Nesta semana tantos assuntos borbulham na minha mente pedindo para irem para o papel: as inexplicáveis explicações psicológicas, religiosas, sociais para a atrocidade com as crianças no Rio; novos terremotos continuam balançando a usina nuclear de Fukushima e as certezas do progresso; a “primavera”do mundo árabe continua produzindo mortos, exilados, incertezas sobre as “ajudas humanitárias”; a viagem da presidente Dilma à China ampliando o comércio do Brasil; prisão e protestos de mulheres muçulmanas, cobertas dos pés à cabeça com suas burcas proibidas na França da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”; a fascinação do astronauta russo Yuri Gagarin diante da beleza da Terra ainda azul, a 50 anos atrás...
Mas, cedo a tentação de partilhar com os leitores uma mensagem anônima sobre a terceira idade que circula na Internet. Ela ajuda-nos a entender e aceitar as mudanças da vida... “Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa. Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítica de mim mesmo. Eu me tornei meu próprio amigo... Eu não me censuro por comer biscoito extra... Eu tenho direito de ser desarrumada, de ser extravagante. Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.(...)
Eu sei que eu sou às vezes esquecida. Mas há mais, alguns coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes. Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado. Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.
Eu sou tão abençoada por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto. Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata. Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo. Você se preocupa menos com o que os outros pensam. Eu não me questiono mais. Eu ganhei o direito de estar errado. ...
eu gosto de ser velha. A idade me libertou. Eu gosto da pessoa que me tornei. Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será...”
Mas, diante do que estamos fazendo com esta “Terra azul”, não posso deixar de continuar preocupando-me com “o que será” para minhas filhas, neto...
Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC.majocalderari@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário