23 de fev. de 2010

COLUNA DO SHAPIRO: Profissao Atitude (Como enterrar uma ideia)


Aviso: Se você é uma pessoa de ideias cercada de “gente do contra”, distribua uma cópia deste artigo a todos eles, em sua empresa – suprimindo este parágrafo, é claro. Você os privará de seu esporte favorito. Eles darão sinais de crise nervosa e talvez aprendam a dizer “sim”, pois, este artigo poderá comprometer sua aguçada capacidade de atrapalhar.

ABRAHAM SHAPIRO,
do BLOG PROFISSÃO ATITUDE
As ideias fizeram o homem levantar-se do chão às árvores, e das cavernas aos edifícios onde, com toda a tecnologia, se reúnem os conselhos de empresas.

Ideias vestem-nos. Ideias dão-nos liberdade, poder, conforto e um acervo intelectual que hoje reúne os mais fantásticos sonhos de nossos antepassados.
Em compensação, através dos tempos, o mais rápido processo de entrar numa fria sempre foi ter ideia e a indiscrição de dizê-la. Podem erigir-lhe uma estatuazinha depois que você esteja bem morto e enterrado, mas é provável que sua existência tenha sido curta e encrencada por causa dela. Você terá sido rotulado de “doido”, “revolucionário”, “idólatra”, mas em geral você nem teve tempo de preocupar-se com isso.

A maioria das pessoas sofre muito para acostumar-se com o presente. Só conseguem quando ele vira passado, e bem virado. Nessas condições não é prudente oferecer-lhes meios de enriquecer, de melhorar o seu trabalho, ou de transformar seu modelo de gestão, quando toda a atenção delas se acha devotada a apreender as inquietantes implicações de alguma coisa que aconteceu no ano retrasado.

Ideias, portanto, perturbam. Qual a defesa contra elas? Ataque! Você é capaz de afundar qualquer ideia sem deixar qualquer vestígio ou lembrança.
Entre as quase 95 mil táticas testadas, aprovadas e certificadas de como destruir qualquer ideia em empresas que colecionei ao longo de anos intensos de observação e consultoria, escolhi cinco que poderão lhe ajudar a arrasar com qualquer ideia que for apresentada. Ei-las:
1. Ignore-a. Silêncio de morte após a emissão de uma ideia intimidará todos – salvo o empedernido propositor que, logo se sentirá um panaca.

2. Escarneça. Erga levemente a sobrancelha e diga baixinho: “Você está brincando, não é?” Mas seja rápido. Afaste-se rindo: “Ah, ah, ah, essa é boa, João! Você deve ter passado a noite em claro pensando nisso!” Se ele passou, a coisa fica mais engraçada ainda.

3. Louve-a exageradamente. Exponha tantos méritos a respeito que, após isso, todos a odiarão, e o proponente irá pensar “Onde foi que eu errei?”

4. Mencione que ela não se adapta à “política” da empresa. Como ninguém sabe que política seja essa, você provavelmente terá razão.

5. Adie. Se não for possível matar uma ideia agora, você poderá adiá-la. Feito isso algumas vezes, ela parecerá esfarrapada ao seu próprio criador.
Boa sorte, matador!
Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473

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