei das flores (1.968). "Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer".
AUTOR? Carlos Drummond de Andrade "Com a chave na mão quer ABRIR A PORTA, NÃO EXISTE PORTA".
LIVRO? A Bíblia Sagrada. Já li inteira.
COMUNICADOR?Somente mais um profissional do mercado de trabalho com competências diferentes em relação a outras profissões. Na minha modesta opinião, é a mais apaixonante, pois emocionar pessoas apenas com a fala, é algo extraordinário. 
O poder da imaginação é incrível. 
Eli Correia fez muita gente chorar de emoção com suas cartas de amor. Quem nunca sentiu arrepios ao ligar o rádio e ouvir Fiori Gigliotti 
dizer: "Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo". Seu time do coração entrando em campo para uma final. Momentos decisivos de um capítulo de radio novela. Os famosos jogos e brincadeiras em que os ouvintes transbordam-se de alegria ao ganhar um prêmio da rádio, o reencontro de familiares desaparecidos. O rádio é uma transferidor de emoções, por isso é mágico.
CAMPO MOURÃO? 
A mais bela e mais aconchegante. Geograficamente importante para o estado. Município pólo da região, quase uma cidade metropolitana. Campo Mourão é acolhedora. Conheço muitas pessoas que vieram para trabalhar e ou estudar e aqui ficaram. Alguns se conheceram na faculdade, namoraram, casaram e muitos já têm filhos mourãoenses. Infelizmente não tudo são flores. Afinal a senhora Campo Mourão tem sido muito maltratada por muitos políticos. Não deram a ela o devido valor e respeito. Sim, toda cidade tem problemas, mas não podemos aceitar passivamente que alguns se sintam donos, daquilo que é de todos. O cidadão precisa abrir a mente, precisa compreender que crescimento não é desenvolvimento. A cidade cresce, mas não se desenvolve no mesmo ritmo.
FAMÍLIA É? A família era e jamais será a mesma
de ontem. Falo da família tradicional. A cada dia ela passa por mutações e nesses ciclos, passamos a compreender que família é na verdade, todas as pessoas que amamos. Nós as envolvemos em nosso convívio, independente de linhagem sanguínea.  Os padrões tradicionais não se sustentam mais, simplesmente porque as novas gerações não querem estar neles por obrigação. Não é exagero da minha parte, observe e converse mais com os jovens pais, mães e filhos desta nova geração. As relações parentais são diferentes, mas isso não quer dizer que exista menos afeto. Existem diferentes formas de amar.       Porém, nada vai mudar em relação ao amor que envolve pais e filhos, é simbiose, é pra vida toda.  
RELIGIÃO? Não tenho. "Ame o próximo como a ti mesmo".
UMA RÁDIO? Musical FM 100.9 - Afinal ela é feita para você.
"GOLAÇO" EM SUA VIDA? Ensinar pessoas a desenvolver a locução para o rádio, sem pedir nada em troca. Oportunizar que todos tenham lugar ao sol.
UMA ESPERANÇA? Que todas as pessoas da periferia possam viver com dignidade.
GOVERNO DO RATINHO? Tem tudo para dar certo. Ele tem a faca e o queijo na mão, literalmente.
GOVERNO DO BOLSONARO?É mais do mesmo. Infelizmente o ódio venceu o medo da mudança. Deus salve a América, Latina e o Brasil.
POVO BRASILEIRO? Jovem e naturalmente imaturo. Ainda terá que passar pelo calvário para depois habitar uma nova terra. Acredito que nossos bisnetos darão início a uma nova e grandiosa nação.
QUAL PERGUNTA NÃO FEITA GOSTARIA DE TER RESPONDIDO? Antônio Abujamra,
era conhecido por sua irreverência, suas encenações e por seu humor ácido e crítico em relação aos tabus sociais. Tinha um programa na TV Cultura, chamado "Provocações" e sempre ao final de suas entrevistas fazia a mesma pergunta para todos os entrevistados: "O QUE É A VIDA?" Esta sempre será uma excelente pergunta, ela cabe para todo mundo, pois nos prensa contra nossos conceitos e preconceitos, nos obrigando a refletir. Isto é muito sadio. Compreendendo o sentido que cada um tem da vida, passamos a aceitar o que não pode ser mudado e por outro lado, o que pode ser conquistado. É muito mais do que um jogo de palavras, é encontrar a essência. Para mim, a vida sempre será uma busca incansável daquilo que cada um julga ser a plenitude. Mesmo sabendo que a verdade é uma mentira que nos dá certeza das nossas dúvidas, essa incognição nos motiva a sempre recomeçar. 
Que todos tenham saúde, sabedoria e prosperidade Aquele Abraço do Márcio Magoo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário