7 de mai. de 2010

COLUNA DA PROFª MARIA JOANA:Família, ninguém cresce sozinho


Neste fim de semana em que lembramos com carinho da nossa mãe, da nossa casa mãe, lugar mágico onde nascemos, crescemos e para onde temos vontade de voltar nos momentos difíceis... vale lançar um olhar amoroso sobre a família e entendermos e valorizarmos a necessidade que temos, como humanos que somos, de viver em comum+unidade familiar.

A família foi e será sempre o fundamento, a célula mãe da sociedade. Instituição que transcende a qualquer partido político, sociedade, associação, igreja ou a qualquer outro gênero de agrupamento humano: ela é constituída por relações de amor! Na origem de tudo, há um amor conjugal que chama a vida a participar desse amor, a formar um núcleo de convivência, unido por laços afetivos, que costuma compartilhar o mesmo teto.
A família vem de uma opção. De fato, ela existirá a partir do momento em que um homem e uma mulher decidirem viver juntos, criar um mundo novo, diferente: uma família. Nesse mundo novo e distinto, nascerão os filhos, depois os netos, que se incorporarão ao projeto de vida idealizado por seus pais.

Ninguém vem a este mundo por sua decisão, iniciativa, por obra de suas próprias mãos. O ser humano não dá a si mesmo a vida, mas a recebe de outros, de sua mãe e seu pai, pela graça de Deus. Desde o primeiro momento da concepção até a última etapa da velhice o ser humano é um feixe de relações, da qual é extremamente dependente.

As relações familiares são extremamente importantes para formar o ser humano, quer física, psicológica e espiritualmente. É na família que os filhos desenvolverão sua personalidade. Nela crescerão, encontrarão o sentido de sua existência e amadurecerão na segurança, até que um dia também eles partirão para realizar seu próprio projeto. Todas as sociedades possuem ritos e celebrações em torno do casamento e da família que dão a cada povo um rosto próprio, diferente, uma realidade dinâmica, em. evolução permanente, nunca a mesma. Cada família é um mundo à parte, com propostas e jeitos especiais, que não se repetem e se transformam no decorrer da história e nas diferentes culturas.

A família não é algo pronto, acabado, mas é um projeto a ser construído constantemente no amor, na complementaridade, na relacionalidade, na harmonia. É uma semente que necessita de cuidados permanentes para crescer, desenvolver-se, dar fruto. Assim o ser humano foi criado essencialmente dependente. Nasce da união do masculino com o feminino e profundamente dependente das atenções e cuidados da família. Diferente dos animais que conseguem achar instintivamente a fonte de alimento mesmo de olhos fechados, o ser humano precisa que alguém o acalente, alimente, proteja, ensine a comer, beber, andar, falar, crescer, amadurecer, relacionar-se consigo mesmo, com os outros, com o mundo e com Deus. Para crescer o ser humano precisa do relacionamento da família, dos out ros, da comunidade. As pessoas são seres de relação. Ninguém cresce sozinho.

É verdade que o ser humano pode nascer em qualquer lugar, mas é melhor nascer em uma família que o acolhe. Alguém pode trabalhar somente para cuidar de seus gastos, mas é melhor trabalhar para alimentar o amor de uma família. Pode amar qualquer pessoa, de qualquer jeito, mas é melhor construir a experiência do amor humano em contexto familiar. Pode procriar de qualquer maneira, até em laboratório, mas é muito melhor gerar um novo ser humano como fruto de um ato de amor conjugal. A pessoa pode viver a doença de maneira solitária, mas é muito mais humano vivenciá-la no seio de uma família. A pessoa pode morrer em qualquer lugar, mas é mais digna a morte quando a pessoa é cercada pelo afeto de familiares. O ser humano se realiza no amor e o melhor do amor s e vive em família. Parabéns a todas as mães que espalham este amor!

Maria Joana Titton Calderari – membro da Academia Mourãoense de Letras, graduada Letras UFPR, especialização Filosofia-FECILCAM e Ensino Religioso-PUC- majocalderari@yahoo.com.br

Um comentário:

  1. De fato na família é que encontramos a base para a formação psicológica, religiosa e profissional.Podemos fazer dela um poço de água clara e límpida para saciar a sede nos momentos mais difíceis e também nos regozijarmos com as alegrias que ela nos proporciona.
    Quem não ainda se deu conta disso, certamente não terá acordado para a vida plena, bem vivida!

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