6 de abr. de 2010

COLUNA DO SHAPIRO: O papel da autconfiança na liderança


Ciúme, desconfiança infundada, medo, planos ardilosos e “n” lastimáveis situações têm sua origem em pessoas que não acreditam em si mesmas e nem na sua potencialidade inata para fazer coisas valiosas.

Gente que “não confia no próprio taco” apresenta como característica principal sentimentos de impotência e de insuficiência. Ele pode até ser bastante capaz, mas além de sua capacitação permanecer em estado quase permanentemente sólido ou inativo, o indivíduo deixa-se dominar por pressupostos de que os outros são melhores ou superiores. Partindo daí, duas coisas são passíveis de acontecer: ou ele se retrai e não age, ou desenvolve planos terríveis em nome de uma falsa autodefesa. Os prejuízos podem ser imensos.

Uma pessoa com baixa autoconfiança poderá revelar-se manipuladora, usando quem estiver à sua volta como peças de um jogo imaginário contra alguém que lhe represente perigo também imaginário.

Foi exatamente o que ocorreu com a diretora de uma companhia. Ela era profissional competente, mas o fato de ter chegado ao primeiro escalão ajudada também por um grau de parentesco com o presidente lhe deixava mal. Sua baixa autoconfiança a impedia de atuar com independência e liberdade. Uma autoimagem repleta de defeitos fictícios lhe mantinha presa a um permanente sentimento de ameaça. Seu tempo útil era investido em arquitetar planos contra qualquer um que parecesse estar barrando seus intentos pessoais. Usava subordinados como fantoches – personagens de sua mente belicosa. Sua aparente modéstia e introversão frustravam qualquer um que ousasse levantar suspeitas sobre seus métodos e atitudes veladas. Todos a viam como uma dócil e humilde profissional. Não me passavam despercebidos, contudo, seu nervosismo e outras expressões patológicas.

Não subestime as reações de um ser carente de autoconfiança. Caso você suspeite de alguém à sua volta acometido desta fraqueza, ou detectar os sintomas em si próprio, invista em um trabalho profissional. Estou falando principalmente dos responsáveis por estebelecer o direcionamento de sua empresa.

Saiba que competências técnicas não habilitam ser humano algum a ocupar o centro decisório de uma organização ou a cabeça de uma equipe – por menor que seja. Competências comportamentais, sim. E lembre-se que saúde mental não se avalia só pela aparência. Cuidado com preconceitos a respeito isso!

Baixa autoconfiança tem cura. Procure solução se for o seu caso. Assim que confiar em si mesmo, você saberá, enfim, como é bom viver e quanto difere daquilo que você sempre imaginou.

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

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