19 de mai. de 2010

COLUNA DO SHAPIRO: Realização profissional x Dedicação Real


Em uma feira de carros usados, um comprador chega ao vendedor e pergunta: - Aceita cheque? E o vendedor responde: - Não sendo meu, é claro que aceito!

É verdade que muita gente gosta de levar a vida com bom humor. Piadinhas, como esta do cheque, circulam em todas as áreas dos negócios. Mas a realidade é que tudo fica sério demais quando nós somos a piada.

Uma grande sabedoria encontra-se em entender que a vida e os negócios são coisas sérias. Não dá para brincar todo o tempo. Bom humor é como tempero na comida: uma pitada leve... Quando passa da medida, nem bicho come.

Infelizmente as pessoas não veem assim. Muitas insistem em acreditar e praticar o contrário. Olhe para os funcionários de um grande escritório ou os operários numa fábrica ou obra. Quanto tempo gastam falando abobrinhas, contando piadas, tomando cafezinho ou fumando? Têm direito a isto, é claro. Mas a questão é: quanto? Por outro lado, conversar sobre o trabalho parece pecado. Aliás, os “bandidos de plantão” estão cuidando todo o tempo para que assuntos sérios sejam vistos como puxa-saquismo. Falar coisas aproveitáveis é um tabu para estes.

Nas lojas, os atendentes olham para o alto, para fora ou qualquer direção, exceto para o cliente que acaba de entrar. Em supermercados, é bom rezar para não precisar de uma informação.

Vilfrido Paretto, o famoso proponente do princípio que leva o seu nome, disse que 80% dos resultados provêm de 20% das tarefas. Vendo desde a ótica inversa, 80% do tempo converte-se em apenas 20% de resultados - o que é ridículo, mas é a prática. E explica a ineficiência de quase todas organizações. É visível a quealquer um que não seja cego, garanto.

Quais as causas? Falta de consciência. As pessoas acham normal dissipar tempo, sem nenhum pudor. Perdem o foco de seu papel, não se importam com sua baixíssima dedicação e, depois, querem ser reputadas como profissionais, a despeito do comportamento reprovável que popularizam como regra.

De que outro modo se obtém realização se não pelo foco e objetivos claros? Entende, agora, a raiz da crise existencial que assola a maior parte de nossos recursos humanos atualmente? De quem, de fato, é a culpa?

Se você concorda, bata a mão na mesa, e mude o seu comportamento a partir de agora.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

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