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17 de abr. de 2012
COLUNA DO PROFESSOR JOSÉ EUGÊNIO MACIEL: Um pouco mais longe da janela
“Um livro é como uma janela. Quem não lê, é como alguém que ficou
distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem”.
Kahlil Gibran
O brasileiro, que já lê muito pouco, está lendo menos ainda. Os dados constam da pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, divulgados recentemente pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Ibope. O levantamento realizado em todo o País revela que o número de brasileiros considerados leitores (os que haviam lido ao menos uma obra nos três meses que antecederam a pesquisa, teve uma queda de 95,6 milhões (55% da população estimada) em 2007, para 88,2 milhões (50%) em 2011.
A leitura, em que nível for, está diretamente vinculada à escolaridade. Assim, é inegável que muitos só leem por uma obrigação imposta e inerente à atividade educacional. O que não falta são programas objetivando o estímulo à leitura, mas eles infelizmente não passam de boas intenções e de resultados ínfimos, e, mesmo com a existência de um bom acervo à disposição nos estabelecimentos escolares, a cobrança e orientação por parte dos professores, crianças, jovens e adolescentes, eles não demonstram entusiasmo em ler. A mencionada pesquisa mostra isso, no ano passado crianças com idades entre 5 e 10 anos leram 5,4 livros, ante 6,9 constantes no levantamento de 2007. Também entre os pré-adolescentes de 11 a 13 anos (6,9 ante 8,5) e entre adolescentes de 14 a 17 (5,9 ante 6,6 livros).
O hábito da leitura, para ser cultivado pela vida toda, tem que contar com o impulso inicial a acontecer em dois momentos cruciais: na família e na escola. Estamos longe de termos uma geração que tenha crescido habituada a ler e que, ao constituírem famílias, com os seus filhos o hábito se disseminaria espontaneamente. Se os pais não leem não conseguem fazer com que os filhos leiam, e neste caso, o discurso da leitura como obrigação não produz resultados positivos. Os pais passam a responsabilidade para a escola, que não deve fugir dela, mas o hábito de ler não irá ser praticado e se consolidar apenas nas escolas, prova maior é que nas bibliotecas praticamente os estudantes estão lá para pesquisarem algo que tenha sido exigido como tarefa.
Pode parecer pouca a redução, mas na verdade os 5% a menos de leitores, é drástico, haja vista os dados já serem muito baixos, fazendo com que muitos estejam tão longe da janela que até não saibam que ela existe, lamentavelmente.
Fases de Fazer Frases (I)
Sobra a sombra no sobrado assombrado sobre o sobranceiro, sobremaneira sobrenatural.
Fases de Fazer Frases (II)
O defeito não desfeito é imperfeito como feito.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
“Foi uma palestra maravilhosa, e eu estava lá, Mesmo não sendo professora (sou filha de uma professora que estava presente) adorei, foi uma motivação a mais na minha vida. O senhor é um homem inteligente, virou um dos meus escritores preferidos! Obrigado, beijos”. A mensagem foi postada no Portal desta “Tribuna” no último dia nove, assinada pela Karoline (não consta o sobrenome), a qual agradeço pelo carinhoso elogio, valeu!. Ela se referia à palestra e ao Artigo desta Coluna publicado na semana passada, intitulado Gralhas azuis de Barbosa Ferraz.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Sobre o fato anteriormente escrito, registro a divulgação da minha estada em B. Ferraz pela Coluna do Rato, espaço virtual que noticia os acontecimentos daquela cidade, bem como outras informações. Grato pela divulgação.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Na entrevista concedida à TV Carajás o então presidente da ACICAM – Associação Comercial e Industrial de Campo Mourão Nelson Botega foi filmado na calçada da empresa dele, tendo ao fundo uma imagem que certamente nenhum mourãoense gosta que exista, a de um posto de combustíveis na outra esquina há anos fechado, com tapumes que se desmancham com a ação do tempo. Claro que não tem nada a ver com o empresário nem com a ACICAM, mas não se coaduna aquela imagem, não só do ponto ponto de vista empresarial.
Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)
Na região é sempre bom constatar quando municípios anunciam investimentos ou entregam à população obras e passam a ampliar ou prestar serviços públicos. É o caso de Fênix, o Município irá edificar um espaço para o CRAS – Centro de Referência da Assistência Social, e o FIA – Fundo da Infância e Adolescência.
Na semana passada, ao passar pelo trevo que dá acesso aquela cidade, não encontrei uma placa sequer sobre o Parque Vila Rica do Espírito Santo. Fica evidente a falta de interesse ou preparo (ou os dois aspectos juntos) em explorar turisticamente aquele belo e histórico espaço, pelas belezas monumentalmente naturais e os artefatos dos jesuítas. Ora, várias placas deveriam indicar e convidar os paranaenses para conhecer o local. Nem é preciso tecer maiores comentários o quanto o turismo pode gerar emprego e renda, especialmente quando dispõe de uma infraestrutura adequada.
Olhos, Vistos do Cotidiano (V)
Na Coluna anterior mencionava o gandula que evitou o gol (logicamente do time adversário) em um jogo do campeonato sergipano. O árbitro agiu de acordo com a regra, não marcando o gol, embora certeira a direção, mas a bola de fato não entrou, desviada pelo gandula, que virou notícia em todo o Brasil. Apesar de curioso e engraçado, registrei o exemplo negativo da antiética. Pois bem, a federação de futebol daquele estado puniu o time com a perda de dois mandos de campo, e o gandula terá que pagar uma multa de 500 reais e ficar proibido de frequentar gramados e estádios por dois anos.. Punição exemplar, lição a ser assimilada.
Reminiscências em Preto e Branco
O livro velho com linhas traçadas é comido pelas traças. E o velho homem dono do livro quer se livrar das velhas traças para salvar as traçadas linhas que o alimentam como livro.
José Eugênio Maciel, mourãoense, advogado, professor, sociólogo e membro da Academia Mourãoense de Letras.
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