A professora Edcléia Aparecida Basso tomou posse sábado (31/05) como Primeira Ocupante da Cadeira nº 05 cujo Fundador é Osvaldoir Capeloto e Patrono Dickson Fragoso Veras.
Na oportunidade, após longa pesquisa, a professora relatou e contou um pouco da história e perfil deste jornalista que fundou o jornal Tribuna do Interior e segundo o grande Pedro da Veiga "foi um idealista que muito lutou mantendo acalentado o desejo de se fazer efetiva a presença de um órgão de expressão coletiva na cidade."
"Dickson, não foi poeta, não brindou o espaço com a lírica, mas teve a palavra, materializada no gênero jornalístico, como bandeira. Seu compromisso com a sociedade foi semear jornais pelo interior do Paraná, que dissessem a verdade, num momento da História do Brasil profanado pela voz do silêncio.
Dickson Fragoso Veras nasceu no dia 22 de novembro de 1932, em Araguari – MG, filho do farmacêutico Manoel Fragoso Diniz e da Professora Maria Potenciana Diniz. Foi casado com Maria Luiza Montovani, com quem teve três filhos.
Trabalhava em Paraíso do Norte, em meados da década de 60, quando foi convidado por Percy Ferro para montar um jornal em Campo Mourão. Gostou da ideia e imediatamente se colocou a caminho. Assim, juntamente com Joel D’Aparecida Albuquerque e Edilberto Parigot de Souza, fundou o Jornal Tribuna do Interior, em 10 de novembro de 1968.
A sociedade não logrou sorte, sendo desfeita pouco tempo depois. Contudo, seu desejo de trabalhar com a palavra e fazer dela instrumento de desvelamento continuou.
Em 27 de setembro de 1969, Dickson fundou o jornal Gazeta Popular, que teve apenas duas edições. A primeira, durante o regime militar rendeu-lhe muitos prejuízos, preconceitos e sofrimentos, ao considerar uma de suas matérias atentatória aos interesses nacionais, decretando o fechamento do jornal.
Nesta época, Dickson foi preso e acusado de subversivo, sendo obrigado a abandonar não somente a empresa, mas a carreira jornalística. Muda-se de Campo Mourão e passa a exercer diversas profissões.
Após a publicação do Livro Brasil Nunca Mais, de autoria da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Brasil – destinado a falar aberta e claramente sobre o AI 5 e a narrar histórias dos presos políticos da época, Dickson retorna a Campo Mourão e publica a segunda e última edição do Jornal Gazeta Popular, tendo como objetivo principal o de esclarecer à população os fatos que culminaram com sua prisão. Em seguida, incentivado pelos amigos, funda com mais dois sócios, o primeiro jornal diário de Campo Mourão, intitulado a Folha do Campo.
Este jornal era conhecido como polêmico e autêntico, sem distorções de opiniões e com grande número de leitores.
Infelizmente não vinga também. De acordo com Osvaldo Broza, no blog Pedro da Veiga, publicitado em março de 2011, de todos os jornais fundados por Dickson, a Tribuna do Interior foi o único que se manteve firme e estável, hoje se constituindo num dos diários mais importantes do interior do Paraná....."
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