Da minha aldeia vejo quanto da
terra se pode ver no Universo... Por isso a minha aldeia é tão
grande como outra terra qualquer Porque eu sou do tamanho do que
vejo E não do tamanho da minha
altura...(...). Fernando
Pessoa
Como na canção “de dentro pra
fora, de fora pra dentro”, pela janela do meu escritório em casa o olhar meu observatudo lá fora, a rua, as casas da
vizinha, as pessoas que andam a pé, uma ou outra mira para cá, quandome vêem da
janela do segundo andar mudamo ver para outro ponto como se fosse proibido o
indiscreto olhar para a casa, em mim.
O poeta de
todos os Eus profundos (dele) ou rasos
(nossos), nas palavras do Fernando Pessoa transcritas acima, escreve da aldeia,
a partir dela vê o Universo, “Porque eu sou do tamanho do que vejo”.
Olhar é
ver onde nossos olhos alcançam.Enxergamos só o real? Meu ideal me cega ou poderá
me levar a olhar mais do que vejo? Da minha rua, aldeia cenário que me engana
ao parecer que é sempre o mesmo quando não me deparo ante o detalhe mutante,a modificar
conforme meu olhar. O universo presente na minha janela é fresta aberta para o
mundo.
Na
imensidão dos livros que me cercam e dizem
tudo, mantenho a olhar da janela, contemploa aldeia, meu universo em busca
das palavras, frases, parágrafos, citações...Dispersos, dependurados nas
árvores, enroscados nos fios dos postes, trazidos, levados pelo vento. Antes
que todos os dizeres vão embora de vez sem até que eu possa compreendê-los,
agora retorno o meu olhar para a tela do computador e, com o alcance do livro O Eu profundo e os outros Eus, visito a
“aldeia” do Fernando Pessoa, transportado do meu para o “Universo” dele, com
outro trecho poético, que bem cabe na prosa de hoje:
“Nas
cidades a vida é mais pequena
Que
aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na
cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem
o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos
pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos não podem dar,
E
tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver”.
Fases de
Fazer Frases
Tudo
tem o seu tempo, quando o tempo não é seu.
Olhos,
Vistos do Cotidiano (I)
Antes
fosse “dia da mentira”, primeiro de abril. A trágica estatística do trânsito
mourãoense: oito pessoas morreram de janeiro até agora. Nem tudo é fatalidade,
acidentes e mortes seriam evitados se não existissem imprudência, negligência e
imperícia dos condutores de veículos e também de pedestres.
Existem duas
fugas: a fuga do problema, que não apenas a estrutura viária; e a fuga
criminosa dos que abandonam o local do acidente sem prestar socorro.
Olhos,
Vistos do Cotidiano (II)
“Ministério
da Ignorância”é a constatação ao ler e ouvir o texto da propaganda do governo
federal sobre o financiamentoestudantil, FIES. Ao informar as novas regras, eis
a “pérola”: “O governo ‘abriu novas
vagas’”.
E quando
vão abrir “velhas vagas”? Se formos de fato “Pátria educadora”, anunciado pela
presidente Dilma (PT), o governo e precisamente o Ministério da Educação devem
ser exemplo, pois se a “mãe” for ignorante, os filhos têm elevada a
possibilidade de serem seres sem educação, lamentavelmente.
Reminiscências
em Preto e Branco
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