o homenageado é o jornalista Alberto
D´Angele, que durante muito tempo morou em Campo Mourão. Atualmente, na RPC TV em Londrina, ele conta um pouco da sua vida e do profissionalismo que o jornalista necessita para ser bem sucedido. "Mais que fazer TV, faço jornalismo. Minha grande paixão sempre foi o rádio por seu dinamismo e instantaneidade. A paixão pela TV veio tardiamente, já ao final da faculdade, e hoje é um ambiente no qual me realizo plenamente."
A homenagem celebra o Dia do Jornalista (7 de abril). Alberto é jornalista da RPCTV desde dezembro de 2000. É curitibano de nascimento, mas residiu em Campo Mourão por mais de 15 anos.
QUEM É ALBERTO D´ANGELE? Alberto D’angele é, na verdade,
D’angele Alberto (rs). Quando comecei na RPCTV, em dezembro/2000, o editor
responsável pelo Trainee da emissora (Wilmar Gonçalves) optou pela inversão pra
facilitar a pronúncia. Até aquela época era muito comum adequações e adaptações
de nomes (vários jornalistas da RPCTV e da própria Globo tem nomes que nada
lembram as ‘versões originais’) – depois, mesmo nomes mais complexos passaram a
ser usados normalmente.
Fui para
Campo Mourão em 1986 com a transferência do meu pai, que era oficial da PMPR. O
Tenente Santos trabalhou no 11º BPM até 1993, quando faleceu.
Vim para Londrina
cursar a Universidade em 1997, mas minha família continuou em Campo Mourão até
2000. Desde então, a mãe, D. Neusa, e meus dois irmãos, moram em Curitiba. A
Simone, caçula, formou-se em jornalismo, mas largou as redações e optou por
seguir carreira no Corpo de Bombeiros. Já o Jefferson, irmão do meio, formou-se
em Direito e hoje trabalha na CAIXA.
ONDE E COMO FOI SUA INFÂNCIA?
Fui para Campo Mourão com sete anos
e as lembranças mais vivas da minha infância remetem à CM. Mais que isto, o
fato de ter crescido no interior, de ter vivenciado bons anos em Campo Mourão,
foram decisivos nas recordações e aprendizados que guardo daquele período –
influenciaram também, sobremaneira, na construção da minha personalidade.
Cresci jogando bola na rua nos jardins Flórida e Capricórnio, frequentando as
quadras e piscinas do Clube 10 e do Country, tomando banho de chuva em meio à
água que escorria junto à terra vermelha. Também fui ‘cria de quartel’: passei
bons momentos nas salas, campo, pátio do velho batalhão (hoje, Tiro de Guerra).
Aproveitei a geração do kichute, da tubaína, das pistas pintadas com gesso no
asfalto.
No período de Jardim Flórida, inclusive, lembro que a maioria das
famílias tinha 2, 3, 4 filhos: era uma molecada tomando as ruas do bairro.
Hoje, quando passo por lá, vejo que as famílias envelheceram, os filhos
partiram e bate um certo saudosismo com as ruas desertas. Mas, é a vida que
segue.
ONDE ESTUDOU, QUE CURSOS FEZ? Comecei os estudos em Curitiba, na
Escola Municipal Ana Hella (foto),
mas já a partir do segundo ano do primário (hoje,
segundo ano do ensino básico) ingressei no então Instituto Santa Cruz.
Foram
sete anos intensos, convivendo e conhecendo cada canto do colégio. Mais que os
períodos em sala de aula, o ambiente ali foi quase que integral. Era um período
em que ainda praticava bastante esporte. Também me engajava em inúmeras
atividades, concursos, torneios realizados pelo colégio.
Tive ainda minha fase
de Grêmio Estudantil e de primeiros contatos com jornais escolares. Muitos
nomes de professores e colegas de classe permanecem vivos na memória, mas seria
injusto nominar alguns e omitir outros.
O segundo grau (hoje ensino médio) foi
cursado no Integrado, de onde também carrego ótimas recordações.
Foi um período
de transição, adolescência, perda do pai. Período também de amadurecimento.
Depois vim pra Londrina onde cursei Jornalismo na UEL e Direito na Unopar, além
de pós-graduações na Escola do Ministério Público e da Magistratura.
COMO ENTROU O JORNALISMO EM SUA
VIDA? O ingresso no jornalismo foi um
tanto por acaso. Meio que involuntariamente o ambiente jornalístico já me
fascinava ainda na infância. Lembro bem de um senhor que entregava a Gazeta do Povo de bicicleta, da velha redação da Tribuna, das unidades móveis das rádios
AM de CM, da Banca do Jonas, do
Anísio Moraes (Foto) tomando café num barzinho em
frente ao Edíficio Antares antes de ir pra Rádio Colméia, do Eli Cordeiro
percorrendo à pé a cidade pra ir buscar os relatórios da polícia. Recordo-me
também da velha sucursal da Folha de Londrina em cima do antigo Cine Plaza
(lembro, inclusive, dos veículos Uno estacionados em frente ao prédio com os logotipos
laranja estampados nas portas). Naquela época, com recursos mais parcos, me
desdobrava pra ler os jornais do dia. Lia alguns no 11º BPM, outros numa
mesinha do antigo Banestado.
Na adolescência passei a folhear os jornais num
balcão do Armarinhos Continental. Tempos de Tribuna, Gazeta do Centro Oeste,
Gazeta do Povo, O Estado do Paraná, Folha de Londrina. Até em decorrência disto
passei também a redigir meu ‘próprio jornal’.
Um dos primeiros era
datilografado em papel carbono e cobria torneios do Clube 10. Depois veio uma
rádio-escola no Santa Cruz e no Integrado. Ainda no Santa Cruz surgiu também um
jornal estudantil, Sunshine, feito em parceria com Daniel Lopes, Renato Médici
e Fábio Guerra, colegas de classe.
O Sunshine era rodado em stencil e a
‘distribuição’ incluía um giro de mobylette por empresas e outros colégios de
Campo Mourão (lembro-me, inclusive, de ter dado entrevistas na Rádio Colméia
falando do jornalzinho. Uma
destas estrevistas foi para o Ely Rodrigues (FOTO). Outra,
para Hilda Sibaldelli).
Tempos depois o
Sunshine transformou-se numa página aos sábados na Tribuna. Já em 1995 tive o
primeiro contato e oportunidade com o radiojornalismo.
Eloi Bonkoski (foto) convidou-me e apostou naquele adolescente para redigir as primeiras edições do
Jornal 100. Foram meses de muito aprendizado na Musical FM. Tempos ainda da
máquina de datilografia, do gilette-press (sem internet, recortava o noticiário
nacional e estadual dos impressos logo cedo...).
Pela Musical FM ainda cobri
jogos abertos (sem
celular, muitas entradas ao vivo eram feitas de orelhão).
Também me recordo do fato de falar rápido demais, o que dificultava a interação
como narador na rádio (teve um domingo à tarde em que trabalhei cobrindo um
horário vago na Musical FM. O Elói Bonkoski (foto) estava fora da cidade e só na
segunda-feira soube da minha ‘experimentação’...). A passagem pela Musical FM durou
cerca de um ano e foi interrompida para que eu curssasse o pré-vestibular.
Nos
anos seguintes ainda cobri algumas férias na Musical FM e até hoje guardo um
carinho e respeito muito grande pela empresa e pelos profissionais com os quais
convivi naquele período.
Já durante a faculdade cheguei a escrever materiais
para o caderno Fuvest da Folha de S. Paulo, para O Diário de Maringá, e
participei de programas-projetos da UEL FM. E, até pelo forte vínculo com Campo
Mourão, meu TCC abordou o radiojornalismo em FM (um modelo forte em CM, mas
inexistente em Londrina à época).
O TCC analisou tanto o Jornal 100 quando o
então Jornal da Rural.
QUAL A MISSÃO NA SUA
PROFISSÃO? O jornalismo carrega consigo uma
dose exacerbada de responsabilidade social. O grau de comprometimento, de
paixão, de doação do jornalismo muitas vezes se perde em meio à correria do
dia-a-dia.
Profissionais deste meio não param para dar conta do quanto seus
atos e escolhas podem impactar na vida da coletividade – seja de forma positiva
ou negativa.
Até por isto, fazer jornalismo é uma vocação, uma entrega: é ‘tornar
comum’ aquilo que muitas vezes parece distante. É tentar traduzir para o mais
leigo telespectador, leitor ou radiouvinte a realidade que está posta.
Mais que
reproduzir notícias, nosso papel é torná-la acessível e ser agente de
transformação.
Não carrego nenhum idealismo exacerbado, nenhuma utopia. Mas
preocupo-me, sim, em fazer do jornalismo não uma mera reprodução de fatos, mas
sim uma contextualização, um agente de transformação, uma proposta de interação
da comunidade onde se atua.
QUAIS AS VIRTUDES PARA SER UM BOM
JORNALISTA? Humildade. O jornalismo pulsa nas
ruas e não nos gabinetes. As melhores matérias não vêm de releases nem de
revelações de autoridades.
Vem do cidadão comum, da pessoa muitas vezes que
sequer foi alfabetizada, mas carrega consigo uma experiência de vida que bancos
escolares jamais irão trazer.
São estes personagens do dia-a-dia os que mais
ensinam e os que mais rendem. Ainda mais em televisão, são justamente os
cidadãos ‘mais comuns’ aqueles que mais surpreendem, que mais encantam, que
mais tem para acrescentar. O conhecimento intelectual está acessível a todos.
Já este aprendizado da vida é mérito de poucos. Admiro imensamente jornalistas
que sabem enxergar e captar estes ‘personagens’, bem como traduzir suas
histórias.
Por outro lado, o que mais afugenta
são profissionais que em troca de vantagens financeiras ou outras mais se
transformam em agentes reprodutores de interesses alheios.
O jornalista segue,
sim, linhas editoriais e premissas da empresa de comunicação. Mas também
precisa ter como foco que ele é remunerado por sua força de trabalho, mas não vende
sua mente, seu ideário, suas convicções. Sua opinião, seus valores, seus
pudores hão de ser preservados. Não há dinheiro que pague a manutenção da
ética, dos princípios humanos, do respeito ao próximo. Não há poder, dinheiro,
bens que consigam se sobrepor a valores que a gente traz de berço e precisa
cultivá-los e renová-los dia após dia.
QUEM SÃO JORNALISTAS EXEMPLOS? Jornalistas são meros interlocutores da realidade. O
encantantamento de muitos, o ideário de glamour: tudo é passageiro. Muitos
profissionais, em especial de TV, deixam se levar por um estrelismo desmedido,
mas também efêmero.
O maior mérito é manter-se neutro, continuar sendo um
cidadão comum. Hoje nas redações sinto falta de jornalistas que percorram mais
as periferias, que andem de ônibus, que fujam das lojas badaladas.
Jornalista
precisa tomar ‘banho de povo’, precisa respirar a cidade em que atua e não se
limitar ao mundo traduzido pela internet ou por restritos círculos sociais.
Dentre os jornalistas que admiro estão Marcos Uchoa, Neide Duarte e Tino
Marcos (foto), todos pelo ímpeto de contar de forma simples e acessível as mais
complexas histórias. Tino Marcos, inclusive, consegue fazer do esporte algo
próximo do cidadão comum, mesmo daquele que não se encanta com o esporte em si.
COMO VOCÊ SE DEFINE?Um profissional de extremos: que se realiza com
frequência com o jornalismo, mas que também se frustra com uma frequência acima
da média.
O jornalismo demanda uma perfeição inatingível. A utopia de fazer uma
cobertura escorreita de ponta-a-ponta, de concluir um jornal sem erros, será
uma eterna obsessão. Acho que também frustra – e desafia – o fato do jornalismo
ser um rascunho da história.
O jornal que começa em branco no começo da manhã
ganha forma ao longo do dia, mas também se esvai tão logo é impresso,
veiculado, transmitido. Esta eterna busca por novidades alimenta a profissão,
mas também nos torna reféns desta batalha diária. Por outro lado,
contraditoriamente, é isto que alimenta a eterna sede por notícia.
COMO É O SEU TRABALHO NO DIA A
DIA? Desde 2011 integro, além da
reportagem da RPCTV, a equipe do BOM DIA PARANÁ. Sou responsável pela
apresentação das notícias da região de Londrina.
Devido a esta oportunidade e
desafio, entro na TV por volta das 5h pra dar conta de editar materiais
pendentes da noite, ler os jornais do dia, acompanhar os primeiros radiojornais
e organizar a minha equipe de reportagem pra cobrir os primeiros factuais da
manhã.
Muitas vezes, enquanto ainda estou na bancada do BOM DIA PARANÁ, a
equipe que está comigo (um repórter-cinematográfico e um assistente) já estão
na rua produzindo alguma notícia de última hora para o próprio BOM DIA PARANÁ
ou para os jornais seguintes. A partir das 7h30, deixo de lado a
apresentação/edição e assumo a reportagem, com produções para o PARANÁTV e
demais jornais da RPCTV. E assim seguimos sem horário bem definido pra encerrar
a jornada.
QUAIS AS REPORTAGENS QUE
MARCARAM SUA VIDA? Sou fã do factual, da notícia
pulsando, da correria do jornalismo. No começo da carreira imaginava que seria
algo passageiro, mas hoje bem sei que é isto que ainda me move e encanta. Não
consigo pontuar coberturas específicas, mas algumas rebeliões, enchentes,
protestos e outras movimentações populares foram as que mais marcaram.
Uma
experiência de dois meses em 2009 na Globonews também foi um dividor de águas
na profissão, vez que me trouxe outros pontos de vista sobre o ‘fazer
jornalístico’ e a conduta profissional. Sem dúvida, foi um dos vários momentos
de amadurecimento.
COMO É A IMPRENSA ATUALMENTE?
QUAIS OS DESAFIOS? Vivemos um momento de transição e
incerteza. É difícil traduzir o ‘pra onde vai’ o jornalismo.
Os modelos
existentes se mostram superados. Já os novos se esgotam rapidamente. Sinto
falta também de conviver com mais profissionais veteranos.
Hoje as redações se
renovaram de tal maneira que mais da metade dos integrantes tem menos de 30
anos. Ou seja, fica um vácuo: profissionais que poderiam repassar sua
experiência estão abandonando a carreira ou migrando para outros nichos.
Um desafio,
sem dúvida, é fazer com que esta nova geração consiga manter a paixão dos
veteranos, um pouco daquele ‘jornalismo à moda antiga’, mas com uma pitada de
modernidade.
Sinto hoje que todos os telejornais e reportagens vão se tornando
muito parecidos. São modelos trazidos da faculdade, sem dúvida, mas que
precisam ser lapidados até para surpreender, pra encantar o público.
COMO É FAZER TV? DÁ FAMA, IBOPE
OU É NORMAL? Para mim, muito normal. Mais que
fazer TV, faço jornalismo. Minha grande paixão sempre foi o rádio por seu
dinamismo e instantaneidade.
A paixão pela TV veio tardiamente, já ao final da
faculdade, e hoje é um ambiente no qual me realizo plenamente.
O reconhecimento
nas ruas, a troca de ideias com o público é gratificante, não nego, mas, mais
que isto, quero o reconhecimento pelo meu trabalho, e não pelo profissional em
si, pelo jornalista que aparece no vídeo. Até porque o encantamento trazido
pelo vídeo é passageiro, nada duradouro e pouco consistente.
COMO É ESTAR NA RPC? É uma empresa
que te dá liberdade e
estrutura para trabalhar. O fato de poder se fazer presente em vários
ambientes, de poder cobrir inúmeros fatos sem limitações técnicas, tudo isto
agrega.
A penetração da emissora também é algo a se valorizar: ela consegue se
fazer presente em todo o Estado. E há que se reconhecer que, nestes 12 anos em
que estou na empresa, muito se evoluiu em questões éticas, editoriais e
tecnológicas.
TEM TRAJETÓRIA ESPORTIVA? QUAL
SEU ESPORTE, TIME DO CORAÇÃO E IDOLO? Não torço pra nenhum time nacional
específico e não sou daqueles de acompanhar torneios e placares. Agora, me
identifico, sim, com os times da cidade em que vivo.
Fui a inúmeros jogos do
Sport em Campo Mourão. Vi as boas fases com Alcântara, as vitórias sobre o
‘trio de ferro’ no Estádio Roberto Brzezinski.
Lembro do próprio Ilivaldo
Duarte nas coberturas esportivas, bem como de tantos outros como Gerson Maciel,
Donizetti Melo e França Nery (lembro, inclusive, daquelas cabines de madeira
improvisadas lá no Estádio...).
Já em Londrina não tem como não se apaixonar
pelo Tubarão. É um time que desperta reações extremas na cidade. Um time que,
mesmo sem títulos significativos há tanto tempo, tem lugar cativo em meio ao
torcedor.
A atual temporada, inclusive, vem conseguindo mobilizar e resgatar a
confiança não só do time, mas da cidade.
Ver o Estádio do Café com 30 mil
torcedores é algo indescritível. O Londrina, muito mais que um time, é um
patrimônio da cidade. E é muito bom vivenciar isto numa Londrina que viveu
tantas crises e descréditos nos últimos tempos.
QUAL PROJETO QUE GOSTARIA DE REALIZAR QUE AINDA NÃO FOI?
Não tenho objetivos futuros muito
claros. Uma coisa que quero, ainda por um bom tempo, é continuar ‘na rua’:
mesmo que agregue outras funções, não quero perder este contato com o
jornalismo cotidiano. Já tive temporadas trabalhando internamente na redação e
a ‘rua’ me fez muita falta. A ‘rua’ é uma eterna renovação pra quem gosta da
reportagem. É um interminável celeiro de
pautas, de histórias.
O LEC VAI SER CAMPEÃO DE 2013?
Sonhar com o título, a gente sonha,
mas mesmo que não venha, só a autoestima que o time conseguiu resgatar, só a
paixão que a equipe despertou novamente na cidade, só isto, já é uma conquista
sem tamanho. Londrina precisava desta dose de amor próprio. Precisava provar
que este povo daqui não vive só enfrentando seus eternos problemas, mas que
também tem muito de positivo pra se orgulhar.
JORNALISMO É .... Um eterno desafio de descobrir,
contar e traduzir histórias. Neste aspecto cidades com Londrina e a própria
Campo Mourão sempre foram muito pujantes e com farto cardápio jornalístico.
Vários munícipios passam anos sem serem lembrados no cenário nacional enquanto
outros se mantêm presentes (lembro, inclusive, da época do Sid Sauer (foto) na Folha,
época em que garimpava n histórias curiosas em CM e também nas cidades
vizinhas).
Muitas vezes estas cidades tem expostos seus problemas, suas
feridas, não há que se negar, mas também seus progressos. E discutir os
próprios problemas também é um processo de crescimento, de amadurecimento.
Os
episódios recentes de corrupção em Londrina, por exemplo, não mostraram uma
cidade mais corrupta, mas sim, uma cidade mais disposta a escancarar seus
corruptos. E isto é um traço de maturidade, de cidadania.
RÁDIO, TV OU JORNAL? Todos, cada um com sua
especificidade. O impresso precisa se transformar, ser mais que mero reprodutor
do dia que passou, contextualizar mais a realidade. Mas seu encanto continua,
não se perde, bem como sua credibilidade.
Já o fascínio do rádio será eterno:
mexe com a imaginação e tem ainda toda a instantaneidade a seu favor.
A TV tem
agora o desafio de conciliar os inúmeros avanços tecnológicos com materiais de
qualidade e interesse público. É preciso reconquistar o público que migrou para
outras mídias. Por sua vez, também, é um veículo com um potencial imenso: a
imagem, o som, as percepções traduzidas pela TV ainda terão, por muito tempo,
espaço cativo na sociedade.
LIBERDADE DE IMPRENSA É.... Poder cobrir os fatos sem utopias,
mas fazendo o devido uso da ética, da seriedade, do comprometimento que exige o
jornalismo. Dosar esta liberdade também é um exercício diário para conter os
excessos, para não destruir vidas e histórias em nome de uma pseudo-liberdade
que nada guarda relação com o interesse público. Não existe dose de liberdade,
mas seu exercício sem limitações e desregrado também é um risco ao bom
jornalismo.
O MOMENTO ATUAL DA SUA VIDA É.
De consolidação. A fase dos 20 anos
foi de descobertas, erros e também acertos. Agora acho que é um momento de mais
serenidade, de refletir sobre o ‘fazer jornalístico’ e seus desdobramentos.
Um
jornalista é um ser em constante transformação, como qualquer cidadão. O
desafio é saber usar esta transformação, os novos olhares sobre o mundo e a
carreira, no ‘fazer jornalístico’.
SAUDADES DE CAMPO MOURÃO? QTO
TEMPO FICOU AQUI? Saudades eternas de Campo Mourão.
Foi um momento excepcional da minha história. Toda vez que passo por aí sinto o
maior orgulho de ver os progressos da cidade, as transformações. Mesmo de
longe, sigo acompanhando o noticiário de CM e a trajetória de pessoas com as
quais convivi. Esta oportunidade do BLOG ganha um significado especial a partir
do momento que parte da ‘minha terra’: não nasci aí, mas minha vida, minha
personalidade, minha história está pra sempre ligada à CM.
QUAL O RECADO PARA OS LEITORES
DO BLOG? Viver a vida com paixão. Renovar-se
sempre. Manter a humildade e a gratidão. Saber consolidar as conquistas futuras
sem esquecer-se do que passou, das pessoas com as quais se caminhou junto, das
histórias escritas ao longo da caminhada.
É extremamente prazeroso olhar pra
trás sem arrependimentos, sem frustrações, mas com a grata sensação de que
valeu a pena, de que nada foi por acaso nem desperdiçado.
Com a equipe da RPV TV Coroados em Londrina.
Parabéns pela entrevista e parabéns a todos os jornalistas!
ResponderExcluirEu tive a grata satisfação de dividir os bancos universitários do curso de Direito com o D'Angele e posso afirmar que esse "guri" é um ser humano, profissional, filho, irmão e amigo maravilhoso. Parabéns Dê, você merece muito sucesso e tudo de bom nessa vida. Beijos. Karina Liberati.
ResponderExcluirJornalista dedicado! Parabéns! Deus abençoe!
ResponderExcluirProf. Agnaldo Feitoza
Lá nos idos de 95 dava para perceber que aquele jovem rapaz tinha um talento especial, uma verdadeira vocação jornalística e, sem dúvida alguma, seria um vencedor. E, que grande alegria e orgulho saber que pudemos contribuir um pouquinho para esta trajetória de sucesso. Parabéns, D'Angele, sabemos que as palavras desta entrevista são o mais puro retrato da tua pessoa e servem de exemplo a todos que atuam no jornalismo. Parabéns, Ilivaldo, por sua iniciativa e competência em valorizar e enaltecer aqueles que fazem a diferença!
ResponderExcluirEloi Ricardo Bonkoski