13 de jan. de 2012

A COLUNA DE NÚMERO 1.710 do professor José Eugênio Maciel: Que fases com o ciclo


O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela”
Fernando Pessoa
Ao pretender escrever, ler é uma fonte de conhecimento e de inspiração. Claro, não se trata de copiar apropriando-se do alheio. Ler para quem escreve é essencial para se evitar a repetição, o lugar-comum, produzir um texto que não seja original, ainda que intencionalmente não tenha sido copiado ou se valido de uma ideia-chave. Posso afirmar ter lido, como de hábito, um bom número de textos relativos a balanços, retrospectivas, análises do já ano passado, assim como projeções, perspectivas, planos, interesses para este 2012.
Não tenho absolutamente nada a acrescentar. Não sobrou nada de novo, algum aspecto que tenha sido negligenciado, de propósito ou não e que eu pudesse então trazer à tona. Ao mesmo tempo, cada qual com a sua medida, a passagem de um ano para outro não nos deixa simplesmente na condição de considerar ser mera mudança do calendário, fria e cronologicamente a dizer respeito ao fim de um e o começo de outro ano, pronto, nada a mais.
No jogo de palavras que gosto de jogar, jogando-as separada ou juntamente, almejo significados e sons que tragam o sentido preciso, concreto. Um jogo que também jogo com a ambiguidade das palavras, dos sons, do duplo e mesmo triplo sentido, não necessariamente para confundir, e sim fundir todas ou algumas delas, palavras que lavro para semear, produzir e cultivar um texto, como o de hoje. Juntos, caro leitor, buscaremos quem sabe a boa reflexão do próprio pensar com as palavras, com palavras que nos fazem pensar.
Que fases com o ciclo título da Coluna de hoje. A palavra fases é do verbo fazer, embora faça parte do jogo de palavras que o caro leitor tem contato comumente com os textos inseridos neste espaço. Fases empregado aqui é no sentido de época; período; é também no sentido de uma sucessão de fatos diferentes, como no caso das fases da lua. Brasileiramente, fases, sejam elas boas ou não, têm como significado o que dura certo tempo, curto ou não, mas, mesmo que longo, termina.
Já a palavra ciclo diz respeito a uma série de fenômenos que ocorrem sucessivamente, seguindo e respeitando certa ordem. Juntando as palavras e tendo como exemplo uma planta, ela tem as suas fases, como por exemplo, a da semente, o folíolo, a brotação, florescimento e a fase adulta, quando dá frutos. As fases delas são componentes do ciclo. E um ciclo é no seu todo composto de fases.
Cada minuto, hora são fases de um dia. Um dia é uma fase de uma semana... e por aí vai... Um ano é um ciclo em relação aos dias horas, etc. Um ano pode ser uma fase em relação a uma década.
Esta Coluna pode se dizer que toda vez que ela é publicada o texto é uma fase. Assim, cada ano é um ciclo, ainda que seja possível afirmar que não seja nada em relação a uma vida, por exemplo. Bem, em 2012, esta Coluna pretende chegar aos 24 anos. Um ponto notável como dado dessa trajetória do escrever, é que a Coluna foi publicada durante todos os dias do ano, portanto, ininterruptamente. Se uma obrigação, que seja, foi também com responsabilidade e compromisso, como caro leitor, sempre.
Foram 55 artigos que compuseram esta Coluna no ano passado. Somando-se os anos anteriores, precisamente um número redondo nestas mais de duas décadas: o texto desta Coluna é o de número 1710. Assim, 2012 começou aqui com 1710, fases? Ciclo? O caro leitor é quem sabe.

Fases de Fazer Frases (I)
O ser humano é dono do seu destino, destino que ele não consegue inteiramente apropriar-se, mesmo que para o qual se destina em parte.
Fases de Fazer Frases (II)
Toda polidez é sucumbida ante a palidez.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
O mundo é mesmo pequeno. Aqui em Campo Mourão raramente encontro casualmente o meu irmão mais novo, o Enio da CD Hits. Pois bem, atravessando a faixa de pedestre numa das mais movimentadas ruas de Curitiba, a André de Barros, acompanhado do sobrinho Júlio Pedro, pensei que era só impressão ao ouvir alguém me chamar, mas era verdade, “ô professor Maciel!”, era ele, o Enio. Achava que coincidências só aconteciam em novelas.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
A foto é nova. Só ela mesma. Já que o ano é novo, a foto do colunista escrevinhador aqui também é nova. Ainda que a cara seja a mesma, ou melhor, mais velha.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Conforme foi amplamente divulgado, o Brasil agora é o sexto país do mundo em termos de PIB – Produto Interno Bruto, segundo apontou uma consultoria especializada em economia. O Brasil está à frente do Reino Unido. A crise que afeta a Europa, inclusive o Reino Unido, faz com que a posição alcançada seja mais por causa da queda daquele país e não necessariamente pelo crescimento do Brasil. Os números justificam, ainda que se possa comemorar, nada de euforia: A renda per capita de nós brasileiras é de US$ 12.916, e não chega a um terço dos britânicos: US$ 39.604.
Reminiscências em Preto e Branco
Com o meu condimento, condenso o que como comedidamente, não importando o paladar, mas a saborosa lembrança de outrora, a saudade como tempero da vida.

Na imagem acima, José Eugênio Maciel ao lado dos confrades Ilivaldo Duarte Edina Siminonato, em evento da Academia Mourãoense de Letras. Maciel é professor, sociólogo, advogado, escritor, colunista do jornal Tribuna do Interior há 23 anos e membro da Academia Mourãoense de Letras.

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